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" Quando eu preciso que me levantem, você me levanta
Quando eu quero chorar porque meu coração está preso
Você é a primeira na minha porta
E os namorados, eles mudam
E também o nosso sobrenome
Mas a única coisa que permanece a mesma somos nós
Vamos cometer erros idiotas, mas não temos culpa
Ela Henderson - Friends "

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IIII

Era de manhã cedo, antes da escola, e o sol começava a iluminar suavemente a rua. Martinne estava parada em frente à porta da casa de Brandon, não sabia como pedir ajuda. A brisa matinal trazia consigo uma sensação de renovação, mas a preocupação em seu rosto revelava uma angústia profunda. Scarlet ainda estava na delegacia e, segundo a mãe dela, ficaria lá até aprender com suas ações. Mas a morena não podia deixar a menina lá por sua culpa, não era justo. Com o coração pesado, ela finalmente levantou a mão e bateu três vezes, esperando que Brandon pudesse ajudá-la a resolver aquela situação complicada antes que o sol se erguesse por completo.

Ela apertou a campainha e pôde ouvir o barulho da chave. O som metálico ecoou pela casa, ecoando o silêncio matinal. O coração dela acelerou quando a porta se abriu lentamente.

― Martinne? ― Brandon parecia surpreso, seus olhos sonolentos mostrando que ele acabara de acordar. Seu cabelo bagunçado e o roupão desalinhado evidenciavam que ele não esperava visita naquela hora. Ele olhou para ela com curiosidade misturada com preocupação, esperando por uma explicação para sua presença inesperada.

Ela não tinha mais falado com o amigo desde que foi à lanchonete. Não era nada pessoal, mas ele vivia com Henry e ainda queria manter uma certa distância do garoto. As memórias daquela noite turbulenta ainda estavam frescas em sua mente, deixando-a hesitante em confiar totalmente em Henry novamente.

― Oi... podemos conversar? ― ela pareceu receosa, as palavras saindo num sussurro frágil.

― Olha... eu estou meio ocupado aqui. ― ele coçou a cabeça, uma sombra de desconforto atravessando seu rosto.

― Ah, só se você tiver um tempinho...― ela tentou insistir, mas foi interrompida de repente.

― Amor que demora. ― uma garota loira surgiu atrás dele, sua voz impaciente e aguda cortando o ar. Seus olhos azuis se estreitaram ao avistarem Martinne parada ali, e uma expressão de surpresa e desconfiança imediatamente se estampou em seu rosto. A tensão no ambiente se intensificou quando Brandon se virou para a garota, seus olhos revelando uma mistura de preocupação e culpa.

― Oi Martinne. ― a garota loira acenou com um sorriso forçado, enquanto a morena permanecia ali, com uma expressão confusa e incerta. O ambiente tenso parecia ser preenchido com um silêncio desconfortável, deixando a garota sem saber o que dizer ou como reagir à presença inesperada da menina.

― É a Kelly. ― Brandon percebeu a confusão estampada no rosto da morena ao ver a garota.

― Kelly? Kelly Wilson? ― ela cruzou os braços, sentindo a tensão aumentar enquanto encarava a garota loira à sua frente.

― Isso. Não achei que fosse se lembrar de mim. ― Kelly forçou um sorriso, mas seus olhos revelavam um vazio profundo. ― Sabe, a última vez que nós vimos a gente tinha treze anos. As memórias pareciam pesar no ar, carregando consigo uma mistura de nostalgia e desconforto, enquanto as três figuras permaneciam imóveis, presas em um momento que parecia ter perdido seu brilho.

As palavras de Wilson pairaram no ar por um momento, trazendo à tona uma sensação de nostalgia pesarosa. A garota sentiu um nó na garganta ao recordar os dias de infância compartilhados com Brandon e Kelly, antes de tudo se complicar.

Vermelho: a cor do sangueМесто, где живут истории. Откройте их для себя