CAP 12 - No Time to Die

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— Não. — neguei com a cabeça encarando Max, nem havia notado que Nancy, Robin e Lucas estavam do lado de fora do carro.

Bem ao meu lado, a voz de Peter disse: — Me fala que conseguiu alguma coisa.

Suas expressões eram soturnas, todos me encaravam esperando por uma resposta, e Deus, eu não queria ser a pessoa a esmagar o resto de esperança que havia ali, mas é um pouco complicado. "24 horas" isso estava rodando em minha cabeça. Eu não tinha uma solução agora mas eu vou conseguir, preciso.

— Merda. — fechei meus olhos deslizando meu rosto em minhas mãos sem saber o que fazer ou dizer. Max soltou o ar como se o estivesse prendendo há horas. Lucas choramingou chutando o asfalto, todos abaixaram a cabeça abalados. Mas não perdemos ainda. Ainda há tempo. Tempo bem exatos..

Todos fomos para o trailer em total silêncio, Max não mostrou reação alguma em todo o caminho, ela apenas olhava pela janela, imagino que sua cabeça esteja uma bagunça agora, é perceptível que está fazendo todo esforço para não cair em lágrimas agora. Ela era durona. Pelo menos perto de outras pessoas.

Recostei na bancada cruzando meus braços olhando para Max. Espremidos no sofá, outros no chão e por aí vai, minha sala não era muito grande mas cabia todo mundo.

— Sarah, Fred e Chrissy pediram ajuda à Srta. Kelley. Eles sentiam dor de cabeça. — Max me encarou. Os remédios. — Enxaquecas pesadas, que não passavam. Depois, pesadelos, insônia.., acordavam suando frio e aí passaram a ver coisas. Coisas ruins. Do passado deles.

O acidente com o carro..

— E essas visões ficavam cada vez piores, até que uma hora.. tudo acabou.

Meu estômago revirou ao me lembrar da cena. Da sensação que tive quando ele agarrou minha mão. E só de imaginar que isto estava acontecendo com Max esse tempo todo.. ainda não caiu a ficha.

— Mas isso não vai acontecer com você, vamos dar um jeito, não é? — Lucas me encarou, como se eu tivesse todas as respostas. Mas adivinha, eu não tenho.

— Nós não temos tempo! — Max falou um pouco impaciente. — As enxaquecas começaram exatamente seis dias antes deles morrerem.. eu as tive 5 dias seguidos.. mas então elas pararam de repente..

— O dia em que eu cheguei em Hawkins. — ergui o olhar em sua direção. — Foi quando elas pararam.

Max franziu as sobrancelhas. — O que? Como sabe disso?

— Ele me disse. — respondi. — Bem, não exatamente. Nos primeiros dias ele entrou em contato comigo através de meus sonhos. A primeira vez foi na escola.

— Aula de química.. — Dustin me encarou e eu assenti. — Você murmurou palavras estranhas..

— Mas foi algo meio avulso, ele dizia coisas sem sentido, palavras pela metade.. — prossegui gesticulando com as mãos. — Depois de cinco dias ele voltou, disse algo sobre se recarregar por dias para que pudesse estar ali conversando comigo, precisava de bastante poder para entrar em minha mente, talvez pelos meus poderes eu não sei. Disse que teve de adiar algumas coisas para que a conversa acontecesse sem interrupções.

— Então ele me adiou. — a voz de Max vacilou, ela forçou uma risada. — Eu devia agradecer ou algo?

— Vem tendo esses pesadelos há tempos e não disse nada? — Dustin questionou com o tom mais alto, entendo sua indignação.

— Eu não sabia o que significavam. E sinceramente, depois da vida que tive, sonhos estranhos não são lá uma novidade! — passei a mão em meu cabelo o jogando para trás. — Tudo fez sentido hoje de manhã quando eu vi o corpo de Fred naquela rodovia. Percebi que não era apenas um sonho, foi quando eu achei que eu era a próxima. Tudo se encaixava. As visões, pesadelos, coisas do passado.. mas como podemos ver eu estava errada. — soltei um riso fraco. — Pensei que podia entrar em sua mente, descobrir algo sobre seu passado, quem ele é, de onde veio, algo útil que nos ajude a impedi-lo ou matá-lo, mas era como procurar uma agulha no palheiro. Entrar em mentes é complicado, ainda mais quando não se sabe o que está procurando exatamente. Eu não tinha muito tempo, sua mente era confusa e bagunçada, tudo que consegui foram alguns flashs. Uma casa bonita e um jardim verde. Tinha uma família e aranhas. Um céu azul em Hawkins. E num piscar de olhos o asfalto se abrira em um grande e profundo portal.. como se conectasse esse outro mundo no nosso. Monstros por todos os cantos, pessoas assustadas.. era como o apocalipse.

𝖳𝗁𝖾 𝖣𝖺𝗋𝗄𝗌𝗂𝖽𝖾 • 𝖤𝖽𝖽𝗂𝖾 𝖬𝗎𝗇𝗌𝗈𝗇 (Em Revisão)Where stories live. Discover now