12. Comemos donuts de voodoo e a Elsa do mal pede um resgate

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“Quando tudo o que você tem está se tornando obsoleto e frio
Oh, você não sentirá mais nada quando seu coração virar ouro
Em quem você pode confiar? Em quem você pode confiar?”

Gold, Imagine Dragons

[ᚠ]

Não me lembrava de ter caído no sono.

Apenas abri meus olhos quando ouvi Frank chamando.

— Bom dia, pessoal. — Ele disse e eu pisquei, me acostumando com a claridade. — Já amanheceu, temos de ir. Não temos tempo a perder.

Demorei uns instantes para perceber que eu e Leo havíamos caído no sono encostados: suas costas apoiadas em Festus e as minhas em seu lado, a cabeça repousada em seu ombro.

Fiquei de pé assim que me liguei e limpei a garganta.

Minha coluna que havia machucado durante a luta da noite anterior reclamou, mas o fiz do mesmo jeito.

— Bom dia. — Falei. Bati as mãos uma na outra para limpá-las e passei os dedos pelo cabelo, tentando ajeitar ele o melhor que podia.

[Nota mental: fazer uma bela hidratação quando voltar ao Acampamento.]

— Estão com fome? — Frank perguntou e foi quando reparei que ele estava segurando uma caixa com “Voodoo Doughnuts” escrito no topo. — Tem uma loja de donuts logo ali. — Apontou com o polegar para trás de si. — Decidi comprar antes de acordar vocês. 

— Grande pretor Zhang! — Leo deu um tapinha nas costas do outro. — Por isso você é um líder! — Falou, fazendo arminhas com as mãos em direção a Frank.

— Vamos comer logo. — Ele sorriu ladino, se sentando no chão. — Temos que partir o quanto antes. 

Abriu a caixa, revelando uma dúzia de donuts grandes e bem carregados de cobertura. Só de ver aquilo, meu estômago roncou. Sorri.

— Frank, você é o cara. — Elogiei, sorrindo ainda. 

Começamos a comer em silêncio, eu estava grata dos pés à cabeça, sempre fui a pessoa que amava doce mais do que tudo e aqueles donuts estavam impecáveis

Todos estavam cobertos por uma generosa camada de chocolate e muitos pedacinhos de amêndoas picadas. Também estavam recheados por um creme claro que eu não sabia dizer o que era, mas tinha um sabor delicioso e leve de baunilha. Apesar de ser doce, não era doce demais como eu temia: a massa em si do donut era tão suave e macia que conseguia equilibrar-se perfeitamente com o chocolate que derretia em nossas línguas, a doçura do recheio e a crocância das amêndoas. 

Estava tudo quentinho e era claro que tinham acabado de ser preparados. Devoramos tão rápido que, quando dei por mim, já tínhamos comido tudo e eu já estava indo jogar a caixa vazia numa lixeira.

Voltei para perto dos dois rapazes, olhando para os lados, ainda admirando o parque em que estávamos.

Eu conseguia ver o movimento das pessoas que estavam despertando, mesmo o sol ainda nascendo já tinham alguns moradores passando pelos arredores. Por breves instantes, consegui esquecer que estávamos numa missão perigosa e praticamente suicida, até que meus olhos pararam em Festus.

Eu já havia aprendido no Acampamento sobre a névoa, um véu mágico que não deixava os mortais enxergarem monstros ou outras coisas que seus cérebros não pudessem entender. Festus era gigantesco, uma fera de bronze realmente, eu tinha dificuldades em associar o fato de que nem todos conseguiam vê-lo… Se bem que, eu tinha ouvido dizer que a névoa era poderosa a ponto de enganar até semideuses, então, é, era bobagem da minha parte pensar aquilo.

Diário de Uma Semideusa em Crise [ᚠ] Conheça suas origensWhere stories live. Discover now