A ÚNICA DO SULTÃO

CAPÍTULO 1

Desde que coloquei os meus olhos no sultão, aos dezoito anos de idade me apaixonei por ele. Nem é tão difícil estar apaixonada, porque todas as mulheres do palácio devem obediência a ele e nossas famílias nos preparam para ser uma mulher do seu harém, então, com sentimentos ou não, todas temos o mesmo destino. Mas mesmo assim, comigo foi diferente, eu fiquei encantada pelo homem, sem nem saber o que ele carregava dentro de si, seu caráter, apenas por ele aparentar o homem dos meus desejos. Sabia que teria tempo para conhecê-lo melhor e fazer o meu próprio julgamento.

Quando eu o vi hoje, o mais próximo que estive em três anos, vestido todo de negro e dourado caminhando pelo corredor onde eu estava esfregando o chão, algo me prendeu a atenção e foi sua beleza impactante.

Said Abdul Al-Maktoun é um homem extremamente másculo e belo para o padrão das Arábias. Ele estava sério, andava apressado e sua beleza rústica continua a me atrair de uma maneira inexplicável. O sultão tem a barba farta e seu rosto é marcado com um nariz grande que o deixa mais agressivo. Ele possui uma presença marcante e faz jus ao seu cargo soberano dentro do clã.

Foi ali, depois de alimentar esse amor por três anos e descobrir que ele ainda resiste ao tempo, que eu decidi que iria sair da minha posição atual de serviçal para compor a ala das favoritas do sultão, mas não fazia a mínima ideia de como conseguir isso.

Prontamente uma pessoa vem a minha mente e eu acho que ela pode me ajudar. Para esse tipo de conversa, eu tenho que escolher alguém que seja da minha confiança, afinal ali no palácio todas as mulheres estão interessadas em serem as favoritas do sheik, e a minha amiga e companheira de quarto, Aisha, já deixou bem claro que não tem a mínima intenção de ser qualquer coisa do sultão que não a de serviçal, principalmente porque sua posição sexual é bem diferente da dele.

Do meu ponto de vista, ela é bem igual a posição sexual do sultão. Descobri isso a pouco tempo, quando peguei Aisha trocando carícias com Iasmim, essa sim mais perigosa, por estar entre as candidatas a favorita do sheik. Como em nossa ala o grupo é consideravelmente grande, são trinta e cinco mulheres compondo esse grupo, divididas entre as candidatas a favorita e as serviçais da ala, Iasmim exercita seu lado sexual com minha amiga e desde que sejam discretas, não me importo com isso.

Assim que Iasmim sai do quarto para dançar para os convidados do sultão, eu puxo Aisha de canto.

— Hoje eu vi o sultão no corredor.

— Ainda bem que eu não estava lá, já pensou se ele me nota.

— Seria muita sorte ser notada por ele.

— Ahh... coitadinha, ele não te viu? — Empurro-a na direção da cama e ela cai sentada.

— Como ele vai me notar, Aisha. Ninguém me dá uma chance aqui, parece que eu não existo.

— Eu sei, Tayla. Estou apenas brincando com você, sabe que todas que estão presas nesse palácio tem as mesmas chances de tentar, mas tem que cair nas graças da valide, a mãe do sultão. — Me jogo em minha cama.

— Eu quero cair nas graças dele, Aisha, só preciso de um momento a sós e mais nada. Eu não quero ir pelo meio tradicional, eu quero que ele tenha desejo por mim. — Aisha me olha pensativa.

— Para isso você teria que estar na hora certa e no lugar certo, mas como sabermos qual será esse momento.

— Eu tenho uma ideia e só vou compartilhar com você, e você terá que fazer uma escolha para me ajudar. Eu estudei os movimentos das odaliscas e há uma chance de eu estar cara a cara com o sultão. — Aisha senta na minha cama e cruza as pernas.

— Tayla, eu só não posso correr o risco de cair nas garras da realeza.

— Imagine, eu não vou te colocar em perigo, mas você terá que fazer uma coisa bem feia e acho que no fim das contas não será tão ruim assim. Escuta e me diga o que acha.

Aisha não se opõe a me ajudar quando eu conto o que terá que fazer para me colocar de frente com o sultão.