Imagines | Eddie Munson

Esconderijo

S/n havia brigado com seu irmão, Billy Hargrove, mais uma vez. O garoto havia explodido na frente de todo mundo do colégio, gritando com ela como se fosse seu pai.

Ela é conhecida por Hawkins por ser temperamental, briguenta, mas também não tinha quem não notava a mudança de comportamento da garota quando se trata de sua família. S/n se envergonhava por isso.

Assim que Billy saiu cantando pinel do estacionamento do colégio, S/n enxugou as pequenas lágrimas que escorreram por seu rosto e saiu em passos apressados e com sua cabeça abaixada até a floresta perto do colégio, havia um pequeno e abandonado bosque ali por perto. Ela mataria aula naquele dia, não é como se fosse a primeira vez fazendo isso, e se isso a fizesse repetir de ano, também não seria a primeira vez.

S/n acendeu seu cigarro e começou a tragar, esticando as pernas em cima do banco que ela costumava se sentar quando momentos assim aconteciam, e acredite: aconteciam com frequência, e a última coisa que ela gostava de fazer é ficar no meio das pessoas nesses momentos, pois sabia como ela era insuportável quando estava mal com algo, e não queria descontar a raiva dos outros.

Minutos se passaram e o silêncio foi cortado por barulho de pés pisando nas folhas secas, S/n virou a cabeça e viu uma figura familiar se aproximando. As botas pesadas, as correntes na calça e a blusa do Clube Hellfire. Eddie tinha um sorriso pequeno nos lábios e parou por uns instantes, erguendo a mão como um cumprimento, como se pedisse permissão para se aproximar.

– Oi.

– Oi.

Eddie se sentou ao seu lado, as mãos nos joelhos e o cabelo armado em movimento ao seu redor.

– Já te falei sobre meu último sonho? – Começou e ela uniu as sobrancelhas.

– Acho que não.

– Aquele em que eu soco a cara do Billy até ele perder a consciência, sabe... A cada dia que se passa eu acho que ele está mais próximo de se tornar realidade.

Ele deu de ombros, falando sobre seus desejos por violência com tranquilidade. S/n ri, jogando o cigarro no chão e pisando em cima.

– Não vale a pena, eu te garanto, sem falar que...

Ela parou por alguns segundos, Eddie se virou cruzando os braços.

– Que?

– Que Billy tem um porte físico... Maior que você.

– E? Eu me garanto em uma briga com ele. – O metaleiro estufou o peito, confiante.

– Claro, Eddie.

Satisfeito com o sorriso estampado no rosto de S/n, Eddie pegou em suas mãos, as acariciando.

– Me promete que vai parar de se esconder, do Billy, de mim, das pessoas em geral. Tem que parar de ir guardando seus sentimentos para si mesma até eles transbordarem.

– Que palavras bonitas, Munson, mas... Você sabe que eu não me escondo de você, antes eu tentava, mas você sempre sabe onde me achar.

Com seus dedos entrelaçados, Eddie inclinou o corpo em sua direção, fazendo você erguer a cabeça. Ele queria olhar em seus olhos.

– É que... Não acho justo rirmos juntos, escutar música juntos... Mas você chorar sozinha.

Com sua fala, os olhos de S/n se encheram de lágrima.

– Eu te amo, Eddie Munson.

– E eu te amo, S/n Hargrove.

Ele a puxou para um abraço, dando um beijo no topo de sua cabeça.

– Você vai se esconder, por uma última vez, só que comigo. E quando se sentir melhor... Vamos tomar um sorvete.

– E a escola? – Perguntou S/n, sentindo o perfume bom do garoto impregnado em sua camisa.

– Ela fica pra depois, já desistiu de nós mesmo.

S/n deu risada e permaneceu nos braços dele, tendo certeza que no meio de todo caos que era sua vida e seus sentimentos, era para Eddie que ela deveria olhar no meio da fumaça e encontrar seu conforto.