Surpresa

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ISABELA HERNANDEZ

Está quase na hora de irmos para o aeroporto pegarmos o jato de meu pai em direção ao meu novo destino.

Termino de olhar para meu antigo quarto,
Passo a mãos pelos móveis lembrando de cada momento que vivi aqui, olho pela janela e me pergunto quando voltarei a Espanha, agora que estou destinada a Itália.

Será que Ettore é aquele homem bom e amável com os próximos a ele, como me demostrou no jardim.

Uma pessoa fácil de conversar e confessar.

Essas últimas semanas me peguei pensando nele inúmeras vezes, e coro só de lembrar de metade das coisas que pensei.

Sou uma vergonha!

Não que eu seja totalmente inocente, logicamente me mantenho virgem para o casamento uma das regras vitais em quase todas as máfias.

Mais eu já pesquisei algumas coisas na internet em livros e me peguei pensando em fazer cada uma delas com ele.

Escuto a porta sendo aberta e tento pensar em outra coisa, imagina alguém sequer suspeitar que estou pensando umas coisas dessas.

Olho para porta e vejo minha abuela caminhando até mim.

Minha avó por parte de pai é a maior imagem materna que tenho já que minha mãe faleceu quando eu era pequena.

- olá abuela !

- olá mi hija - diz se aproximando com uma caixa - como está ?

- muito bem ! E a senhora - pergunto vendo ela se sentar ao meu lado na cama.

- estaria melhor se a minha princesa não estivesse indo embora - fala com o semblante triste.

- sabe que estou fazendo isso por nós né vó!

- lógico que sei meu bem e te admiro muito, assim como Júlia - diz me olhando e acariciando meu rosto - vocês duas tem algo muito especial que não ficaram só apenas em nossa máfia, mais a expandiu e a fortaleceu. - diz sorrindo - são jóias raras que os que estavam fora vieram buscar.

Sorrio tentando segurar minhas lágrimas.

- nessa caixinha tem um colar que assim que me casei com seu avô ele me deu - diz me entregando - ele me disse que esse colar era para mostrar o quanto me amava.

Abro a caixa e vejo um colar com uma pedra rosa
- que pedra é essa ? - pergunto alisando delicadamente.

- Essa éQuartzo Rosa mi hija - suspira e continua - Tradicionalmente chamada de Pedra do Coração, seu avô me contou que ela era usada como símbolo de amor desde 600 a.C. Uma pedra gentil e nutridora - fala sorrindo como se lembrasse dele falando para ela- está é a pedra perfeita para quem deseja e procura um amor incondicional em vários aspectos de sua vida.

Estou sorrindo para pedra como se pudesse ver todos os casais apaixonados que a usaram, mais ao lembrar do meu enlace meu sorriso se desmancha aos poucos, como algo assim pode surgir um amor verdadeiro como o dela.

- vovó obrigada - digo e fecho a caixa com carinho - agradeço mais não estou a procura de um amor, a história de vocês dois é única, estou apenas cumprindo um acordo entre duas máfias de dois países - falo a encarando e a vejo me olhar como se fosse uma boba -se eu tiver um terço do que vocês tiveram e foram felizes eu já estou satisfeita. - digo e minha vó suspira.

- você vai ver que está errada minha filha - diz se levantando e me puxando para um abraço, nos abraçamos por longos minutos, curtindo apenas nos duas - espero te ver logo, casada, felizes e com meu bisnetinho em seus braços assim como Júlia - diz baixinho.

Sorrio para ela e deixo finalmente minhas lágrimas escaparem, a abraço mais forte ainda recebendo um beijo em minha testa.

- que você seja muito feliz minha princesa - diz me olhando e a vejo partir.

Não sei se estou preparada para isso, tentar fazer algo dar certo ou ao menos lutar por um romance que nem sei se irá prósperar.

Respiro fundo me olho novamente no espelho pego minha bolsa e sigo a caminho da sala onde tem uma despedida da máfia para a futura Sra Hernandez Vacchiano.

***

Passaram hora e estou desembarcando em Roma na Itália, seria mentira minha dizer que não sonhava em conhecer esse lugar porém nunca achei que seria nessas condições.

Entramos nós carros disponibilizados pelo meu noivo para nos deixarmos no melhor hotel da cidade.

Durante o todo o caminho escutava meu pai falando a quanto tempo que não vinha para cá e como gostava dessa cidade.

- Ira gostar muito daqui minha princesa! - falo e sorrio tentando parecer animada.

Quando vou responder sinto algo nos atingindo.

- o que é isso ? - pergunto assustada e sinto o carro balançar de novo, vendo outro veículo batendo contra nós.

- estamos sendo atacados mi hija fique perto de mim - ele diz e me aconchego mais ainda perto dele.

O carro se distância e vejo varios tiros atingir o veículo.

- pai !! - grito quando o veículo balança na pista novamente me fazendo cair ao lado.

- mi hija - diz meu pai tentando me aproximar dele novamente com dificuldade pelo balançar do veículo.

-estou com medo - digo o abraçando forte e vejo ele sacando a arma de seu terno.

Vários soldados que nos acompanhavam estão atirando pela brecha do vidro em direção dos que estão nos atacando.

Outros dois veículos que nos escoltava estão disparando também contra os inimigos.

- não se preocupe minha princesa nada vai acontecer com você! - meu pai diz me soltando e prendendo pelo sinto de segurança.

O vejo tirar o seu cinto para dar mobilidade ao abrir o vidro do seu lado apenas um pouco para posicionar a arma e disparar.

Meu pai dispara várias vezes, o carro balança e ele quase caí.

O vejo respirar fundo e abrir mais o vidro dando uma visão perigosa para os inimigos, ele se posiciona melhor e atira no pneu de duas motos derrubando os pilotos que caem no asfalto, vejo um dos carros que nos acompanhava parar e ir em direção destes dois.

Ficou certa de 15 minutos em disparos contínuos de ambos os lados até que o nosso motorista consegue despistar os assassinos.

Respiro novamente, porém com uma imensa vontade de chorar, com medo, medo de morrer e perder meu pai.

Meu pai volta em sua posição anterior e me abraça.

- está tudo bem minha filha, estamos bem !- diz me abraçando enquanto choro assustada ainda.

Observo o motorista fazer um contorno para a rua oposta a que estávamos seguindo.

- para onde está nos levando? - meu pai pergunta sério vendo o motorista desviando da rota ao hotel.

- para a mansão Vacchiano senhor, preciso relatar o ocorrido ao chefe e estão mais seguros lá ! - diz e meu pai concorda.

Ao dizer isso o carro fica em um eterno silêncio em direção ao novo destino.

UM AMOR PARA O MAFIOSO - Livro 1 "IRMÃOS VACCHIANO"Onde as histórias ganham vida. Descobre agora