Arabella

Uma direção

A próxima parada seria em uma lancheira pois precisávamos comer algo e comprar mais algumas coisas para podermos seguir a viagem.
Ao passar por um vilarejo, avistei um carro igual ao que a Roberta havia ganhado do meu pai e por coincidência a mesma placa.
Aquilo me chamou atenção. Enquanto Pedro seguia em direção ao fim daquela rua eu tentava acompanhar o carro que estava estacionado em frente a uma casa verde de dois andares.
- Aquele carro é o da Roberta - Falei sozinha por um momento.
Pedro olhou para mim sem entender e voltou a olhar para a estrada.
- Quem é Roberta? - Ele pergunta.
Eu voltei a olhar para a estrada também, sem entender o que o carro dela estava fazendo ali, num vilarejo no meio do nada, logo ela que era uma mulher vaidosa, com uma postura invejável, não fazia sentido nenhum ela sujar seu carro e suas botas caras em um local cheio de barro e estradas precárias.
- Aquele carro que passamos, que estava estacionado - pausei por um momento tentando compreender - Ele é igual o carro da minha madrastra - Expliquei - A placa é a mesma inclusive.
Pedro ficou confuso, pois não sabia nada sobre.
- Você quer estacionar ali? Se quiser voltar nós podemos, sem problemas nenhum - Ele deu a ideia.
Fiz que não com a cabeça.
- Pode seguir, vamos parar na próxima lanchonete que aparecer no nosso caminho - Informei.
Comecei a me desconcentrar com as árvores e também com as estradas estreitas que encontramos no caminho e acabei esquecendo do carro que havia visto minutos atrás.
Ao encontrar uma lanchonete, estacionamos e seguimos em direção ao estabelecimento para poder comprar nossas comidas e também almoçar.
A lanchonete parecia ter pouco movimento, muito limpa mas com poucos funcionários e poucas opções de salgados e bebidas, o banheiro ficava do lado de fora, algo que também achei estranho.
Após escolher o que iria comer, peguei a mesa mais próxima da janela e sentei.
Eu havia pegado um sanduíche e que por sinal estava muito bom.
- Parece que alguém aqui estava com fome - Pedro disse olhando para mim enquanto comia o delicioso sanduíche.
Eu comecei a sorrir com a boca cheia e olhei atoa para a rua e neste mesmo momento o carro da Roberta passou pela frente da lanchonete e como eu imaginei, o carro era o dela e ela estava lá dirigindo ele naquela estrada estreita e muito antiga.
Prendi minha atenção no carro e por um momento tentei acompanhar com os olhos o veículo para qual direção ele estava indo e em questões de segundos acabei o perdendo de vista.
Era a Roberta, eu não estava entendo o que ela estava fazendo ali, em um lugar tão afastado da área urbana, onde poucas pessoas passavam a não ser os caminhoneiros e mochileiros. Eu queria entender, eu estava precisando encontrar uma forma de poder encaixar a sua presença naquele lugar.