Capítulo 7 - Começo dos problemas

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Finalizo o dia no trabalho cansada e me lembrando que preciso ligar para Sabrina. Suas mensagens ríspidas são sinal de carência. Rezo para não querer uma videochamada, combinei com Namjoon de esperá-lo na casa dele. Aparentemente tem algumas coisas que vai guardar por lá. Chegando a casa dele, parece mais familiar para mim do que deveria. Havia algumas louças fora do lugar e uns livros ,aparentemente novos, perto do sofá. sua cama está desarrumada só para variar. Como hábito, me pego guardando e arrumando as coisas. Após finalizar me pego apreciando a vista de sua varanda. Não é uma paisagem tão linda quanto a do restaurante, no nosso primeiro encontro. Porém só de poder olhar para o céu e conseguir enxergá-lo sem nenhum arranha céu, já me tira o fôlego. Algumas estrelas tímidas que surgem, hoje durante o dia o tempo melhorou bastante, mas ainda está bem fresco, pois a semana inteira foi chuvosa.

Saio do banho a procura de alguma coisa para vestir, o celular começa a apitar revelando uma ligação de Sabrina. Pego uma das enormes camisas de Namjoon, visto as presas e puxo então a poltrona da escrivaninha. Coloco próxima ao pé da cama, ficando de frente para varanda. Olhar aquele lindo mar de estrelas crescer aos poucos estava me fazendo bem.

- Oi Amore! -Atendo analisando camisa azul linda, com estrelas nas mangas, na qual peguei emprestada. Sento apoiando meus pés na cama. -Estava com saudades.

- Deixa de ser mentirosa, me prometeu que ligava a duas semanas. -reclama do outro lado com uma voz firme, mas sei que está fazendo bico. - Isso não se faz, nem mensagens você manda.

- Acabei me enrolando com o trabalho e...

- Trabalho? Isso está me cheirando a homem. Some no meio das conversas, conta as novidades pela metade, quase não tem crise de choro por estar sozinha. Posso fazer uma enciclopédia com as suas mudanças.

Essa é a hora que odeio Sabrina por me conhecer tão bem.

- E eu posso fazer outra com a quantidade de reclamações que ouço, sua rabugenta. Senhora idosa.

- Me respeita anã de jardim, foi só sair de casa que ficou abusada. -depois de alguns segundos em silêncio nós caímos na risada. temos três centímetros de diferença, mas ela faz parecer metros. - Sinto saudades... Ainda falta muito para voltar?

- Sim...

Confesso sentindo meu coração apertar. Tinha uma passagem de ida comprada desde o natal passado, pegando poeira na gaveta a nove meses, a data está para daqui a dois meses. Quando for a festa de bodas de casamento dos meus pais. A ideia é ir e não voltar mais.

- É bom ouvir isso, mas... -ouço um pouco de tensão em sua voz um suspiro. - Não sei se deveria voltar. Nossas mães fizeram amizades novas em uma de suas viagens. Agora estão com umas ideias loucas, eu tenho que arrumar um namorado, enquanto você que quase noivou...Tem que casar de verdade e ter filhos.

- Entendi, as novas amigas já são avós?!

- Sim, ou a filha namora alguém que consideram importante.

- Nada mudou então. Nossos pais ainda querem escrever como será nossa vida inteira. -digo apoiando minha cabeça nas costas da poltrona.

Amo os meus pais, não são pessoas más, mas esse hábito deles de ter tudo sob controle é cansativo.

- Quis ligar e falar logo com você porque descobri que eles pretendem te apresentar a alguém. Já me apresentaram a um rapaz, por isso eu sei. Acreditam que se o Carlos te convenceu a sair do país, um outro homem pode fazer o contrário.

Tinha esperança que fosse uma conversa animada, mas não.

- Ele me convenceu a vir para a Coreia, sair do país sempre foi minha ideia. -dito irritada. -Sem contar que nós terminamos muito antes da viagem. Será que não enxergam que fui embora, porque quis. Se eu voltar não será a mesma coisa. Só sinto falta da facilidade em ver minha família, das reuniões, da praia, no trabalho estou muito bem por aqui.

Paixão via bilhetesWhere stories live. Discover now