Capítulo Dois

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Tóquio/Japão



Rayssa Marques



Acordo com alguém me cutucando, esfrego meus olhos e levanto da cama. Olho para o lado vendo Cole que diz que já chegamos no Japão, me espreguiço antes de pegar minha mala do bagageiro e sair do avião. Avisto a van já no estacionamento do aeroporto esperando por mim e por minha equipe, fomos em direção ao veículo e assim que entramos fomos levados a casa de Kenji.

Encosto minha cabeça no vidro da van e olho para os grandes prédios e estabelecimentos carregados de novas tecnologias, o Japão é um dos países com maior avanço tecnológico do mundo e também um dos mais pacíficos, sua taxa de criminalidade é de 18.68%. Várias de suas inovações são incríveis e considerados úteis por algumas pessoas. Seus produtos e comidas típicas podem ser considerados estranhos para uns e interessantes para outros, mas por outro lado é um país com um alto índice de suicídio e depressão tanto por parte da população mais jovens quanto por parte da população de idade mais avançada.

Sou tirada de meu transe com Charlotte me cutucando dizendo que já chegamos, saímos da van e pegamos nossas malas, olho para a casa que na realidade é uma mansão e fico analisando ela. O imóvel é de arquitetura moderna e com decorações tradicionais japonesas, é bem bonito diga-se de passagem principalmente a decoração.

- Quem vai tocar a campainha? - Cole pergunta olhando para a mansão.

- Eu vou. - Responde Charlotte indo até a campainha onde toca.

A porta é aberta por uma mulher que está de uniforme, creio que deve ser uma das empregadas de Kenji. Ela olha para nós e pergunta.

- Em que posso ajudá-los?

- Somos a equipe de investigação da Interpol. - Responde Reiner com as mãos no bolso.

- O senhor Ono disponibilizou alguns quartos de sua casa para que pudéssemos nos hospedar durante o nosso trabalho aqui no Japão. - Penélope fala com um sorriso no rosto.

- Não estou sabendo de nada sobre sete desconhecidos se hospedarem aqui e muito menos informada sobre. - Fala em um tom um pouco grosso. - Vão embora, não vou cair em conversa fiada de estrangeiro que não tem onde cair morto.

Suspiro fundo buscando paciência para não dar uma resposta considerada mal-educada a ela, quem ela pensa que é para falar assim com a gente? É apenas uma funcionária que acha que também é dona da mansão. Não sabe com quem está mexendo, ah não vou levar esse desaforo ainda mais vindo de uma pessoa metida.

Coloco uma das mãos no bolso da calça e olho para a mulher.

- Não querendo ser grossa, mas a senhora não pode tratar as pessoas dessa forma, principalmente com os estrangeiros. - Digo levantando a cabeça.

- Falo como bem entender, saiam antes que eu chame os seguranças. - Rebate com o nariz empinado.

- Pelo visto não ouviu o que meu colega disse, mas se pensa que irei ficar calada diante desse desaforo está muito enganada.

- Rayssa não arrume confusão. - Penélope sussurra, mas ignoro.

- Quem você pensa que é para falar dessa forma comigo, estrangeira? - A mesma pergunta me chamando de "estrangeira", como se isso fosse um xingamento.

- Prazer sou a detetive internacional Rayssa Marques. - Respondo tirando meu distintivo do bolso e mostrando a ela.


Nesse momento uma voz feminina soa.

- O que está acontecendo, Jun?


Uma mulher vestida de forma elegante aparece nos vendo, deve ser a esposa de Kenji.

- Esses estrangeiros que não tem onde caírem mortos estão perturbando.

A outra mulher olha para nós e sorri de forma amigável.

- Ah vocês devem ser uma das equipes de investigação da Interpol. - Fala em tom alegre, nós assentimos.

- Me chamo Rayssa Marques e esses são, David Duarte, Cole Andrew, Kennedy Wesley, Charlotte Leblanc, Reiner Peters, Penélope Paes e Marcos Lima. - Apresento todos a ela.

- É um prazer conhecê-los, eu sou Akemi Ono, esposa de Kenji.

- O prazer é nosso.

- Entrem, devem estar cansados da viagem.

A mulher cujo o nome é Jun nos olha de cima a baixo antes de sair, entramos na mansão e alguns ficaram de boca aberta. Isso que estamos no hall de entrada, se o hall já é bonito imagina o resto da casa, quem arquitetou esse imóvel deve estar orgulhoso de si mesmo. Akemi fala que pedirá a um dos funcionários para que leve nossas malas para os quartos de hóspedes, fomos guiados até a sala onde na mesma pede para que a gente sente.

