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"Você é tudo que importa pra mim, sim."

All That Matters,
Justin Bieber.

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Point of view: Any Gabrielly.

Alex estava dentro do quarto nesse momento e eu estava do lado de fora apenas esperando o seu aviso de que eu poderia entrar. Ele disse que iria tirar a Sabina de lá, sem contar para o Noah que eu estava aqui. Pelo o que eu entendi, as irmãs do Urrea estavam fazendo o possivel para passar mais tempo com ele e distrai-lo e isso estava dando certo. E eu fico feliz, a última coisa que eu quero ouvir novamente é que Noah está no hospital por causa de outra overdose. Espero que ele não torne a fazer isso novamente.

Alex abriu a porta do quarto e a Sabina saiu logo atrás dando um pequeno pulo de susto ao me ver encostada na parede em frente a porta. Ela sorriu e veio me abraçar. A última vez que nos vimos foi quando ela estava no hospital, depois disso apenas trocamos mensagens e mal conseguíamos nos falar. Ela estava cuidando do Noah e eu tenho horas contadas para mexer no meu celular, segundo o meu pai, eu perdi a minha liberdade por ser "rebelde" demais. Em outras palavras, perdi a liberdade por não fazer o que ele quer.

___ Eu estava com saudades, Elly -a loira soltou do abraço ___ Sinto muito por estar ausente, as coisas tem sido corridas aqui, eu preciso dividir a minha atenção entre o Noah, a Wheezie e o Alex.

___ Eu entendo, Sabina -respondi sorrindo sem mostrar os dentes ___ As coisas também não tem sido como eu planejei, eu não consigo falar com os meus amigos direito se eles não pularem a janela do meu quarto pra me ver.

___ Eu sinto muito - Sabina mordeu o lábio inferior. ____ Eu estou feliz que você veio ver o Noah, mas como fez pra vir até aqui?

___ É uma história complicada -deu um riso nasal. ___ Eu posso entrar? -me referi ao quarto do Urrea mais velho.

___ Claro! -sorriu abertamente. ___ E eu sei que você deve estar chateada, mas ele está tentando melhorar e até me pediu para ajudar ele. Sei que não anula nada do que ele fez, mas eu achei que você deveria saber.

___ Obrigada por me avisar -sorri e segurei a maçaneta da porta. Era agora ou nunca

Não esperei nada, porque se eu fosse criar coragem, eu nunca entraria aqui dentro. Então, eu apenas adentrei no quarto fechando a porta atrás de mim logo em seguida. Os momentos seguintes pareciam ter acontecido em camera lenta, Noah me encarou com uma expressão surpresa e eu me encostei na porta como se estivesse sendo prensada. Nada está saindo como o planejado, mas eu já estou aqui, não tem mais volta.

Sua pele estava pálida e seu rosto transparecia cansaço, ele estava sentado em sua cama com um cobertor sobre suas pernas e dois travesseiros em suas costas o fazendo se manter sentado. Em seu criado-mudo havia diversos remédios e uma jarra de água com um copo ao lado. As coisas estavam em seus devidos lugares, com certeza não era o Noah quem estava cuidando de suas coisas, se não teriam diversas roupas em um canto específico e uma falha tentativa de manter o quarto arrumado. Pelo menos, era assim que o quarto estava quando eu vinha passar meus dias com ele.

Ele mantinha seus olhos fixos em mim e eu tentava ao máximo não demonstrar o quão intimidada eu estava me sentido. Caminhei vagarosamente até a cadeira ao lado da sua cama e me sentei. Automaticamente seu perfume invadiu as minhas narinas e eu fechei os olhos no mesmo instante, tentando matar a saudade que nem eu sabia que estava sentindo

___ Como se sente? - perguntei colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.

___ Melhorando aos poucos -respondeu no automático, com certeza essa resposta estava programada para toda vez que alguém o fazia essa pergunta ___ E você?

___ Bem -encolhi meus ombros.

O silêncio constrangedor se instalou no local e eu senti uma imensa vontade de dar mela volta e ir embora. Suas iris verdes passeando por todo o meu rosto como se estivesse fotografando todos os mínimos detalhes dentro de sua mente, a boca entreaberta e o cenho suavemente franzido como se estivesse completamente confuso. Seus cabelos levemente bagunçados e aquela carinha de sono, aquilo estava acabando com toda a barreira que eu havia construido antes de criar coragem de vir até aqui. Meu pé começou a balançar freneticamente, eu estava totalmente vulnerável ao seu lado e até mesmo uma criança conseguiria perceber isso.

