La Tekila - De Volta Pra Mim

Capítulo 23 - Felices Los 4

Victoria acordou no aconchego do abraço de Cesar. Apertando a orelha contra o tórax dele, ela escutou as leves batidas de seu coração. Ela quase voltou a dormir quando a voz de Cesar a despertou.

— Está acordada?

— Hum hum... — murmurou ela. — Acordou faz tempo?

— Um pouquinho.

Mas Cesar mentiu, ele tinha certeza que havia cochilado apenas uns minutos e logo acordou, a euforia de seu corpo não o deixou dormir e desde que ele acordou ficou olhando para Victoria, admirando-a, não conseguia acreditar que a tinha de volta nos seus braços.

― Tem ideia de que horas são? ― Victoria perguntou com voz rouca.

― Não faço ideia. E não me importo. Vamos ficar aqui, assim, para sempre. Exceto pelo fato de que vamos a cozinha, de vez em quando.

― Trata-se de um plano interessante.

― Não vejo nenhum ponto negativo.

Victoria passou um braço por baixo de Cesar, abraçando-o com força.

― Gostaria que isso pudesse durar. ― Ela disse.

Ele percebeu o tom de tristeza na voz dela e descobriu que não estava pronto
para enfrentar a fria realidade.

― Não é justo ser lógica agora.

― Um de nós precisa ser lógico.

― Deixe comigo.

― Por quê?

― Porque nunca deixo a lógica interferir no meu prazer.

Victoria sorriu.

A sensação de ter Victoria nos braços, do corpo dela enviando-lhe mensagens silenciosas na escuridão era maravilhosa. Cesar não queria abrir mão daquilo. Nem agora, nem nunca.

― Detesto dizer isso. ― ela finalmente falou. ― Mas acho melhor eu ir embora.

― Ah, lá vem você! Eu lhe disse... — Ela ergueu a cabeça.

― Cesar. Está na hora.

Ele assentiu. Victoria tinha razão. Estava na hora de voltar para o mundo real. Por que a realidade tinha de ser tão cruel? Mas surgia uma dúvida, apesar de cruel, qual era a realidade atual deles? Victoria começou a se levantar, mas Cesar segurou-a. Tinha de dizer a ela o que estava sentindo, o que está pensando.

― Preciso lhe dizer uma coisa, Victoria. — Sentiu-a tensa em seus braços.

― Diga.

― Não quero magoar você, nunca. Não quero fazê-la sofrer. E muito menos pressionar a nada. Eu te amo e te respeito demais. Mas...

Victoria libertou-se de súbito, lutando para se levantar. Cesar não sabia o que havia dito para deixá-la zangada. Fora tão cuidadoso na escolha das palavras.

― Victoria?

― Fique quieto, Cesar!

Ela estava chorando. Ora, ele conseguira estragar tudo em um segundo.

― Não tive a intenção...

― Já pedi para ficar quieto.

Victoria saiu da cama e apanhou as roupas do chão.

— Essa porta é o banheiro?

— Sim.

Foi invadido pelo impulso de confortá-la, mas sabia que havia estragado o clima
que os unia há pouco. Ele também se levantou da cama e foi pela casa juntando as pessoas de roupas.