CAPÍTULO 57

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12:16

E assim, começou a corrida atrás do Deku. "Meu amor... Onde você tá?", pensei

"Vamos atrás dele", o rapaz diz

"A psicóloga chegou"

Assim que viro para ver a psicóloga, vejo que era ela, é, era a Uraraka.

"Bakugo?! O que você tá fazendo aqui?!", ela perguntou

"Me ligaram para ajudar o Deku"

"Hum. Bom eu já estou aqui, pode ir se quiser"

"Olha, Uraraka, faz o seguinte, eu não tô aqui pra discutir com você, não no ambiente de trabalho do Deku, não em um momento em que ele precisa, tanto de mim, quanto de você. Não foi pra isso que eu vim aqui. Vim para ajudar ele e acredito que você também, agora, se você quiser agir que nem uma criança e ficar implicando comigo, é melhor vazar daqui. Eu não vou embora, se você tá incomodada com a minha presença, acho que sabe onde fica a saída"

"... Tá"

"Estamos tentando achar ele"

"Não sabem onde ele está?"

"Não. Cheguei aqui e ele já tinha sumido"

"Que droga"

"Poise"

Quando estava prestes a começar a procura por ele, escuto um choro, o choro dele. "Ouviu isso?", pergunto

"Ouvi"

Estava vindo do lado direito do corredor, e lá fomos nós, iniciando a correria por ele.

"Deku!", ela gritou

"Não grita! Ele vai ficar mais assustado"

Depois de correr um pouco, percebemos que o choro vinha de uma sala, onde era o banheiro.

"Acho melhor, você abrir a porta", ela disse

"Tem certeza?", pergunto

"Tenho. Talvez ele queira ver mais você, do que eu"

"Tá bem"

Meu coração palpitava mais e mais rápido, como um trem desgovernado. Não sabia com que cena, poderia me deparar, eu estava com medo, mas ao mesmo tempo, com uma vontade imensa de abrir aquela porta. Então, respiro fundo e a abro.

 Então, respiro fundo e a abro

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"Deku..."

Ele me olha de canto e se assusta. "Kacchan?!", ele diz

Meu coração nunca havia ficado tão apertado, quanto nesse momento. Sentia como se facas estivessem o perfurando, lentamente.

Apenas me jogo ao chão e trago Deku para os meus braços. Ele se aconchega em meu colo e começa a chorar mais.

Entre lágrimas e soluços, ele diz "E-eu não fui capaz de salvar ele!... Que porra de médico eu sou?!"

"Deku, tá tudo bem... Por mais que sua profissão, seja salvar vidas, nem sempre você vai conseguir alcançar isso. É pra isso que você trabalha e estuda? Sim, só que se for a hora de uma pessoa, não há nada que você possa fazer", Uraraka diz

"Como eu vou contar isso pro Fuyuki? Como vou contar pra ele, que sou um completo incompetente"

"Não importa o que você diga, não vai conseguir consolar ele, agora", digo

Eu entendo ele... Durante muito tempo, tudo que eu quis, era um colo no qual eu pudesse chorar e colocar toda minha raiva e angústia pra fora, mas isso nunca foi me dado, ou talvez eu só não soubesse pedir, não sei... Apenas sei que é isso que vou oferecer ao Deku.

Comecei a passar a mão por seus cabelos e distribuir beijos por sua testa, só que nada adiantava, ele parecia chorar mais e mais, mal sabia eu, que a situação ficaria ainda pior. De repente, ele se afastou de mim e quando percebi, ele estava com dificuldades para respirar. Estava pálido e trêmulo.

"E-eu não consigo... Respirar", ele disse, com dificuldade

"Ele tá tendo uma crise de ansiedade, Bakugo!", disse Uraraka

Uraraka foi pra cima dele e tentou acalmá-lo a todo custo e por alguns instantes, eu não conseguia ouvir nada, era como se alguém estivesse tapando os meus ouvidos. Eu via ele se desesperando para respirar, via o medo na feição da Uraraka e eu estava paralisado no chão, imóvel, sem nem se quer, pensar em algo. Mas de uma coisa, eu sei, eu estava com medo.

Quando vi, lágrimas começaram a escorrer pelos meus olhos, eu estava em desespero. Patético... Simplesmente patético. Ele estava naquela situação e eu ali, parado, sem mover um músculo. Me senti tão incompetente naquele momento, tão... inútil.

Assim que voltei para a realidade, Deku não estava mais pálido, estava roxo, ele realmente não estava conseguindo respirar. Apenas pulei em sua direção e o agarrei. O agarrei e comecei a chorar junto a ele. Aquilo me doía... Doía muito.

"Ah, meu amor... Se eu pudesse, tirava toda essa sua dor e guardava pra mim, só pra te ver bem"

Peguei sua mão e comecei a acariciá-la. "Vai ficar tudo bem", eu repetia em seu ouvido

De repente, Uraraka vem correndo e injeta uma seringa no braço dele. Alguns segundos depois, ele adormece.

"O que você fez?!", pergunto

"Injetei sedativo nele"

"Entendi. Precisamos tirar ele daqui"

"Eu sei. Você carrega ele?"

"Carrego. Vou levar ele pro carro e depois, pra casa"

"Pra sua casa?"

"Sim"

"... Tá bem. Bom, é com você daqui pra frente, mas por favor, me avise assim que ele estiver melhor. E se não for muito incômodo, eu gostaria de ver ele"

"Quando ele acordar, podemos ver isso"

"Está bem"

Você... Tem sorte de eu ser paciente! (BakuDeku Au) Where stories live. Discover now