Paz

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Arthur

Arthur estava com seus olhos perdidos naquelas memorias, enquanto passava seus dedos suavemente sobre a cicatriz em sua testa falou:

— Como tiveram coragem de vir para a mesma cidade que aquele insano do Mefisto?

— Por um motivo muito similar ao seu, nós sabíamos da condição em que você o deixou após aquele massacre criado por ele, então nos responda: que mal um homem cego e que mal consegue sobreviver pode nos causar? – Falou Louise.

— Nenhum. – Respondeu Noah.

— Agora entendo por que parecem tão solidários a mim... espero podermos nos aproximar, na realidade nem deveríamos ter nos afastado depois daquela noite.

— Concordo, e qualquer coisa que pudermos ajudar com a infelicidade que ocorreu hoje estamos a disposição – Falou Noah.

— Não, obrigado, mas no momento não preciso de ajuda. – Arthur falou rispidamente se lembrando que Moriarty, o filho de Noah e Louise poderia ser o culpado. – E se me permitem, já tomei muito do tempo de vocês, devo partir agora. Louise a comida estava ótima, obrigado e perdoem-me pelo trabalho.

Desta forma se levantou e se insinuou em direção a cozinha, mas antes que pudesse ir, Noah se levantou e pegou o prato das mãos dele, ao mesmo tempo que falava:

— Se me permite eu levo para você.

— Eu vou acompanha-lo até a saída, espero que quando eu voltar esse prato esteja limpo senhor Noah. – Dizia ela sorridente.

E assim junto de Louise, Arthur caminhou até a porta, no momento em que se despedia uma dúvida brotou em sua mente e logo foi dita:

— Eu sei que o Moriarty viajou... – Arthur disfarçava a estranheza por saber que Moriarty estava na cidade – Mas vocês não se preocupam de deixar um garoto tão jovem viajar de forma impulsiva?

Louise sorriu e respondeu:

— Arthur, naquela noite em que nos confrontamos eu posso ter conversado menos com você após tudo que ocorreu, mas tenho certeza que você possui um olhar aguçado, então me responda: você acha que eu deveria me preocupar com ele?

Nesse instante ambos se olhavam olho no olho, Arthur sentiu-se paralisado por um instante até que finalmente conseguiu falar:

— Um filhote de tigre, estou certo? – Dizia se referindo a Moriarty.

— Me orgulho em dizer que ele puxou o melhor de mim e do pai dele – Louise falava enquanto concordava com a cabeça.

E foi desta forma que Arthur partiu, sob o olhar perfurante daquela tigresa que escondia suas garras e com um único pensamento em mente: "Um filhote de tigre não parece tão baixo quanto você Moriarty, um filhote de cobra nascido de tigres, isso sim!"

Ao entrar no carro, distraído por tal pensamento que se fixou em sua mente, uma voz suave, gentil, mas maliciosa surgiu do banco de trás:

— Então vocês se conheciam? Que brigada é essa que vocês falaram?

Com um impulso furioso Arthur simplesmente virou-se com a mão mirando o pescoço envolto de sombras de Moriarty e foi como se um espirito vingativo agarra-se o frágil pescoço do jovem Moris. Os olhos de Arthur queimavam em fúria enquanto ele puxava Moriarty mais para perto podendo assim ver a face dele, um sorriso de ponta a... quase ponta, por alguma razão a bochecha direita de Moriarty estava levemente inchada, o impedindo de sorrir completamente, na testa do jovem também existia um grande galo, haviam alguns cortes em sua boca, porem mesmo com todos estes ferimentos Moriarty se recusava a tentar resistir e apenas mantinha aquele sorriso em sua face.

A Minha PazWhere stories live. Discover now