Capítulo 20 - Jaque Mate

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Ela apoiou a cabeça no ombro dele, porém continuava a encarar o espelho. Sabia que não devia desviar o olhar. Se fizesse aquilo, ele parava de tocar... e o toque dele a enlouquecia. E, sim, olhar para o espelho deixava tudo tão mais intenso, tão mais quente.

Aqueles olhos insondáveis encontraram os dela no reflexo. Ela, no colo dele, as costas tocando o peito largo, as pernas abertas. Ele a tocou entre as coxas, e os dedos longos a entreabriram, descerrando-a para seu toque e seu prazer. Os dedos dele eram bronzeados de encontro à pele nua e rosada, deslizando por sua abertura ávida... ah, sim... era tão bom... por favor, não pare... de olhar... de desejar... ah, estou quase lá...

O toque estridente do telefone no criado-mudo destruiu o momento, arrancando-a do sonho. Com o corpo tenso, as coxas úmidas, Victoria tateou para achar o aparelho.

— Alô. — Atendeu com a voz sonolenta.

— Estava cochilando? — indagou Omar com um tom diferente.

É claro, Victoria podia simplesmente estar transferindo a tensão que se prolongava por ter estado à beira do orgasmo durante o sonho. Ou poderia ser Omar a criticando, o que parecia ocorrer com cada vez mais
frequência.

— É domingo de tarde, posso tirar um cochilo, ou não?

Victoria ouviu a respiração forte dele. — Claro. Só liguei para avisar que estou chegando. Quer sair para jantar?

Ela pensou, não estava com a mínima vontade de levantar da cama, inclusive estava louca para que seu marido desligasse e pudesse voltar a dormir.

— Não. Prefiro ficar em casa.

— Até daqui a pouco. — E antes que ela pudesse responder, o marido desligou.

Victoria jogou seu celular ao lado da cama e se embrulhou da cabeça aos pés com o edredom. A culpa e a vergonha a perseguiam, na última semana todas as noites havia tinha um sexo demolidor com Cesar Évora nos sonhos. Só de lembrar alguns dos sonhos, ela ficou ainda mais úmida, o corpo inteiro enrubescendo e os mamilos se tornando mais duros. O corpo dela lembrava muito bem que já havia passado por isso anos atrás, a tortura de sonhar todas as noites com o seu amigo, foi quando ela estava se sentindo enlouquecida e naquela época ao viver essa fase, não conseguiu mais lutar contra si mesma e Cesar foi parar na cama dela. E agora parecia estar pior, pois seu corpo sabia muito bem o que estava sendo negado a ele, conhecia as sensações e ele queria reviver tudo de uma maneira que nem sua mente estava mais conseguindo controla-lo, tanto que agora parecia pior, estava dormindo até de tarde só para ter os sonhos eróticos e obscuro.

Com o corpo ainda tenso e zunindo de excitação, fechou os olhos para tentar aliviar, mas o que conseguia foi desabrochar dentro dela uma fantasia obscura.

Victoria abriu os olhos e se esticou para a gaveta do criado-mudo, pegando seu vibrador. Não conseguiria passar a tarde daquele jeito.

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No sé si vale la pena, no sé
Yo sé que siempre me niego a entender
Que no llegué de primero
Y aunque yo la quiero me niego a entender
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Segunda-feira, 28 de março de 2005.

Victoria e César almoçavam juntos, como havia virado costume, em um restaurante ao lado da televisa, apesar de simples o lugar oferecia o que eles queriam.... ficar a sós.

Ela mexia com o garfo a comida que estava em seu prato, até que notou que já faziam uns minutos que estava silencio demais. Então, ela levantou a cabeça e viu que César estava recostado a cadeira e olhando-a fixamente, porém de um modo diferente, não era aquele olhar sedutor e nem o que dizia que iria fazer alguma brincadeira, era um olhar... diferente.

La Tekila - De Volta Pra MimWhere stories live. Discover now