CAPÍTULO 9

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Ora...ora... o que aconteceu no quarto do prazer?

Essa reação do sultão confundiu a minha cabeça. Ele desejou Tayla de verdade, ou foi apenas uma explosão natural de um homem possuindo uma mulher disponível?

Ele até esqueceu do lance da gravidez, porque agora dobraram as chances. Bom, agora já foi. Se ontem ela não estava fértil, hoje ela também não estará.

O que me resta é a indagação: quem está enganando quem aqui?



Quando minha menstruação desce depois de vinte dias, sento no chão do banheiro e choro, porque essa era a esperança de que eu pudesse me tornar importante para ele, obrigatoriamente.

Aviso a supervisora que não estou grávida e fico aguardando o fim do tempo de experiência.

Ainda não acostumei a vida de candidata. Não tenho muitas tarefas, apenas aulas e aprendizados para me tornar digna da atenção do sultão, como se ele um dia fosse me enxergar.

Acabo indo na fonte dos amores, lugar que me acalma, que consigo relaxar e ser eu mesma. Molho as mãos na água, tiro o véu e deito na mureta, olhando o céu azul e o sol quente queimar minha pele. Penso em sair do palácio e não é a primeira vez que isso passa pela minha mente, talvez viver uma vida diferente. Mas todas as vezes que pensei nisso também lembrei que não teria a chance de ser importante para ele aqui dentro. Fecho os olhos por causa do sol me cegando e mantenho meu corpo esticado ali, à toa, sonhando.

— Você gosta mesmo desse lugar. — Assusto com sua voz bem próxima de mim e se não fosse seu braço me segurar forte na cintura, eu teria caído na fonte. Encontro seus olhos negros sobre o meu corpo, preso sobre os seus braços.

— O senhor me assustou.

— Não era essa a minha intenção, habiba. — Ele afrouxa o braço, traçando um caminho de fogo na minha pele quando o retira. Eu sento na mureta e arrumo meus trajes. — Eu fui até a sua ala, preciso conversar com você.

— Eu já estava esperando por isso e na verdade, acho que voltar a ser um serviçal vai fazer os meus dias passarem mais rápido.

— Eu não tenho a intenção de desfazer minha indicação, Tayla. — Said consegue me surpreender dessa vez.

— Seria muito ousado perguntar por que você mudou de ideia? — Ele sorri.

— Seria estranho se não o fizesse. Eu, na verdade, gosto do seu jeito espontâneo, avaliei tudo o que me falou e resolvi lhe dar a chance que me pediu. — Suspiro alto, bombeando sangue para o coração, porque ele acelera com essa demonstração de atenção pela minha pessoa. Não é muito, mas é algo, e eu prefiro ter algo a não ter nada. — Espero que eu não me arrependa.

— Não vai, senhor. Eu não vou te decepcionar. — Ele levanta da mureta e senta em um banco embaixo de uma frondosa árvore.

— Agora seria a hora perfeita para você me agradecer por esse gesto tão humano, habiba. — Olho para ele sem acreditar que está novamente me cobrando pela minha obediência.

— Isso é bem típico de um homem sem caráter como você, Said. — Ele me olha feio e depois faz uma cara de deboche. Eu levanto da mureta, enfio as mãos embaixo da saia e arranco minha calcinha. Gosto quando seus olhos ficam ferozes.

Caminho até ele e coloco minha calcinha em suas mãos, mas ao me virar ele é rápido, agarra meu pulso bem forte e me mantém sua refém. Cheira minha calcinha e sinto um formigamento no meu sexo, como se ele tivesse feito esse carinho íntimo em mim. Coloca-a no bolso da roupa e abre sua calça com apenas uma mão, mostrando que está extremamente excitado.

— Senta em mim, Tayla.

— Você tem certeza, senhor? Alguém pode nos ver. — Minha preocupação foi apenas com o que os outros fariam se nos vissem ali. Nem pensei em estar subjugada mais uma vez pelo sultão.

— Eu não me importo com isso. Senta logo, Tayla. Você me deve obediência. — Apoio os joelhos no banco e ele me ajuda com as roupas até encostar sua glande na minha entrada, depois ele vai me descendo devagar e eu vou sentindo a minha carne se abrindo para recebê-lo. Quando chego embaixo, ele me manda para cima de novo e assim sucessivamente. É uma experiência incrível porque estamos olhos nos olhos, eu vejo todas as suas reações e sinto que elas são reais.

— Vamos, Tayla. Cavalga em mim. — É excitante cavalgar no meu homem, ali no meio do dia, a luz do sol. Dou tudo de mim para satisfazê-lo, jogando a cabeça para trás quando sinto o orgasmo chegando. Said puxa os meus cabelos e beija minha boca quando também atinge o clímax.

Quando tudo acaba, só escuto nossas respirações entrecortadas. Estou largada em seus braços que por sua vez me mantém firme neles. Ele me retira do seu colo, me estica a calcinha e eu visto. Ele mostra o banco e eu sento ao seu lado.

— Foi bom isso, habiba.

— É, foi arrebatador.

— Mas o que fizemos é muito arriscado, imagine se a senhora minha mãe resolve caminhar por esses lados. — Rimos juntos.

— Seria um desastre total encontrar o seu magnífico filho fodendo uma serviçal.

— Não seria muito correto, mas você não é mais uma serviçal.

— Acho melhor o senhor ir, não quero causar mais problemas do que os que causei. — Ele levanta e arruma suas roupas. Fico ali sem forças para levantar.

— Procure-se manter longe de encrenca, Tayla.

— Dessa maneira, seria outra pessoa, senhor.

— Gosto do seu senso de humor. Ahh... quase me esqueci, quero que você ajude a Laila essa noite, deixe-a deslumbrante que hoje ela vai perder sua pureza. E sem artimanhas... — Se eu tivesse algo ao alcance das mãos teria lançado sobre ele. Acredito que ele faz isso de propósito, só para me manter oscilando entre o amor e o ódio.

Depois da raiva, eu sorrio, porque eu sinto que de algum jeito, ele gosta da minha presença. Nunca ouvi falar que o sultão esteve se esfregando com mulheres pelo corredor.

Nem quero sonhar demais, saio aos pulos de volta a minha ala. Minhas chances de carregar um herdeiro estão crescendo e por enquanto só nasceram mulheres nesse palácio.

A ÚNICA DO SULTÃOWhere stories live. Discover now