07 | Vinho

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"Por que você está agindo todo meigo?
Sei que você quer um pouquinho de mim".

Post Malone - I like you.

― Bela adormecida, ainda no foi para casa? Hoje não é o seu dia de trabalho, deveria estar curtindo a folga que seus pais te deram

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― Bela adormecida, ainda no foi para casa? Hoje não é o seu dia de trabalho, deveria estar curtindo a folga que seus pais te deram. ― Daniel entrou no seu escritório com os braços cruzados.

― Eu sei, mas não queria ficar em casa. ― principalmente pelo sonho que tive ontem. ― Acabei de comunicar à importadora que os nossos vinhos que chegaram estão em ótimas condições.

― Soube que os vinhos de mesa têm ficado mais caros. Acho que precisarei voltar para a Espanha e ver como anda a minha colheita. ― murmurou pensativo. ― Porém, continue não deixe de continuar pedindo os melhores. Nossos clientes merecem.

― Sua vinícola anda com problemas, Scott?

No, Eliza, mas é sempre bom ficar de olho no mercado. Tem preços absurdos em vinhos de péssima qualidade.

― Você tem razão. ― o encarei, imaginando o quão trabalhoso deveria ser ter se tornado o dono de um vinhedo.

Desde que comecei a trabalhar aos fins de semana, Daniel estava sendo meu porto seguro, e, principalmente, meu companheiro de trabalho. A nossa amizade era tão especial que muitas das vezes deixava de vê-lo como meu chefe e passava a enxergá-lo como o cara que me acolheu como se eu fosse uma garotinha. Ele era um grande irmão de outra mãe que eu queria para sempre comigo.

Um sorriso sincero tomou meus lábios e só então notei que uma mulher morena de cabelos cacheados apareceu no corredor que dava acesso ao escritório. Ela me olhava com um semblante curioso atrás de Dan, perto da porta de saída, assim como a loira ao seu lado que manteve sua face sem muitas expressões.

― Eu preciso de um favor seu antes de ir embora. Meu sobrinho está lá embaixo na mesa cinco, poderia levar o cabernet para ele na mesa cinco? Tenho uma reunião agora e não quero deixá-lo sem companhia.

― Sobrinho? Você tem um sobrinho, Scott? ― minha boca se abriu e tive certeza que eu estava ridícula com a pergunta que fiz.

― Não quero falar sobre isso agora, mas tenho. ― não deixou brecha para perguntas e pelo o que eu conhecia do meu amigo, sabia que não devia insistir.

Levantei-me pegando o vinho em cima da mesa, junto com a minha bolsa que estava jogada por ali. Me virei para encontrá-lo, notando seus olhos tristes e não mais brilhantes como alguns meses atrás.

Scott não era de conversar muito, seu jeito reservado só disfarçava o quão calado e misterioso era, e mesmo assim, algo que me preocupava acima de qualquer coisa eram as minhas amizades. Eu podia ser uma bruta, chata e às vezes até inconsciente, ademais, quando se tratavam das pessoas que eu amava e que me faziam bem, procurava de todas as formas saber o que os incomodavam, e com Daniel não era diferente.

MEU DESEJO TENTADOR - livro 2 da série: Os AvellarOnde as histórias ganham vida. Descobre agora