Ao sentarmos no sofá ela se senta frente a nós.

- O Kenji ainda está no departamento, mas daqui a pouco chegará. - Fala cruzando as pernas.

- A sua casa é bem bonita. - Marcos fala de forma educada.

- Obrigada, foi eu e o Kenji que escolhemos.

Começamos a conversa de coisas aleatórias, Akemi é uma mulher muito agradável e gentil diferente da tal de Jun que tirou conclusões precipitadas e ainda foi grossa conosco. Ela contou que nasceu em Hiroshima, mas já viveu alguns anos na China e na Coreia do Sul, seus pais faleceram recentemente por uma doença causada pela radiação após visitarem uma usina nuclear em Pripyat.

Tem três irmãos chamados Rika, Ren e Akira, dois deles vivem em Toyama e um aqui em Tóquio. A história de amor dela foi bem diferente, Akemi disse que conheceu o Kenji no beco no qual ela acidentalmente achou um corpo sem vida, a mesma foi interrogada por ele e a equipe e conseguiu provar que não tinha nenhuma relação com a pessoa que morreu. Depois disso eles se encontraram novamente por acaso no parque onde estava investigando um caso de assédio contra menores de idade, marcaram de se verem em uma cafeteria e o resto já imagino o que tenha acontecido.

Nesse momento a porta é aberta revelando Kenji que parece cansado.

- Bem-vindo de volta, querido. - Akemi fala com um sorriso.


- Oi, querida! - o mesmo a cumprimenta.

- A equipe da Interpol está aqui é imagino que vocês tem algo a conversar.

Kenji vem para a sala e suspira quando nós vê.

- Olá a todos e sejam bem-vindos a minha casa.

- Bem irei me retirar, qualquer coisa estou na biblioteca.

Observamos Akemi se levantar e dar um selinho em Kenji antes de sair, ele se senta na poltrona e nos fala mais detalhadamente do caso. Descobrimos que o patriarca da família, Hideki Kento, teria sido "responsável" pela morte de um garoto que faleceu devido a uma overdose, segundo ele Hideki teria oferecido metanfetamina para o garoto na autópsia constatou que isso mesmo teria usado metanfetamina antes de ser assassinado junto de sua família. Essa análise mostrou que Hideki era viciado em drogas e o resto da família não sabia disso, então o assassino ou assassina teria feito isso para vingar o garoto que supomos ser seu irmão ou amigo, ou até mesmo namorado.

Após a conversa Kenji fala que podemos ficar a vontade, nos levantamos e aviso que vou sair um pouco, Marcos profere que depois não conseguirei achar o caminho de volta para cá. Dou batinhas em suas costas dizendo que consigo lembrar fácil do caminho de volta para a mansão, me despeço deles e saio da mansão indo passear por Tóquio. Olho para algumas estátuas de Buda que há nos estabelecimentos junto de personagens históricos, vejo uma loja de souvenir que me chama a atenção. Uau quantos souvenirs lindos, vou comprar uns e dar para minha mãe, para o André e para a Kira.

Entro na loja e a moça me recebe de forma amigável, pergunto os preços dos souvenirs e a mesma fala que depende do tamanho, dou uma olhada analisando cada um deles. Avisto uns de tamanho médio muito bonitos de bonequinhas japonesas, pego três e vou para o caixa pagar deu um total de 855 ienes, assim ue pago saio da loja e continuo a dar uma volta pela cidade.

Enquanto andava vi um artista amador fazendo um desenho com spray, me aproximo e deixo 400 ienes no certinho dele. Depois disso passo em uma cafeteria, será que os cafés daqui são bons que nem os do Brasil? Vou experimentar para tirar minhas conclusões. Vou até o balcão e peço um café espresso, pago lá mesmo e fico aguardando ele ficar pronto, enquanto isso pego meu celular e vejo uma mensagem da minha mãe perguntando se já chegamos no Japão, mando uma resposta dizendo que chegamos em segurança também escrevo que levarei algumas lembranças quando voltar.

Assim que o café fica pronto pego ele e agradeço, dou um gole no café o saboreando, nem tão fraco e nem tão forte está muito gostoso. Quando me viro para sair acabo batendo em alguém, o café (que ainda está quente) derrama na roupa da pessoa, ah ferrou vou ser xingada. Olho para quem bati e vejo um homem de cabelo preto na altura dos ombros e olhos castanhos, seu pescoço e mãos são tatuados, o mesmo me olhava bravo por ter derramado sem querer o café em sua camisa.

Ele está muito bravo, ai ai ai eu estou muito ferrada, já vou me preparar para os xingamentos.




A Detetive do Mafioso Where stories live. Discover now