CAPÍTULO 11

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Adoro um capítulo ping-pong. Acho que se aprende muito das pessoas em diálogos longos, onde um fala e outro responde sem pensar muito. No capítulo anterior eu me convenci que há uma conexão real entre Tayla e o sultão, e mais, essa conexão está tomando uma proporção maior a cada interação deles. Só ainda não sei se isso é bom...

Como nem tudo na ficção é exatamente igual a realidade, eu criei todos os momentos que aconteceram nesse evento beneficente. Nem sei se lá pelas Arábias existe amor ao próximo, esses sentimentos humanitários. Foi mesmo com a intenção de colocar outro ponto de vista para nossa linda protagonista. Achei até perigoso, porque ela já tem a mente criativa demais...


Acordo lentamente e quando me mexo sinto um braço me envolvendo. Estou na cama do sultão, dormi ali e isso me desestabiliza emocionalmente. Uma coisa é sexo, outra bem diferente é dividir intimidades.

— Você pensa demais, Tayla.

— Como sabe que eu estou pensando?

— Ficou tensa de repente.

— Não foi porque eu pensei, foi porque eu senti. — Ele sabe do que estou falando, porque faz um movimento sensual esfregando seu membro duro em mim.

— Eu te intimido, habiba? — Ele ergue minha perna e sua mão procura meu sexo. — Você está molhada, passou a noite toda assim? — Eu viro na cama, ficando de frente para ele. Levo suas mãos em meus seios e ele aperta meus mamilos duros.

— Você está descansado agora? — Ele me faz ver estrelas quando desce a mão para meu sexo enfiando dois dedos dentro de mim.

— Eu nunca estive cansado, só queria um tempo para nós dois que não fosse sexo.

— Mas agora eu preciso de mais... assim Said, assim... — Me contorço em seus dedos ágeis e ele investe no meu prazer.

— Goza para mim, goza, Tayla. — Eu não tenho como negar a ele meu orgasmo, puro, intenso e avassalador. Ele tira os dedos e encaixa seu pênis no lugar, elevando o meu prazer. Said não tem pressa, me fode energicamente e eu mais uma vez estou inteira nessa relação que só existe na minha cabeça.

É a primeira vez que ele me toma porque me deseja, é a primeira vez que ele tem a iniciativa de me possuir e quando ele explode, eu sei que terei que aguardar a minha vez novamente, porque ele é dono de um harém.

Nem bem acaba, ele me puxa para o banheiro. Tomamos um banho juntos e isso é mais uma intimidade que não nos cabe.

Quando saímos de lá, um café da manhã nos espera na mesa.

— É sempre assim que funciona?

— Se eu disser que é, ficará triste? — Sento na mesa e pego um cacho de uvas.

— Acho que não existe nada inédito em sua vida.

— Se engana, existe sim. — Ele pega uma caixa no móvel da entrada e me entrega.

— Abre. — Eu abro e me deparo com uma pulseira maravilhosa de pedrinhas vermelhas.

— Joias no café da manhã é inédito.

— Acha que mereci? — Tudo para ele é como uma troca.

— Sim, por tudo o que aconteceu, seu comportamento, sua doação, o modo como agiu quando eu menti que estava cansado e mesmo agora de manhã quando abriu as pernas para mim. — Olho para a pulseira em minhas mãos.

— O senhor não faz nada impulsivamente? — Fecho a caixa e devolvo no mesmo lugar, sob o seu olhar contrariado.

— Impulsividade é para pessoas como você, que tem a ousadia de ignorar um presente do sultão.

— Parece que fiz sexo em troca de algo.

— E não foi assim? — Levanto da mesa e me arrumo.

— A única coisa que eu quero de você, é o que você não pode me dar.

— Pegue o seu presente. — Ele fala com a boca crispada e eu pego a caixa.

— Tudo bem, acho que mereci mesmo. Tenha um bom dia, Said... — Falo alto seu nome de batismo e saio em direção a minha ala.

Vejo que todas ainda dormem, me troco e deito na cama.

— Parece que a noite foi uma criança.

— Nem te conto, Aisha. Agora preciso descansar. — Fecho os olhos e durmo pesadamente.

Acordo após o meio-dia com uma ideia fixa na mente.

Pego um papel e uma caneta, faço uma planilha e na semana que se seguiu fui colhendo informações entre as candidatas a favorita do sultão. Ajo despretensiosamente, entre uma conversa aqui e ali, sem nenhuma delas aparentemente descobrirem que estavam sendo estudadas.

Fico surpresa com o que a minha pesquisa me mostrou.

Também fico surpresa quando as minhas regras não acontecem. Tudo que eu não quero agora é engravidar do sultão. Não agora que eu tenho algumas desconfianças e quero tirar a limpo.

A ÚNICA DO SULTÃOWhere stories live. Discover now