+16 | Uma mente completamente solitária com um coração cheio de bondade tenta deixar toda a tristeza do passado para trás, mesmo sabendo que é inevitável esquecer aquilo que o enfraqueceu.
Victor Avellar, além de ser perfeccionista em tudo o que faz...
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Segurei o xixi com uma grande vontade de ir ao banheiro. Para o meu azar, Melissa estava tomando banho justo nele.
As meninas chegaram logo depois do que aconteceu entre eu e Victor. Felizmente, nenhuma das duas não notaram nada de estranho e agora Alice estava fazendo nosso lanche sagrado da noite lá na cozinha, pois combinamos de assistir alguns filmes de terror mais tarde na sala.
Depois que Avellar me tocou daquela forma não o vi mais, a irmã dele jurou por tudo que ele deveria ter saído para algum lugar, já que foi em seu quarto e ninguém respondeu, o que me aliviou de certa forma. O julgamento nos seus olhos perante mim quando eu disse que não sentia nada por ele cortou o meu coração.
― Mel? ― bati na porta que estava trancada. ― Melissa, tem algum banheiro nesse andar que eu possa usar? ― gritei um pouco mais, porque a mesma não parava de cantarolar no banho uma música latina que não dava para ser compreendida. ― Porra.
Sem esperar mais um segundo, pus minhas pantufas de bolinhas e saí porta fora quase que desesperada para simplesmente fazer um xixi. Suando frio, corri no corredor enorme à procura de algum banheiro e tive zero pensamentos do que estava fazendo quando comecei a abrir as portas até empurrar uma com força. Minha alma saiu do corpo quando percebi que entrei no lugar errado.
Victor estava sentado em uma cadeira de couro estufada, sem a blusa no corpo e com sua calça moletom abaixada mais do que o necessário do lado esquerdo da sua coxa. Algumas agulhas com tintas permaneciam em uma maleta transparente sobre sua cama, enquanto com precisão, uma de suas mãos cobertas por luvas pretas segurava a maquininha que perfurava sua pele exposta da virilha em um tipo de tatuagem pequena.
Ele estava tatuando o próprio... Pênis?
Passei a língua entre os lábios pensando em várias besteiras que ele poderia estar fazendo antes de eu chegar, e se não fosse minha imensa vontade de ir ao banheiro eu com certeza sairia daqui correndo para me esconder.
― Elizabeth? Como entrou aqui? Aliás, o que está fazendo no meu quarto a essa hora? ― me olhou assustado, tentando cobrir seu corpo de uma forma desajeitada. ― Se queria me ver pelado era só pedir.
― Idiota... Eu... ― tentei não olhá-lo, mas era impossível. ― Eu xixi preciso banheiro ir.
― Você não me parece bem, seu rosto está pegando fogo igual a um pimentão vermelho.
― Eu só preciso ir ao banheiro, não encontrei um aqui em cima e já que Melissa está no dela... ― me expliquei, ficando mais ainda constrangida, se é que era possível.
― Se está tão apertada assim pode ir no meu, fica nessa porta aí ao lado. ― me mostrou uma bem atrás de mim.
― Prometo que não vou demorar.
― Fique o tempo que precisar, ou se preferir só finja que não estou aqui. ― murmurou a última parte, antes de voltar a tatuar sua virilha com um sorriso presunçoso nos lábios.
