Por Pequenas Patas

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Aporta daquela sala era exageradamente grande e fez com que Midoriya se perguntasse que tipo de peculiaridade alguém precisaria ter para que isso fosse construído dessa maneira. Ele balançou a cabeça antes que acabasse se perdendo nesse tipo de pensamento.

A mão direita do garoto foi até a maçaneta enquanto a outra segurava firmemente sua mochila, mas por algum motivo ele não conseguiu abrir a porta. Sua respiração ficou pesada e ele sentia que suas pernas poderiam falhar a qualquer momento.

— O que eu estou fazendo? — ele murmurou para si mesmo de maneira nervosa e apertou a maçaneta com força.

Kacchan está aqui? Ele conseguiu entrar na turma de heróis? Talvez ele esteja em outra turma? Não! Isso seria muita sorte e eu nunca tive isso.

Ele abriu a porta lentamente, quase como um protagonista de um filme de terror que teme encontrar a assombração ao outro lado da porta, e o que viu confirmou que seus pensamentos estavam certos. Bakugou estava ali com seus pés apoiados na mesa de maneira egocêntrica, parecendo marcar seu território com isso. O corpo de Midoriya se arrepiou e ele abaixou a cabeça andando para seu lugar.

O garoto não esperava durar muito naquela escola, na verdade ele estava esperando o momento em que ele seria expulso de uma vez e que toda a esperança seria tirada de seu peito como algo que ele nunca deveria ter sentido.

Midoriya conseguiu passar por Bakugou apenas para ter a triste concepção de que seu lugar seria atrás do loiro.

— Sempre atrás… — ele murmurou para si mesmo enquanto se sentava, o que acabou chamando a atenção de Bakugou que virou o rosto levemente, mas antes que pudesse sequer reconhecer direito a presença do esverdeado sua visão foi tampada por um grupo de pessoas rodeando a mesa.

— Ah, é você! O garoto de cabelo bagunçado! — A garota de cabelos castanhos e bochechas rosadas se apoiou em sua mesa com um sorriso doce. — Estou feliz por ter te encontrado!

— Oh, você conseguiu passar!!! Tão legal!!! — Outra garota se aproximou, sua cor de pele rosa a destacava facilmente das outras pessoas. Ela sorriu grande agarrando um dos braços do garoto. — Eu te acertei com minha quirk, não é? Você não se machucou muito, certo?

Midoriya estava prestes a abrir a boca para responder, mas foi interrompido por um garoto de cabelos vermelhos.

— Oh, cara! Eu me lembro de você! Você me ajudou a sair debaixo daquele robô de três pontos!!! Foi tão másculo! — ele diz, seus dentes pontiagudos formando um sorriso afiado e o esverdeado piscou ao estranhar o quão adorável isso parecia.

— Sim! Você me ajudou a não ser completamente pisoteado por robôs enquanto eu entrava em curto! Espero que eu não tenha te “chocado” muito! — um garoto loiro com um sinal de raio entre as mechas do cabelo disse com um sorriso divertido enfeitando seus lábios mostrando a satisfação do trocadilho dito.

— Você também me ajudou no começo do exame. — Dessa vez a voz vinha de um garoto de cabelos arroxeados, sua voz indo totalmente contra os outros quatro, sendo calma e preguiçosa.

Midoriya piscou freneticamente com isso e sua boca se abriu e fechou algumas vezes sem saber o que falar. Ele nunca teve tantas pessoas ao seu redor para falar com ele assim, principalmente de maneira tão animada e isso o deixou extremamente confuso. Várias perguntas surgiram em sua mente ao mesmo tempo e seus olhos se arregalaram.

Por que eles estão falando comigo? Eles se lembraram de mim? Por que estão tão animados? A garota de pele rosa foi quem me acertou com o ácido? E o loiro? O que ele quis dizer com “entrava em curto”? Por que os dentes do ruivo eram tão afiados? Fazia parte de sua quirk? E o arroxeado? Qual era sua quirk realmente?