Prólogo

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Duas crianças com os corações em chamas
Quem vai nos salvar agora?
Quando pensamos que não poderíamos ir mais alto
As coisas começaram a desmoronar
Eu olho para você e você olha pra mim
Como se não passássemos de estranhos agora
Duas crianças com os corações em chamas
Não deixe isso nos destruir 
Call You Mine feat The Chainsmokers

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— Jade? O que está fazendo?

 A curiosidade borda o olhar de Matthew Bennett. Por que Jade Coleman, a garota mais nerd e chata que ele conhece, está se acabando de chorar sentada no chão de uma sala de aula vazia?

Jade podia jurar que viu um meio sorriso no rosto do Matthew. É óbvio que a tristeza dela é a alegria dele, e é mais óbvio ainda que ele veio apenas para terminar de estragar o seu dia, como sempre. Por isso, Jade responde com rispidez: 

— Só me deixa em paz. — ela limpa o rosto e olha para o outro lado, negando ter contato visual com ele. — Você é a última pessoa que eu quero ver nesse momento. Talvez, em todos os momentos.

— Você não para de me odiar até quando está deprimida. Uau. — o garoto suscita e se atreve a chegar mais perto.

— Não estou deprimida! Agora saia daqui e me deixe em paz! — engrossa a voz, para ver se ele aprende que quando uma garota está triste, a pior coisa a se fazer é debochar dela.

— Ok! — Matthew vira as costas e dá três passos para longe dela. Ótimo! — Ops... Esqueci que eu não te obedeço. — Péssimo! Ele dá meia volta e se senta ao lado da garota.

— Matthew, qual é o seu problema? — Jade não está mais triste. Está zangada! — Mesmo quando eu estou chorando por tudo de ruim que aconteceu na minha vida nos últimos quatro meses, e pode acreditar, não foi só porque eu te conheci, você ainda não consegue parar de fazer tudo ficar pior?

— Jade. — ele dá um longo suspiro, como se fosse obrigado a explicar algo e isso o irritasse — Você acha que é a única que pode sentar aqui e chorar?

Jade não entende, então ele prossegue.

— Eu não estou aqui para rir de você. Eu estou aqui porque o choro está entalado na minha garganta. E, para falar a verdade, você roubou o meu lugar. Eu que sento aqui na penúltima aula e reclamo da merda da minha vida para as paredes. — ele inclina a cabeça, dando a ela uma visão mais ampla do seu rosto. E mais próxima. — Você não é a única. Eu te prometo, você não é a única que está cansada de toda essa merda. Eu tô esgotado.

 Não tem mais sorriso no rosto do Matthew. E nesse momento, Jade preferiu mil vezes ver aquele sorriso que sempre lhe tirava a sanidade.

— Não parece. — ele a olha com raiva e ela se sente um pouco mais aliviada, pois já estava acostumada com essa expressão facial no rosto do rapaz. — Quero dizer... Matthew, você é popular, tem cerca de cem amigos e o triplo de meninas aos seus pés, joga no time de futebol e basquete da escola, sua família é podre de rica e eu nem acredito que vou falar isso, mas você é muito gato! Desculpe-me, mas é difícil acreditar que você está cansado dessa vida!

— É claro que é difícil. — ele ironiza enquanto a olha com aqueles olhos azuis intensos como o céu — Eu te digo o mesmo, Jade. Olha para você! A queridinha dos professores, ultra inteligente, com certeza nunca deu motivo para seus pais sentirem desgosto. Não precisa ter muito para ser amada, pois mesmo sendo tão... normal, como quase todas as garotas, algo em você não te deixa se apagar.

— Matthew, eu...

— Você tem luz própria. O que seria capaz de tirar esse seu sorriso e olhar de "sabe tudo"? — ele soa um pouco irritado ao falar isso — Parece que você é perfeita. Nunca erra. Já eu, sou tipo um desastre natural. Erros atrás de erros.

Jade se impressiona. Como assim o Matthew Babaca Bennett, que ela tanto odeia, está sentado ao seu lado e tecendo elogios a ela? Com certeza isso não acontecerá duas vezes! Jade está tão surpresa que nem consegue responder, então eles ficam em silêncio, apenas olhando um para o rosto do outro. Tantas coisas passam em suas mentes que nem conseguem raciocinar o quanto aquilo é esquisito: dois adolescentes que se odeiam desde o primeiro momento em que se olharam nos olhos, estão falando o que acham da vida do outro e indiretamente demonstrando inveja.

Perfeita. — Jade ri, sem humor, e quebra o silêncio. — Nunca erra. Ah, é claro. Agora eu sou a Barbie, só que morena.

— Idiota, que Barbie o quê? — ele a empurra com os ombros, rindo.

 Jade analisa o garoto ao seu lado e por um momento percebe que há muitas coisas no mundo que ela odeia mais do que o Matthew Bennett. Perto de todos os seus problemas, ele se torna insignificante.

— Sabe o que eu quero agora, Matthew? — ele balança a cabeça em negação — Fugir. Para bem longe.

— Não acredito que você leu meus pensamentos! — ele arqueia a sobrancelha, tendo uma reação de surpresa exagerada — Se teu coração quebrado te guiasse, para onde você fugiria?

— Não sei. Eu não quero ter um roteiro de viagem dessa vez. Só quero fugir, procurar um lugar onde eu possa achar tranquilidade. Como você disse, quero que meu coração quebrado me guie.

— Ótimo! — ele se levanta e estende a mão para Jade, que torce o nariz, negando, mas ele insiste até ela pegar em sua mão — Vem logo. Vamos procurar por esse lugar. Juntos.

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Hey, pessoal! Sejam bem-vindos ao prólogo de "Para onde os corações quebrados fogem?"

Como citado no capítulo da introdução, esse é meu primeiro livro original, então fiquem a vontade para desfrutá-lo! Vejam o book trailer, a playlist do livro, leiam minhas outras obras ou comentem muito sobre suas expectativas! Qualquer uma das quatro opções são válidas! Até a próxima ♥

Para onde os corações quebrados fogem?Onde histórias criam vida. Descubra agora