29 | Luta

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Depois de ter levado Elizabeth para casa em segurança, pus meus pés na academia de boxe dando logo de cara com uma Yumi muito preocupada à minha espera

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Depois de ter levado Elizabeth para casa em segurança, pus meus pés na academia de boxe dando logo de cara com uma Yumi muito preocupada à minha espera. Certo, eu menti para minha mulher dizendo que iria trabalhar hoje, mas não podia preocupa-la de verdade com o que aconteceria essa noite.

O sol, por mais que estivesse escondido entre as nuvens, queimava a minha pele como tapas ardidos em plena nove horas da manhã. Ainda estava cedo quando saí da casa de Eliza com a garantia de que ela ficaria bem até a hora que eu voltasse.

Eu não contei a ela que iria lutar hoje a noite, não podia simplesmente dizer que a posta que o maldito do Vicente fez foi com o maior lutador barra pesada da área, e não sei que merda esse velho estava tramando, mas sabia que de algum jeito ele iria me foder.

― Finalmente apareceu! Vamos, tenho que preparar você. ― puxou meu braço para que eu a seguisse e não vi outra opção em acompanhar seus passos curtos, mas rápidos. ― Vai se trocar, não podemos perder tempo.

― Vai com calma, guerrilheira, ainda não aceitei nada.

― Calma? O seu pai apostou em luta com você e você me pede calma?

― Você sabe que não precisa aceitar esse dinheiro, Yu, eu já disse que posso pagar o custo todo daqui, apenas me... ― tampou minha boca para que eu não terminasse de dizer o discurso que faço sempre.

― Você é meu amigo e não, não aceito colocar o custo da academia nas suas costas se eu posso arrecadar dinheiro com as lutas. Não quero sentir que estou te roubando uma grana alta que não posso pagar.

― Não precisa me pagar. ― lutei com as palavras abafadas, fazendo-a remover a mão.

― Se quer me ajudar, faça o que eu estou pedindo. Sei que aquele maldito é o seu pai, mas o dinheiro que ele me ofereceu vai me ajudar, vai nos ajudar.

― Yumi...

― Não, Victor, não vou aceitar o seu dinheiro. É incrível demais o que queira fazer por mim e o muito que já fez, só que esse é o meu sonho e mesmo sendo egoísta da minha parte, não quero que me ajude com ele. Quero ter a sensação de conseguir sozinha, com o meu esforço, mesmo te colocando em uma situação complicada com o seu pai.

― Sabe que faria de tudo por você, não sabe? ― respirei profundamente, essa conversa não ia nos levar a lugar nenhum. ― Se é isso que quer...

― É o que eu quero, e se você ganhar, a noite vamos encher a cara. ― fez uma expressão de contentamento, mesmo sabendo que ganhar talvez não fosse uma opção.

― Tudo bem, você venceu. ― a abracei com compaixão. ― Vou me trocar. Não demoro.

― Vou arrumar as coisas, estarei te esperando.

Caminhei para o vestiário onde minha bermuda preta estava, me trocando com rapidez não querendo prolongar mais o tempo aqui dentro, joguei as minhas luvas novas sobre o ombro, enquanto arrumava calmamente a roupa que estava vestido dentro do armário. Dobrei a camisa de cor branca e em seguida a calça que percebi ter uma protuberância em forma de bola no bolso da frente.

MEU DESEJO TENTADOR - livro 2 da série: Os AvellarOnde as histórias ganham vida. Descobre agora