CAPÍTULO 58

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"Doutor Midoriya"

"Eu"

"Acho que já está bom"

"Ainda não! Preciso chegar aos cento e vinte"

"Doutor ele não move nem um músculo"

"Mas pode mover daqui a pouco"

"Doutor!"

Silêncio

Midoriya retira suas mãos de cima do peito do senhor e abaixa a cabeça.

"Eu sinto muito doutor, mas... Ele se foi"

Midoriya continua de cabeça baixa, porém começa a tremer.

"Não... Não..."

"Doutor Midoriya?"

"Eu não acredito que consegui perder um paciente"

"Não fique assim doutor Midoriya. O senhor fez o seu melhor"

"Eu não consegui... Eu não consegui salvar ele... O que foi dizer pro Fuyuki?... O que vou dizer para o filho dele"

"Nem sempre dá pra salvar todo mundo doutor Midoriya..."

"Mas eu... Eu..."

"Não foi culpa sua"

"Mas eu... Eu devia ter me esforçado mais. Se eu tivesse percebido antes, talvez ele ainda estivesse aqui"

"Doutor Midoriya..."

Midoriya se afasta do corpo do senhor e se encosta na parede, colocando as mãos na cabeça e começando a chorar.

"Precisamos de um psicólogo! Liguem para um psicólogo!"

"Oh pobre Izuku... Tão incapaz, tão incompetente... Tão inútil! Não é de se surpreender, o fato de não ter sido capaz de salvar um mísero paciente. Tantos anos na faculdade, para no final, não ser competente o suficiente para salvar um paciente. Que tipo de médico você é? O que é pago para salvar vidas e não consegue fazer isso? *risadas* Você é mesmo patético! Nunca foi capaz de nada e agora, porque passou alguns anos estudando, acha que tem capacidade de ajudar alguém"

Palavras como estas, ficavam ecoando na cabeça de Izuku. "pobre Izuku..." aprofundado na escuridão de sua própria mente, a qual lhe fazia pensar em coisas horripilantes.

Izuku se encontrava em um estado de pura culpa, sentindo-se incapaz de exercer a própria profissão, a qual sempre sonhou em realizar.

"Foi por isso que você chegou até aqui? Para, em uma situação como essa, fracassar vergonhosamente? Você é patético mesmo"

As vozes na cabeça de Midoriya, não tinham piedade. Mais e mais culpa, era jogada em suas costas. Até chegar a um ponto, em que o pobre Izuku não aguentara mais tanta pressão. Surtou. Levantou-se e foi correndo para o banheiro, com as mãos em seus ouvidos, tapando algum tipo de voz, que somente ele escutava.

Chegou ao banheiro e ali mesmo se trancou, ficando só, com todos os seus pensamentos que o torturavam de dentro para fora.

Alguns minutos depois, ouve passos de uma ou duas pessoas, correndo em direção ao banheiro e um tempo depois, abrindo a porta do mesmo. Era ele, era o "Kacchan".

Após um momento, de um grande choque de realidade, Katsuki se atira ao chão e puxa Deku para seu lado. Embora os braços de Kacchan, fossem extremamente confortáveis, Izuku não conseguia acalmar a tempestade que estava em seu coração e mente.

Depois de um pequeno diálogo entre ele, Bakugo e Uraraka (que também estava presente, mas não era de grande relevância para Deku), Izuku sente seu coração mais apertado que antes.

"Não consegue respirar... Não, ele não consegue respirar"

Izuku sente seu coração se apertando mais e mais, a ponto de dificultar sua respiração. Uraraka viu isso e pulou encima do garoto, enquanto Bakugo se encontrava imóvel. Infelizmente, nada daquilo adiantava, Izuku apenas perdia cada vez mais, a capacidade de respirar, até que Bakugo recuperou a consciência e agarrou o menino novamente.

Após Katsuki dizer algumas palavras dóceis para Izuku, o garoto sentiu como se algo estivesse adentrando em sua pele, era uma seringa. Instantaneamente seu coração ficou mais leve, como se um nó bem apertado, estivesse afrouxando. Rápido seus olhos ficaram pesados e o menino veio a apagar.

Você... Tem sorte de eu ser paciente! (BakuDeku Au) Where stories live. Discover now