Você fugiria com a pessoa que odeia?
Jade e Matthew pensaram que nunca iriam se dar bem, nem na escola e nem fora dela. Nerd e popular, burguesia e subúrbio, introversão e extroversão: as diferenças causavam tantas desavenças que ninguém imaginava...
E você vai ficar, tipo Meu bem, quem se importa? Mas eu sei que você se importa Traga para minha casa
Você não sabe o que você fez, fez comigo O seu corpo leve fala comigo Eu não sei o que você fez, fez comigo O seu corpo leve fala comigo - Under the Influence, Chris Brown
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A casa da Julie não é longe da escola, então só precisamos caminhar por 10 minutos e já chegamos ao destino: um sobrado branco e bonito, com um pequeno quintal na fachada da casa e uma garagem para dois carros. Julie entrou na frente e eu e Jade fomos atrás, como novas visitas que ainda não conhecem o lugar.
- Pai? Cheguei e trouxe visitas! - Julie anuncia assim que entramos na sala.
- Estou aqui! - escutamos uma voz vindo da cozinha. Julie vai na frente e a acompanhamos, encontrando o pai dela arrumando a mesa da cozinha. - Que bom que trouxe visitas, porque eu comprei pizza... - ele para de falar assim que me olha nos olhos - Matthew?
Antes que eu possa responder, Sr. Léo larga os seus afazeres e vem em minha direção, me dando um abraço apertado. Retribuo o carinho com empolgação enquanto escuto suas palavras:
- Menino, como eu fiquei preocupado quando você desapareceu! Seu pai, aquele maluco, sabia onde você estava o tempo todo! Ele me contou isso quando decidiu ir atrás de vocês, e eu fiquei com tanta raiva que me demiti! - ele me aperta ainda mais no abraço. - Pensei que nunca mais iria te ver, garoto!
- Eu sei, o Sr. Bennett é maluco mesmo. Eu estava com saudades! - sorri para ele - Então você é o pai da Julie? Se for isso mesmo, então a gente vai se ver bastante agora!
- É... alguém me explica? - Jade diz.
- É, também não entendi. Pai, de onde você conhece o Matthew? Espera! Você trabalhava como motorista para uma família rica... era a família do Matthew?! - Julie exclama, como se a ficha tivesse caído agora.
- Sim, filha! Eu falei várias vezes que trabalhava para a família Bennett! Se a mocinha prestasse atenção no que eu falo, lembraria disso - o pai alfineta a filha, e ela mostra a língua pra ele e ri.
- O Sr. Léo trabalha para minha família desde antes do meu nascimento. Primeiro ele foi motorista do meu tio, depois do meu pai, depois do meu tio e do meu pai ao mesmo tempo...
- Eu vi esse menino crescer! - Sr. Léo afaga minha cabeça - Eu que ensinei o Matthew a dirigir!
- Estou impressionada! - Jade sorri - Que coincidência mais incrível!
- Sabe o que eu acho? Nós deveríamos falar mais sobre isso enquanto comemos essas pizzas cheirosas! Qual o sabor, pai? - Julie puxa uma cadeira da mesa para se sentar e fazemos o mesmo.
O jantar foi incrível. Conversar com outra pessoa que conhece meu pai e sabe como era a convivência lá na minha casa foi aliviador, porque eu estava falando com uma pessoa que entende o que eu passei. Sr. Léo nunca aprovou as atitudes do meu pai, mas como ele era apenas um funcionário contratado, ele não podia fazer muito por mim. Além disso, a pior parte da minha convivência com meu pai - as agressões -, o Sr. Léo não estava por perto para me defender. Ele nunca viu meu pai levantar a mão para mim, apesar das empregadas comentarem pelos cantos que isso acontecia. Estou certo que se um dia o Sr. Léo tivesse visto algo do tipo, com certeza ele reagiria na hora.