___ Sinto sua falta - sussurrou me fazendo voltar a realidade. ___ Me desculpa - seus olhos encheram de água e eu precisel desviar o olhar.

___ Por que fez aquilo? - tentei soar firme, mas a minha voz falhou

___ Eu era uma pessoa diferente, fiz aquilo só por diversão - começou explicando. ___ Mas eu juro por tudo, eu me apaixonei por você, tentei de todas as formas evitar e negar o que eu estava sentindo, só que já era tarde demais, eu estava louco por você. -respirou fundo. ___Confesso que no começo a minha intenção era uma das piores, mas quando nos aproximamos, a última coisa que eu queria era machucar você. E eu tentei contar, mas eu fui covarde e não consegui.

___ Preferia que tivesse sido honesto comigo desde o início -passei a mão sobre o meu rosto limpando algumas lágrimas que insistiram em cair. ___ Tem noção do quanto eu confiava em você? Você viu o que aconteceu com todas as pessoas que mentiram pra mim e viu o estado em que eu fiquei, e mesmo assim você não foi sincero comigo, ia doer muito menos ouvir da sua boca.

___ Eu sei, eu não sei o que eu faço pra você me perdoar - fechou seus olhos com força. ___ Eu quis tanto ser uma pessoa melhor pra você, fiz tanta coisa pra compensar a culpa que eu estava carregando dentro de mim, mas nada adiantava. Eu preciso que você acredite em mim.

Mordi o interior da minha bochecha, eu não queria acreditar nele, mas a porra do meu estômago estava cheio de borboletas sobrevoando e fazendo com que meu coração automaticamente disparasse à cada palavra que o Urrea proferia, e então, chegando no meu burro cérebro que dizia que eu devia acreditar no que ele dizia e nos meus traumas me alertando de que aquilo não passava de falsas palavras. Razão e emoção lutando uma contra a outra.

___ Eu também escondi algo de você, então no final, acho que estamos quites - desviei o meu olhar para a janela ___ Não é algo comparado com uma aposta, mas ainda sim, é uma coisa importante que eu não contei pra você.

___ Você quer me contar? - Noah arriscou segurar a minha mão e eu deixei. Queria tanto sentir seu toque na minha pele novamente que nem me importei com o fato de ainda estar magoada com ele.

___ Vou me casar em alguns dias - soltei de uma vez ___ Meu pai arranjou um casamento pra mim, você sabe, tudo pelo dinheiro - ri sem humor algum. ___ E agora estou sendo obrigada a me casar com o Peter, minha mãe disse que daria um jeito, mas o meu pai consegue tudo o que ele quer. Então, antes que você descubra por outra pessoa, estou te contando.

___ O que? -travou seu maxilar. ___ Seu pai está te obrigando a casar com o Collins por dinheiro? Só pode ser sacanagem - ele tentou levantar da cama, mas logo caiu novamente ___ Quantos dias?

___ Daqui à duas semanas, na verdade - ele apertou sua mão na minha. ___ Somos um jogo perdido, Noah.

___ Eu sei que vacilei, mas eu estou disposto a começar tudo do zero por você. - falou ___ Não vou te perder por um casamento arranjado, não mesmo. Eu faço qualquer coisa pra ser o seu homem, eu mudo o que tiver que mudar, eu brigo com qualquer pessoa, eu faço de tudo. Só se você me falar agora que não quer que eu lute por nós dois, então eu largo de mão e me viro pra te tirar da minha cabeça, caso contrário, nada vai fazer com que eu desista de você.

Eu beijei o dorso da sua mão e me levantei caminhando até a porta

___ Você tem uma última chance - foi a última coisa que eu disse antes de abrir a porta e sair do seu quarto.

Última chance!


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Desculpa se tiver algum erro:)

𝘈 𝘢𝘱𝘰𝘴𝘵𝘢 ( 𝘯𝘰𝘢𝘯𝘺)Onde histórias criam vida. Descubra agora