CAP 13 - Upside Down

720 75 71
                                    


Estava começando a escurecer, quando chegamos no trailer o sol já estava indo embora. Os meninos se juntaram na sala mais uma vez na espera de Nancy e Robin. Max estava assustada, claro, depois da experiência de quase morte qualquer um ficaria.
Sugeri que descansássemos, ou tentássemos já que não havíamos pregado os olhos por toda madrugada. Segundo Max, os pensamentos a deixaram acordada toda noite encarando o teto manchado do meu trailer.
Depois de esperar Max do lado de fora do banheiro enquanto ela tomava banho com a porta entreaberta, como me pediu, fomos para meu quarto. Ficamos com preguiça de passar em sua casa para pegar roupas limpas mesmo sendo perto, então a emprestei uma calça de moletom cinza e minha blusa do AC/DC que chegava em suas coxas.
Com ela mais tranquila consegui tomar um banho rápido, eu estava mesmo precisando disso. O meu look não foi muito diferente do seu, calça de moletom azul marinho que por sinal é do Peter.. bom, assim como a blusa preta que eu estava usando, a mesma que parecia um vestido em mim.

Max levantou o olhar em minha direção quando a porta rangeu atrás de mim. 

— Ei. — disse me aproximando. Ela sorriu de lado. — Eu só queria te entregar isso. — ergui minha mão esquerda que segurava o envelope que me dera mais cedo. Ela franziu as sobrancelhas confusa, quando olhou a parte de trás onde estava escrito meu nome com sua letra que se tocou.

— Ah. — ela disse um pouco envergonhada encarando o papel em suas mãos. — Você leu?.. — Neguei com a cabeça. Franziu as sobrancelhas mais uma vez. — Por que não?

— Olha, eu quis. O que foi bem difícil de não o fazer já que sou uma pessoa bem curiosa. Mas você disse que as cartas eram uma garantia, você está bem aqui, viva da Silva. — disse me sentando ao seu lado na cama. — Não preciso dela.

Ela suspirou e molhou os lábios encarando o teto. — Mas isso não acabou. Não vencemos ainda. Vecna ainda está por ai, eu ainda estou com a maldição. Não sabemos até quando esse lance da música vai funcionar.

— Um passo de cada vez ruiva. — a empurrei com o quadril para o lado, encostando minhas costas na cabeceira e ficando exprimida com ela na minha pequena cama de solteiro. — Não tire o mérito de hoje, confie em mim, vamos conseguir acabar com esse filho da puta. — a olhei de lado com um sorrisinho tosco e o cenho franzido. — Quando ficou tão pessimista? Está começando a parecer comigo. Pare. — ela revirou os olhos sorrindo. Encarou sua mãos e ficou em silêncio. Mordi meu lábio inferior olhando para frente, para parede e cômoda, pensando sobre o dia de hoje, procurando palavras certas para dizer. Mas não tinha palavras certas, tudo era uma merda. Respirei fundo e com o olhar ainda fixo na parede disse: — Sinto muito.

Senti o seu olhar em mim. — Pelo que?

— Pelo seu irmão. — a encarei finalmente. — Bem, meio irmão.

— Ah — ergueu as sobrancelhas prendendo os lábios. — É. Valeu. Ele era um pé no saco às vezes mas.. eu não sei. Valeu.

— Sabe, eu tinha uma irmã — sorri em sua direção. Ela não parecia estar afim de me falar sobre o seu, pode ser que não esteja preparada para isso, então mudei de assunto. Não costumava falar muito sobre Kate, talvez devesse. Seus olhos brilharam e um sorriso surpresa surgiu enquanto se ajeitava na cama para poder me encarar sem que seu pescoço doesse.

— Sério?

Assenti. — Sim. Seu nome era Katerina. Kate para os próximos. A mais velha de nós.

𝖳𝗁𝖾 𝖣𝖺𝗋𝗄𝗌𝗂𝖽𝖾 • 𝖤𝖽𝖽𝗂𝖾 𝖬𝗎𝗇𝗌𝗈𝗇 (Em Revisão)Where stories live. Discover now