La Tekila - De Volta Pra Mim

Capítulo 12 - En Esta No

Sexta-feira, 14 de janeiro de 2005.

Em uma tarde ensolarada em Xochimilco, o povo da cidade estava agitado com as gravações na igreja local. Alguns atores já estavam desde cedo, mas os moradores que estavam presentes ficaram mais felizes quando a protagonista chegou, Victoria foi atenciosa o máximo que pode, distribuiu autógrafos, mas logo teve que entrar na igreja para se arrumar e começar a gravar.

Três horas depois eles já haviam gravado todas as cenas e Victoria estava sentada no banco da igreja esperando todos para poder ir embora.

— O que você está fazendo?

Ela olhou para o lado e viu César. — Conversando.

Cesar olhou para todos os lados e não viu ninguém por perto. — Conversando sozinha? Sempre achei que fazia isso.

Ela tentou esconder um sorriso. — Não, Cesar, estou conversando com Deus.

— Ah... — Cesar olhou para o altar da igreja. — E o que você está falando para ele?

— É algo entre ele e eu, coisas que não posso contar para ninguém mais.

— Eu conto ao meu psiquiatra coisas que eu não posso contar para mais ninguém.

— Seu psiquiatra ainda é o seu melhor amigo?

— Sim.

— Pois é, meu melhor amigo é Deus e Nossa Senhora de Guadalupe.

— Posso me sentar ao seu lado?

— Lógico. — Victoria se afastou e ele sentou.

— Tenho algumas coisas para conversar com Deus também.

Victoria o olhou. — Conversar com Deus sempre me faz muito bem.

— A mim também. Nem tudo eu conto ao meu psiquiatra.

— O que você não conta? — Victoria não conteve a curiosidade.

— Coisas que só conto a Deus.

Victoria sorriu. — Entendi. Agora vamos ficar em silêncio e seguir com as nossas conversas particulares.

Cesar se ajeitou e juntos ficaram em silêncio olhando para a cruz. Ambos absorvidos em suas conversas que nenhum outro ser humano poderia saber.

— Eu posso ser se você quiser. — Cesar disse depois de um tempo.

Victoria mesmo com receio, se arriscou a perguntar. — Pode ser o que?

— O seu melhor amigo... nos momentos que não puder conversar com Deus.

Victoria o olhou de soslaio, ele continuava sereno e olhando para frente.

— Muito gentil, mas sempre posso contar com ele. — Victoria sorriu.

— Sei, só queria que você soubesse que...

— Sim, eu sei, no dia que eu precisar de um ombro amigo, sei que posso contar contigo.

— Isso! Não é todo mundo que poder ter um ombro amigo cubano e me arriscaria dizer que é o melhor.

Victoria riu, mas logo colocou a mão na boca se lembrando de que estava na igreja. — Já estão todos indo, vamos?

César olhou para trás e viu que realmente já estavam indo. — Vamos.

Eles se levantaram, Victoria segurou o braço de César.

Ele a olhou e disse: — E enfim, casados.

Victoria gargalhou. — Que lastima não ter arroz na nossa saída.