12| A casa do senhor

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Evie Brooks

Já era noite e Amber ainda não havia aparecido eu notei seu sumiço mas, torcia para que ela não notasse o meu. Samantha e eu nos encontrávamos às escondidas sempre que podíamos e como podíamos dizer tarde da noite quando todos estavam dormindo.

Nós somos amantes, poderia dizer ficantes e namoradas mas, isso não é condizente com a nossa realidade, aliás não tem nada haver com ela. Nosso "lance" sempre foi tão quente que posso lhes jurar que a história real do inferno é que ele é governado por uma mulher e não por um homem como dizem aqui no convento e posso apostar que essa mulher é Samantha Taylor.

─Para onde estamos indo?─ perguntei a ela.

─A capela.

─A capela?Porque a capela?

─Abelhinha, muitas vezes fui condenada pelas pessoas porque que diziam que "Deus" não criou a mulher para amar outra mulher e sim para amar o homem então nada mais justo do que mostrar a ele que o amor de uma mulher por outra pode ser tão puro quanto o de um homem por uma mulher.─ selou nossos lábios e continuou a me guiar.

Entramos na capela pelo corredor do quarto do padre e posso jurar que ouvi "murmurinhos" vindos de lá mas, acredito que seja ele rezando já que hoje atendeu muitas noviças.

Entramos e ficamos atrás do piano que ficava do lado esquerdo do palco, ainda era confuso em minha cabeça o que temos ou o que iria acontecer conosco caso fossemos descobertas acho que  Amber, não seria um problema mas,optei não dizer nada a ela que já anda estranha o suficiente, me deu receio que tivesse descoberto algo e que sua fúria falasse mais alto do que seu bondoso coração.

Samantha,estava a me arrastar aos beijos pela capela e eu sentia em minha nuca que jesus cristo estava nos vendo pecando contra a castidade e contra seus princípios, uma vez questionei se ela não haveria de ter medo do castigo do senhor pela nossa relação e ela me respondeu com clareza que seu maior medo era viver com medo de amar seja pelos castigos ou  pelas pessoas que não aceitam o amor do outros.

Apesar de não ter uma sexualidade definida sei que nunca me senti sexualmente atraída por alguém tão pouco por garotos até porque durante toda minha vida nunca sequer cheguei perto de um homem. O único homem ao qual cheguei mais perto em toda minha vida foi o nosso padre.

─Espera…─ a empurrei, ela está quase avançando o sinal mas, não sei se eu estou pronta para deixar que ela veja meu corpo nu. Minhas inseguranças ainda tomam conta de mim.

─O que aconteceu, abelhinha?─ sua expressão não é de raiva, é de preocupação.

─Não sei se estou preparada para deixar que você me veja nua.─ expliquei e me sentei no pequeno banco de pianista.─Uma vez li em um livro e o mocinho disse:"É difícil se libertar de uma prisão onde você mesmo é seu carcereiro". É a mais pura verdade, sou eu todos os dias lutando comigo mesma internamente, sou eu todos os dias gritando comigo mesma "coma" e a carcereira responde " você será mais uma gorda se comer!", Desejo me libertar disso mas, não sei se consigo, sabe?─ olhei para ela com os olhos embaçados pelas lágrimas que queriam correr meu rosto e tudo que vi é ternura e preocupação.

É como se eu fosse o bem mais precioso do mundo para ela, delicada como uma pétala de rosa mas, se fosse para escolher qual flor eu seria diria que sou um lírio,pois amo a delicadeza e simplicidade deles é o principal eles não se despetala facilmente.

