Capítulo 17 - Raciocínio lento e cálculos nos dedos

54 12 28
                                    

Feliz 2023! Atrasado, talvez?

Mas então, no capítulo anterior:

Sextou e a Jeongyeon já começa se atrasando  e tendo de esperar na secretaria até a próxima aula. E como passou o tempo? Fofocando com a Jihyo sobre o clube de teatro e o desastre que era Jimin Picon atuando.

No intervalo, o que é uma cena engraçadinha da Jeongyeon com a blusa manchada, se torna um caos com a Sohee mostrando quem é de verdade e a Super Moranguinho entrando em ação. Ameaça, briga e crises de ansiedade depois, a coitada da Yoo Jimin, aparece no cenário de guerra nada bem. 

As duas tem de deixar a discussão de lado e levar a Jimin até a enfermaria, mas não tem união que dure muito e logo a Jeongyeon deixa Chaeyoung para trás, com o aviso de deixá-la em paz por um tempo.

#ClubeJeongchaeng 🎭

Nas tardes de verão, as roupas de tecido leves eram liberadas, mas a animação dos alunos ainda era sugada pelas provas inacabáveis. Ao contrário das duas garotas do lado de fora dos portões do colégio.

"Vem comigo." Jeongyeon pediu montada na bicicleta.

Momo pôs o cabelo curto atrás da orelha e lisonjeada, negou com a cabeça. O bico involuntário quase fez a japonesa obedecer o impulso de ir até ela.

"Prometi pra Mina que tomaríamos sorvete depois." Arrastou o pé no chão.

Jeongyeon apertou o guidão e endireitou a postura antes de dizer:

"Eu posso te dar o que quiser."

Do ciúmes aos olhares tortos, Jeongyeon era sempre a escolhida. Era quem a tinha de verdade.

Momo buscou os dedos nervosos, até acalmá-los e entrelaçar aos seus. Os toques lentos não passaram despercebidos.

"O que 'tá fazendo?" A proximidade era demais.

"Você já tem tanto de mim, por que é tão egoísta?" Momo desejava a boca de Jeongyeon, mesmo que nada atraísse as puxadas fortes de ar até os pulmões.

Momo se entregava, apaixonada, aproveitava cada segundo imaginando ser o último. Era jovem para ter medo de simples atos de amor puro.

"Alguém pode ver..." Jeongyeon arrastou a voz.

Não sabia se entregar, assustada, a audição capturava para além das batidas sincronizadas dos corações apaixonados. Amava o quão destemida Momo conseguia ser pelas duas, ignorava seus sentidos mais medrosos e se deixava guiar até o suave beijo.

Nunca tinha lhe dito sobre as outras sensações, outros olhares. Eram passageiros, dúvidas que surgiam e esvaiam nos corredores amontoados. Teria feito diferença, afinal? Hirai ultrapassava todas as fracas linhas que Jeongyeon traçava.

O problema era a percepção de Momo, ou a falta dela. Entre Mina e Jeongyeon, certos assuntos não eram ditos, mas acordados em silêncio, então quando ela se afastou assim que a atenção cresceu ao casal, Momo devia ter percebido o erro.

Naquele momento, a dura realidade era estar frente aos portões de Myoi, depois de dois anos da briga feia protagonizada ali. Balançou a cabeça e empurrou o arrependimento para bem fundo com as memórias e tocou a campainha. Os latidos de Ray avisaram aos donos da casa e logo o portão de madeira foi aberto.

Mina usava uma daquelas blusas brancas com referências nerds que Jeongyeon nunca captava, o sorriso fofo era a única familiaridade no que compunha a anfitriã. O jardim tinha os mesmos arbustos redondos, a grama bem aparada e o mini golden descansando próximo a varanda.

PendenteWhere stories live. Discover now