Capítulo 3

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Me despeço dos meus pais e dos meus avós e sigo para o andar de cima afim de me trancar em meu quarto e chorar todas as lágrimas que prendi a noite toda. Mas, ao adentrar em meu quarto e trancar a porta, tenho a mais linda e perfeita surpresa; Guilherme estava lá, a minha espera.

- Você está louco? – digo ao acender a luz e o ver sentado na poltrona ao lado de minha cama. – Como entrou aqui?

Ele se levanta e vem até mim.

- Tenho meus meios, gata! – ele me beija suavemente.

Aquele foi o único momento durante todo o meu dia que me senti feliz de verdade, Guilherme era meu alicerce, meu porto seguro, minha paixão. Com ele me sentia bem, me sentia eu mesma.

- Eu senti tanto sua falta Gui! – digo ao fechar os olhos e sentir seu nariz passear por meu rosto e pescoço.

- Eu também senti sua falta, gata! Por isso estou aqui, vim te ver, saber como você está. – O olho.

- Foi horrível! Parecia que não iria ter mais fim. – Desabafo. Ele me olha atentamente, eu estava exausta.

- Calma linda, eu estou aqui agora, está bem? Tudo vai ficar bem, tenho quase todo o dinheiro para irmos para os Estados Unidos, tudo está dando certo; mais um mês e estaremos juntos! Será nossa aventura. – ele garante, faço que sim com um leve sorriso.  – Você parece cansada, vem, vou esperar você dormir e depois vou embora. – Ele me puxa suavemente pelo braço e me conduz até a cama.

Eu estava sim cansada, exausta, triste, insegura; mas ao ver Guilherme ali, comigo, me dando carrinho e apoio, me senti amada, tranquila, feliz. Nosso namoro era escondido, longe dos olhos de todos, apenas Jess, minha melhor amiga sabia. Nunca disse aos meus pais sobre Gui porque eles nunca o aceitaria pelo simples fato que Gui não ser turco. Isso simplesmente estava fora de cogitação para eles, e deveria estar para mim também, mas eu o amava, sempre o amei desde a primeira que o vi na escola há um ano. Gui era o garoto mais lindo que já vi, era o que eu sempre havia esperado em um homem; destemido, corajoso, alegre, espontâneo... E o melhor, ele enxergava a vida assim como eu, da forma que eu via, ele não era turco, não prezava pela cultura e costumes, não se prendia a nada disso, não me prendia a nada disso. Com ele eu era feliz, de verdade. Eu podia ser eu mesma, apenas eu.

Deitada sob seu peito, sinto a respiração de Gui suavemente enquanto seu peito subia descia no mesmo compasso. Meus medos e receios com ele caiam por terra.

Suavemente, Gui acaricia meu ombro e toda a extensão do meu braço, sinto um arrepio leve me dominar. Levanto um pouco minha cabeça e o olho, diretamente nos olhos, olho no olho. Engulo em seco ao sentir seus dedos percorrerem minha garganta e descerem, até pararem um pouco acima do meu busto. Nunca tivemos nenhum tipo de intimidade, nunca ultrapassamos qualquer fronteira; entretanto, naquele momento, no mesmo instante que senti seu toque, seu carrinho, percebi que algo novo em mim surgiu. Talvez fosse porque aquela seria a primeira vez que estávamos tão próximos em um lugar. Talvez fosse porque eu havia pensado em Gui, desejado estar exatamente assim com ele como eu estava, talvez fosse porque naquele momento em especial eu houvesse me agarrado a ele como um náufrago se agarra a um barquinho no imenso oceano.

- Me desculpe, gata! – ele diz ao retirar seus dedos.

O impeço,  eu queria.

Estranhamente naquela noite eu queria pertencer de vez a Guilherme. Ele nunca pediu, nunca me forçou, nunca tentou. Mesmo assim, naquela noite, e pela primeira vez na vida, eu quis me entregar a alguém, eu quis me entregar a Guilherme, de corpo e alma.

- Eu quero Gui, quero ser sua. Somente sua, e de mais ninguém! Não quero que mais ninguém me toque, que mais ninguém me tenha em seus braços. Quero apenas, você! – digo sentido minha garganta se fechar com tais palavras.

Guilherme me olha atentamente.

- Tem certeza? – ele pergunta. Faço que sim.  – Você está tensa, sensível, talvez esteja agindo pela emoção, Sila!

- Eu quero! Quero você! – digo convicta como num sussurro.
   
E então tomo uma atitude ousada, até para mim. Beijo Guilherme ardentemente como se não houvesse o amanhã, e talvez não houvesse mesmo, eu não pensava em mais nada.

Guilherme se posiciona sob meu corpo magro e me beija ainda mais ardente, sinto meu corpo se arrepiar, minha respiração pesar e um ardor se fazer presente em minhas partes íntimas. Eu o desejava, mais que tudo.
E quando dou por mim, Guilherme sobe meu vestido até a cintura e retira minha calcinha. Eu não me importo com a nudez, eu o desejava, e muito.

- Talvez, doa um pouco! – ele diz ofegando. Faço que sim apenas, eu não me importava com mais nada. Muito menos com a dor que certamente eu sentiria.

Foi então que o senti. Vagarosamente adentrando dentro de mim, abrindo espaço e me causando várias sensações diferentes; dor, prazer, vontade de mais, e uma pequena liberdade que surgia. Aquela era a primeira vez que eu fazia algo ousado, pra valer; meu plano de fuga com Gui ainda era apenas um plano, nada havia acontecido de fato, nosso namoro também.
Sempre vivi fazendo o que todos queriam, esperavam, aquela foi a primeira vez que dei um passo sem pensar, agindo apenas pelo o impulso. Assim foi minha primeira vez.

Após os momentos de dor e prazer que senti, ainda nos braços de Guilherme adormeci. Eu estava cansada do dia tenso e longo e confesso que após o sexo me senti ainda mais cansada.

E então, quando estou no auge do meu sono, ouço uma voz ao longe me chamar, era minha mãe.

Meu amor turcoWhere stories live. Discover now