─Evie, se você não quiser não faremos. Eu sinto muito que se sinta assim e sei que mesmo que eu sinta, ou, diga que imagino como é se sentir assim não sei um terço do que se passa aqui.─ colocou a mão em minha cabeça acariciando meus cabelos.─ Eu não ligo para o seu corpo Evie, porque eu gosto é de você! Só merece seu corpo quem te aceitar por completo, eu te aceito mas, quem não te aceita é você mesma! O seu corpo é um mero detalhe para mim, eu gosto do seu sorriso, dos seus olhinhos, dos seus fios loiros, de tudo! Sabe porque te chamo de abelhinha?─ sacudi a cabeça para um lado e para o outro.─ Eu amo abelhas e você me lembra o jeito delas são lindas e fofas mas, ao mesmo tempo fortes e conseguem se defender sozinhas com seu ferrão além de proteger todos aqueles que ama.─ eu não era mais capaz de segurar as lágrimas em meus olhos e já senti o molhado em minha bochecha.

Encostei-me em seu colo enquanto sua mão continuava a acariciar meus cabelos e ficamos assim por um certo tempo, ela ficou em silêncio respeitando meu momento mas, não parou de fazer carinho em meu corpo me fazendo me sentir acolhida.

Eu me sentia segura com Samantha e sentia que ela dizia a verdade quando fala que gosta de mim e que a minha aparência física não é o que mais importa para ela então decidi que estava pronta para o que fosse acontecer entre nós duas, só queria que fosse algo fluído e calmo.

Por fim me levantei de seu colo e olhei em seus olhos por alguns segundos, avancei em seus lábios de forma sútil e ela me correspondeu da mesma forma.

Ela havia entendido o que meus olhos haviam lhe dito quando ficamos a nos encarar e eu amo essa conexão que temos e o respeito que temos uma pela outra.

A alça da minha roupa de dormir deslizou por um de meus ombros mostrando um de meus pequenos seios e Samantha delicadamente subiu a alça mas, eu a interrompi novamente.

─Não, eu quero!─ desci as duas alças deixando eles à mostra.

Seu sorriso maléfico e seus olhos doces me davam delírios, mas, o que mais me levou ao delírio foi quando seu dedo acariciou o bico do meu seio o deixando "excitado".

Seus beijos subiram minha nuca de forma sútil, sua mão não avançava com rapidez como antes, agora ela parecia esperar que eu me sentisse bem com cada avanço.

Devagar seus dedos adentraram a minha parte de baixo e foram deslizando pela minha intimidade, eu estou claramente tensa e com certeza ela percebeu isso.

Meu coração está batendo tão forte quando um tambor, meus olhos estão focados nos seus enquanto seus dedos circulam minha intimidade excitada.

Meus lábios se tornam secos à medida que sinto o prazer inundando meu corpo, cada partícula do meu ser está quente quase como se tivesse se acendido uma chama interior.

Samantha, também queria agora que fossemos devagar e só queria que fizéssemos isso por hoje para que eu mesma conhecesse o meu corpo e eu gosto da ideia dela.

Os toques de seus dedos em outras partes do meu corpo não passavam despercebidos e minha pele ardia implorando ferozmente por mais.

Tudo se tornou tão intenso em pouco segundos que eu mesma não conseguia entender ou controlar tudo que está acontecendo com meu corpo, era uma sensação nunca sentida antes que me deixa estagnada.

Seus lábios agarraram os meus novamente e senti quando seus dedos aceleraram os movimentos, comecei a mover meus quadris para frente e para trás tentando diminuir a sensibilidade que seus movimentos causam eu minha intimidade.

Uma sensação forte surgiu em meu interior, era quase como um "frio na barriga" mas, me lembrava mais as montanhas russas que chegam devagar ao topo mas, quando finalmente chegam desce rapidamente e é exatamente assim o que aconteceu agora comigo.

A sensação chegou sorrateiramente e me atingiu fortemente logo depois mas, foi rápida quando se espalhou pela minha corrente sanguínea, meus lábios se esticaram em um sorriso durante o beijo e senti minha intimidade mais molhada.

Samantha retirou seus dedos de dentro do minha parte de baixo da roupa de dormir e vi eles melados com um líquido branco quase que "pastoso".

QUENTE COMO O INFERNOWhere stories live. Discover now