Olivier?

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Pedido de @_maria_eduudis

...

Tudo era assustador demais pra ser verdade. Bartô estava morto, na sua frente, do mesmo jeito que Cavalcante havia sido morto. E aquele quadro? Aquele quadro que dava tanta vontade de ver, de tocar, de sentir a tinta, de continuar vendo. Algo o chamava, algo bom o chamava, mas era informação demais pra processar.
Então Olivier saiu correndo sem rumo e em desespero. Já não sabia mais o que fazer, mal havia chegado naquela ilha e presenciou coisas terríveis pra qualquer ser humano, então só correu para sair da delegacia.

Logo após sair, percebeu que Milo estava a alguns passos de também entrar lá, mas não se importou com isso, continuou correndo.

- Oli? - O moreno se vira e vai em direção do universitário.
E ele? Ele apenas corria, sem rumo algum e completamente em desespero. O moreno apenas o seguia, com o foco de descobrir o que aconteceu e tentar ajudá-lo.

Depois de um tempo correndo atrás dele, finalmente descobriu para onde o garoto estava indo: Em direção ao penhasco. "O que ele viu foi tão horrível assim?" Pensou Milo, logo correndo o mais rápido que conseguia atrás de Olivier, já lacrimejando com medo do que poderia acontecer.

Ele finalmente havia chegado onde Olivier estava, e quando viu, ficou com mais medo ainda.
Ele estava na borda do penhasco abaixado, chorando desesperadamente com as mãos na cabeça. Olhando isso, Milo correu até ele, já perdendo o fôlego.
No mesmo momento, fez questão de o tirar da beirada do penhasco, se jogando em cima dele como um abraço.

- Olivier, pelo amor de Deus o que você estava fazendo? - Ele solta um suspiro surpreso sentindo o universitário apertar o abraço com muita força e chorando em seu peito.

O universitário não responde, apenas começa a respirar fundo enquanto chora.

- Oli, você tá bem? - Ele diz esperando a resposta, e logo não recebendo novamente.

- Você quer que eu fique aqui com você?

E antes de receber uma resposta, ele viu duas pessoas

- OLIVIER, MILO, ONDE CÊIS TAVA? NÓIS PROCUROU VOCÊS EM TODA PARTE - Diz Bárbara chegando e vendo a situação que os dois garotos estavam.

- Oli, ocê tá bem? - Diz Bárbara se aproximando.

- Sim, tá tudo bem. - Responde o universitário se soltando do abraço e com a voz chorosa, logo enxugando as lágrimas e segurando em seu próprio braço.

Milo levanta e vai em direção a Bárbara, se soltando de Olivier, - Por que você tava procurando a gente?

- É que eu i a Melie tava querendo saber se cêis tá bem - A loira responde confusa olhando para Olivier. - Tá ficando tarde, né? Nóis devia voltar pra ilha

E realmente, o tempo parecia nublado, como se horas tivessem passado.
Com a frase de Bárbara, Milo segura a mão do universitário - A gente vai voltar pra vila juntos, ok?

- Eu vou ficar aqui mais um pouco, é.. Eu preciso refletir. - Diz Olivier com a cabeça baixa.

Milo negou a idéia a princípio, mas logo acabou deixando, com o pensamento de que todos precisam de um momento sozinhos.

- Tudo bem, eu e a Bárbara vamos voltar pra vila, mais tarde você vem, né?

O garoto só acena que sim com a cabeça equanto vê eles irem embora, e essa foi a pior escolha que eles poderiam ter feito: Deixar Olivier sozinho.

Ao chegarem na vila, Milo e Bárbara se encontram com Amelie na porta da casa de Návia.

- Cadê o Olivier? - Diz Amelie se aproximando dos jovens.

- Ele tá no penhasco, ele disse que queria um tempo sozinho

- QUE MERDA VOCÊ TEM NA CABEÇA, MILO? - Amelie grita, correndo em direção ao penhasco, enquanto a loira e o moreno correm atrás com uma expressão confusa.

- OLIVIER, PELO AMOR DE DEUS, SAI DAÍ! - Amelie grita já correndo em direção ao irmão. Mas infelizmente, não daria mais tempo.

- OLIVIER POR FAVOR, VOLTA PRA GENTE! - Milo, a decisão foi sua, não daria mais tempo.

- Ô OLIVIER VOLTA PRA CÁ - Bárbara, você nao deveria ter o deixado lá, não daria mais tempo.

- Foi bom enquanto durou. - Olivier diz e em seguida se joga do penhasco, Milo corre até ele e tenta o ajudar de alguma forma, mas era tarde demias

- OLIVIER, ME DESCULPA! - Diz Milo vendo a pessoa que ele mais amava cair do penhasco, sem poder fazer nada.

- Não, não, não, não, Olivier, por favor, não. - Milo já estava chorando muito, sem saber o que fazer e com as mãos na cabeça - Me desculpa.

Coletânea MilovierOnde as histórias ganham vida. Descobre agora