CAPÍTULO 59

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16:43

Bakugo

Fazia algumas horas desde o que aconteceu no hospital. Trouxe o Deku para casa e ele tá dormindo desde então. Tenho medo do momento em que ele acordar, tudo que aconteceu foi tão ruim e eu faria qualquer coisa para que quando ele acordasse, descobrisse que tudo não passou de um sonho ruim, mas infelizmente não é possível...

Trouxe ele para sua casa, seria um pouco difícil de pegar o elevador, com ele no colo (isso lá em casa). Já que estamos na casa dele, fiz tudo que ele normalmente faz, varri, lavei a louça, arrumei os cômodos, tudo. O Deku tem um pouco de obsessão em deixar tudo organizado, então quis poupar ele desse esforço. Também fiz chá e bolinhos de arroz, ele gosta bastante disso.

Depois que saímos do hospital, não falei mais com a Uraraka. Um número desconhecido me ligou, talvez tenha sido ela, não tenho seu número salvo (e para que teria?).

Não contei nada para o Kirishima ou Kaminari sobre o que aconteceu, não quero um monte de gente aqui, quando o Deku acordar, quero que ele tenha espaço para poder raciocinar tudo.

No momento, estou deitado ao seu lado, enquanto o vejo dormir, aflito, esperando o momento em que ele vá acordar.

"Kacchan?...", escuto ele sussurrar aquele apelido ridículo, mas que é incrível ouvir ele dizer

"Oi meu amor"

"Que horas são?", ele pergunta meio arrastado. "Tenho que sair para trabalhar"

Antes, ele estava deitado de costas para mim, mas o puxo e coloco sua cabeça em meu peito.

"Kacchan... O que você tá fazendo?"

"Shhhh, volte a dormir"

"Mas eu preciso trabalhar"

"Você está de folga hoje"

"...Kacchan"

"Sim?

"Eu tive um sonho muito ruim"

Nessa hora, lágrimas começam a escorrer pelo meu rosto, mas não queria deixar ele ver isso. "Foi meu amor?..."

"Foi"

"E você se lembra do que aconteceu hoje?"

Silêncio

Ele não me responde e assim que olho para baixo, percebo que ele caiu no sono novamente. Aquele sedativo era mesmo forte.

Alguns minutos depois, ele acorda novamente, parecendo estar mais presente no mundo real. Acorda e senta na cama.

"Kacchan?! O que aconteceu? Cadê o Fuyuki? E o senhor Saito?"

Apenas fico olhando para ele.

"Ah não, não diga isso, diga que tudo não passou de um sonho"

"Infelizmente não amor, realmente aconteceu"

Rápido lágrimas começam a descer pelo seu rosto. Puxo-o para os meus braços.

"Como?... Como eu pude deixar isso acontecer?"

"Não foi culpa sua"

"Claro que foi"

"Meu amor", digo colocando minhas mãos em seu rosto. "Não foi culpa sua. Eu sei que você fez o seu melhor, só que nem sempre dá pra vencer, você sabe disso"

"Mas é diferente quando se trata de salvar a vida de uma pessoa"

"Não amor, não é diferente. Não é todo mundo que você vai conseguir salvar e você tem que entender isso. Se ele se foi, foi porque era a hora dele e isso você não pode mudar"

Ele começa a chorar mais. "Eu só queria ter feito melhor"

"Oh meu amor, venha cá", coloco sua cabeça em meu peito. "Vai ficar tudo bem... Eu fiz chá e bolinhos de arroz, você quer?"

"Quero", ele diz enxugando as lágrimas

"Vou pegar pra você, está bem?"

"Tá bem"

Me levanto e vou em direção à cozinha.

Estou aliviado, por incrível que pareça, não foi tão ruim como eu esperava que fosse, ele parece mais tranquilo, talvez por ainda estar sob efeito do sedativo. De qualquer forma, fico extremamente feliz por ele.

Volto para o quarto com uma bandeja, contendo chá e bolinhos de arroz.

"Quer que eu dê na sua boca"

"Para com isso Kacchan", ele diz, deixando um pequeno sorriso sair

"Vamos, vou dar na sua boca", pego um bolinho e começo a fazer aqueles movimentos de "aviaozinho"

"Sai Katsuki!", ele diz virando a cabeça

"Bora Deku, come"

"Deixa que eu pego então"

"Mas assim perde a graça"

"Me dá logo isso", diz pegando o bolinho da minha mão

Observo ele comer e acho que isso incomoda ele

"Que foi?", ele pergunta

"Nada, só tô admirando você. Vou te encher de comida pra você ficar gordo e só eu te querer"

"Sai fora Katsuki!"

Nós dois rimos

"Vai ficar tudo bem tá?", eu digo

"Tá bem"

"Eu te amo"

"Eu também te amo"

Dou um beijo em sua testa

Você... Tem sorte de eu ser paciente! (BakuDeku Au) Where stories live. Discover now