CAP 2 - New Girl

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— Eu tenho mesmo que fazer isso? — resmunguei encarando Peter com uma cara feia. Ele sorriu.

— Kate queria que tivéssemos uma vida normal aqui —  ele começou. — E vida normal inclui escola.

— Sabe, eu sou 3 minutos mais velha, você deveria fazer isso, por que tem que se safar dessa? — continuei a resmungar, eu não estava  nada afim de fingir ser uma garota com uma vida normal, é cansativo!

Ele suspirou. — Você sabe o  porquê. Eu preciso dos dois empregos para manter o trailer e nos alimentar sabe, só para sobrevivermos. Aliás, a grana que roubamos do casal esquisito em Montana não irá durar para sempre.

— Argh, tudo bem. — resmunguei pela terceira vez em menos de dez minutos, acho que é um record. — Mas você me paga sua praga! — abri a porta da lata velha alugada e tentei não bater com tanta força, vai que aquela porta despenca. Sobre o carro roubado? Nós demos um jeito, não queríamos rastros, então colocamos ele para nadar no lago dos amantes.

E eu tenho sempre que ficar com as piores partes.
O colégio parecia assustador, nem me fale da papelada que tive que assinar após o teste para a diretora finalmente liberar para ir assistir a primeira aula. Se bem que ficar com ela a sós na sala parecia bem mais divertido do que uma sala de aula cheia.
Joguei a mochila em um de meus ombros e a senhorita Stinson me acompanhou até a sala da minha primeira aula, Biologia, onde já estariam todos sentados pois havia começado às 8h e agora já são 8:30.
O lugar era bem grande e os corredores se encontravam vazios, Sra Stinson garantiu que me enviará um dos estudantes para um tour no colégio no tempo livre, e eu rezei para que ela se esquecesse de o fazer.

— Está pronta? — Sra Stinson deu pulinhos animada antes de bater na porta. Já posso voltar para casa?

Ela ergueu as sobrancelhas e eu prendi os lábios. — É, tanto faz.

Então ela ajeitou sua saia e em seguida deu três batidas leves na porta de madeira, senti meu estômago revirar, droga, acho que eu não estava nada pronta para o que está prestes a acontecer.

— Diretora Stinson, o que devo o prazer? — um homem magrelo e alto com um bigode engraçado apareceu na porta com um sorriso gentil, o qual a mulher retribuiu.

— Elizabeth acabou de chegar, desculpa pela demora, demos uma agarrada com as papeladas! — ela passou a mão em sua testa, como se tivesse exausta e então gargalhou. Por que ela gargalhou? Sério, que pessoal mais esquisito. E para piorar ele riu, gente o que que tá rolando aqui?

— Sem problemas senhorita. — o homem deu uma piscadela e eu arregalei os olhos. Depois de mais alguns segundos encarando a diretora ao meu lado ele finalmente virou em minha direção e me analisou dos pés a cabeça, me senti um pouco desconfortável mas decidi ignorar. — Senhorita Greene, é muito bom te receber aqui, seja muito bem vinda. Pode entrar.

Ele abriu a porta e apontou para dentro da sala de aula, me dando espaço para passar. Assim que apareci em frente a porta, senti todos os olhares em mim, sem excessões, meus olhos procuraram por uma cadeira vazia desesperadamente, havia apenas uma vazia, bem a frente a uma menina ruiva, encarei a cadeira e me apressei até a mesma, me sentando e encarando o quadro negro, tentando ignorar o máximo as pessoas ao meu redor. Isso era novo para mim, e só Deus sabe como eu detesto atenção, meus dedos não paravam de bater sobre a mesa de madeira, todos estavam em silêncio, mais alguns minutos e eu começaria a morder a minha boca.

— Senhorita Greene, por que se sentou aí? — meus olhos se arregalaram em direção ao professor em pé ao lado da mesa. Jesus. Será que estou no lugar de alguém? Eu não sei como essas coisas funcionam, só sei que eu gelei e fiquei o encarando igual uma dissimulada  muda. Ele sorriu. — Não irá se apresentar?

𝖳𝗁𝖾 𝖣𝖺𝗋𝗄𝗌𝗂𝖽𝖾 • 𝖤𝖽𝖽𝗂𝖾 𝖬𝗎𝗇𝗌𝗈𝗇 (Em Revisão)Where stories live. Discover now