Capítulo 15 - Tan Solo Tu

332 13 17
                                    

Não precisava ela abrir os olhos para saber que já havia despertado, aquela dor de cabeça que ela sentia era a prova disso e as lembranças da madrugada também. Victoria apertou mais ainda os olhos e mesmo sabendo que não deveria, sorriu com as lembranças e logo o sorriso se desfez.

Estou louca.

Também não era preciso abrir os olhos para saber que César não estava mais com ela nem na cama e muito menos no quarto, o seu corpo não o sentia perto, os batimentos do seu coração, que se aceleravam quando ele estava por perto, estavam normais.

Diferente do que Victoria imaginou, ela não estava nem um pouco arrependida do que havia acontecido entre César e ela. Não só não estava arrependida, como estava sentindo um alivio, se sentia leve, tranquila... Seria aquilo que faltava para o ponto da história deles? Tudo tinha sido interrompido de maneira tão rápida que não houve uma despedida. Talvez essa noite tenha sido a despedida que eles tanto precisavam, por isso ela estava sentindo toda essa leveza.

Não tinha o porquê ficar lutando com ela mesma para tentar esquecer o passado e muito menos o que havia acontecido. Era impossível! Sim, a relação deles tinha terminado de maneira horrível, mas antes eles tinham vivido uma história de amor tão bonita. Aquele tipo de história de amor inesquecível. Era tolice querer esquecer, principalmente à noite anterior... Essa foi uma noite que não se esquece.

***
Tú, me das las cosas que yo quiero
Cuando menos me lo espero
Y tú, me das el aire que respiro
***

Cesar observava, pela janela, aquele novo dia que parecia estar nublado, o sol lutava para aparecer. Ele podia estar olhando para tudo isso, mas não estava vendo, seus pensamentos ainda estavam todos direcionados a Victoria e a noite que tiveram, que consequências isso traria? Será que Victoria ficaria com raiva dele? O culparia? Mas ela quis tanto quanto ele. E como ela quis.

Cesar ainda nem acreditava que tinha acontecido mesmo. Teve Victoria novamente em seus braços, pode sentir aquela pele macia, foi como voltar a viver, como se Victoria tivesse roubado a vida dele há quatro anos e a tivesse dado de volta na noite passada. Parecia que ele tinha voltado a respirar assim que esteve dentro dela novamente.

Mas então, por que ele estava naquele instante se sentindo sufocado? Porque a noite anterior não apagava o fato que Victoria era uma joia que ele não podia mais ter.

Ela era o céu que ele jamais poderia tocar.

***

— Te jogaram da cama, meu amigo?

— Que? Me jogaram? Quem? Tinha ninguém na minha cama. — César respondeu rápido e nervoso.

Mejia riu.

— Calma, é só um modo de falar. Você já está aqui tão cedo e dormimos tão tarde.

— Não consegui dormir.

— Aconteceu alguma coisa? Quer conversar?

Cesar pensou se deveria ou não conversar sobre o que o atormentava com Mejía.

— Aconteceu nada. Acho que é só insônia.

Mejía o analisou. — Espero que você resolva essa insônia logo. — Mejía tocou no ombro dele e depois saiu.

Não tinha a nada a resolver, tinha total certeza que Victoria estava arrependida, ia dizer para eles esquecerem, isso se ela fingisse que nem se lembrava do que havia se passado. Bem a cara da Victoria dizer que estava bêbada e não se lembra do que fez e Cesar já estava se preparando para ouvir isso. Talvez fosse a melhor solução, tinha aproveitado o máximo que pode a oportunidade que tivera, pois sabia que ela não se repetiria e foi maravilhoso.

La Tekila - De Volta Pra MimWhere stories live. Discover now