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Vá em frente e chore, garotinha
Ninguém faz isso como você
Eu sei o quanto isso importa para você
Eu sei que você tem problemas com seu pai
Daddy Issues - The Neighbourhood ”

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A noite avançava e com o silêncio da noite envolvendo a casa, Martinne fechou os olhos, mas a inquietação não a deixava descansar. Ela revirava na cama, tentando afastar os pensamentos sobre os desafios que estavam por vir. O peso da responsabilidade de cuidar de seus irmãos e de lidar com as incertezas da vida em Sultern pesava sobre seus ombros. Ela pensava em seu pai, nas promessas vazias e nos constantes desapontamentos.

Enquanto os minutos se arrastavam, Martinne percebeu um murmúrio distante, seguido por um som abafado que parecia vir do quarto ao lado. Ela resolveu se aproximar, quando pode ouvir.

― Eu sou um homem, não posso mais gostar dessas coisas infantis. ― Jacob joga com brutalidade os bonecos que estavam em cima da cômoda, ele havia ganhado no seu aniversário de cinco anos.

― Posso saber o que os garotos estão fazendo? ― Martinne abriu a porta assustando os irmãos.

― Jacob que está com a ideia que já é homem.

― Sabe que não precisa disso não é. Você tem doze anos, não precisa pensar assim. ― ela cruzou os braços olhando pra o irmão que estava pôr arrancar os pôsteres da Marvel que ele amava.

― Eu preciso crescer, esta na hora de nós três aceitarmos a realidade e crescermos. ― ele continua arrancando e a menina o olha preocupada.

― Não precisa se livrar de tudo, Jacob. Apenas crescer não significa abandonar completamente as coisas que você gosta. ― a garota tentou acalmar as preocupações do irmão.

― É fácil para você dizer, Martinne. Você sempre foi a mais responsável de todos nós. ― Jacob suspirou e olhou para o chão.

A garota se aproximou e colocou a mão no ombro dele. ― Isso não significa que não posso entender. Se quiser conversar sobre o que está acontecendo, estou aqui para ouvir.

Jacob olhou para cima com um misto de emoções em seu rosto. ― Não sei, é só que... sinto que preciso crescer de repente, e é confuso.

― Sei que parece difícil, mas é normal se sentir assim às vezes. Todos passamos por fases, e é importante lembrar que não precisa abandonar suas paixões por completo. Elas fazem parte de quem você é. ― ela sorriu, tentando transmitir conforto.

Ele olhou para ela e, por um momento, parecia mais relaxado. ― Talvez eu possa manter algumas coisas, então.

― Claro, você pode fazer isso no seu próprio ritmo. Ninguém está pressionando você para mudar de uma vez. ― Martinne incentivou, aliviada ao ver o menino mais tranquilo.

Erick e ela saíram do quarto e foram para a sala. Eles começaram a rir; Erick era inteligente o suficiente para entender e sabia que o irmão não deveria se preocupar com isso, pelo menos por enquanto. Eles foram interrompidos por batidas na porta. Ainda rindo, ela foi em direção à porta, e assim que a abriu, seu sorriso se desfez.

Era Henry, não o via desde festa da cidade.

― Oi.

Vermelho: a cor do sangueWhere stories live. Discover now