05 | Pai?

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Esse era um daqueles dias que eu queria que acabasse o mais rápido possível, para a minha tristeza, sabia que duraria longas horas

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Esse era um daqueles dias que eu queria que acabasse o mais rápido possível, para a minha tristeza, sabia que duraria longas horas.

Com cuidado, ajeitei o molho de chaves no gancho temático quando botei os pés na mansão. Retirei alguns outros pertences do meu bolso, colocando um de cada vez na mesinha de entrada embaixo das chaves. Fiz barulhos na tentativa de encontrar Eddie, que sem demora nenhuma veio correndo para mim.

― Isso tudo é saudade de mim ou está muito carente hoje? ― o peguei no colo, ganhando um arranhão na minha camisa. ― Você está ficando muito mal acostumado, campeão. Daqui a pouco vou ter que te levar para todo lugar que eu for, e você sabe o quanto eu sou mole por sua causa.

Esfregando seu pelo no meu rosto, ele pedia do seu jeito para que eu fizesse carinho, o que me tirou uma risada alisando-o por completo, como eu sabia que ele gostava. Nunca fui muito fã de animais, só que depois que o encontrei, tudo mudou na minha vida. Podia dizer que esse bichano era o meu companheiro de todos os momentos.

Fiz massagem com os dedos sossegadamente sobre sua testa branca, enquanto o ouvia ronronar. Em um ato estranho, minha mão foi levemente espetada por seus pelos, antes dele sair dos meus braços e correr em direção ao jardim da casa, me deixando com uma interrogação na cabeça.

― É assim que me agradece pelo carinho? ― levantei as mãos em indignação. ― Traidor!

Pude mais uma vez ouvir o seu miado depois dele sumir jardim adentro. Me virei para subir as escadas, porém passos me fizeram parar. Stela veio em minha direção com uma inquietação e um olhar tenso.

― O senhor tem visita do... ― anunciou, a interrompi subindo o primeiro degrau da escada.

― Diga a quem quer que seja que não estou com cabeça para atender ninguém agora.

― Mas senhor, ele disse que precisa falar com você o quanto antes.

― Se for muito urgente, peça para me ligar mais tarde ou eu mesmo irei até lá, Stela.

Quando pensei em ignorá-la por completo e subir para o meu quarto, aquela voz que me assombrou por tantos anos surgiu a poucos metros de mim.

― Vai mandar o seu pai embora sem cumprimentá-lo antes, filho?

Estava no quinto degrau quando virei lentamente, desejando que fosse somente um eco louco na minha cabeça, no entanto, quando volvi até o som da voz, vi com meus próprios olhos que eu não estava delirando.

O diabo estava ali.

― O que esse homem faz aqui? Quem mandou você deixar ele entrar, Stela?

― Juro que tentei dizer que você não estava e o mandei vir em outra hora. Ele disse que era seu pai, então o deixei entrar. Não sabia se era o certo a se fazer, mas ele não quis embora, nem mesmo quando ameacei chamar a segurança.

MEU DESEJO TENTADOR - livro 2 da série: Os AvellarOnde as histórias ganham vida. Descobre agora