Ataque

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ETTORE VACCHIANO

Sinto um peso sobre meus braços e olho minha esposa totalmente sonolenta sobre o mesmo.

Fazia muito tempo que não passávamos a noite inteira fazendo amor, ela ontem estava mais que excitada acho que nunca tinha a visto assim, não que eu esteja reclamando, foi um ótimo jeito de distrair após o dia que tive.

Me levanto, arrumo em silencio e sigo em direção da entrada onde meu irmão já me espera, hoje temos muitos assuntos para resolver então não teremos tempo, para um café da manhã descente.

- olha quem chegou achei que não sairia da cama hoje - fala risonho.

- não entendi - digo querendo corta o assunto e continuo andando até o carro enquanto ajeito o meu terno, sendo acompanhado por ele.

- não né- ri - ontem estavam inspirados - fala - consegui escutar os gemidos dela do andar de baixo - diz e fecho a cara.

- é melhor você fica quieto - falo dando tudo o que ele queria para começar a me irritar.

- acho que o remédio que ela precisava só você podia dar - fala rindo e franzo a testa.

- remédio?- pergunto

- sim ontem ela não estava muito bem - fala enquanto entramos no carro e eu me acomodo no acento do motorista.

- ela não me disse nada disso - o olho confuso.

- talvez porque estava ocupada com o seu p..

- é melhor não termina a frase - falo ríspido e ele levanta a mãos em rendição.

- fico feliz por te ver assim - diz.

- assim como ? - pergunto enquanto tiro o carro da garagem indo em direção do portão.

- amando - fala relaxado jogando os pés sobre o painel do carro.

Prefiro não dizer nada, porque até eu não sei a resposta para isso, Será que eu a amo ? É algo que estou descobrindo ainda.

Andamos por mais uns minutos e chegamos no local programado, vejo que é um local abandonado.

- porque ele iria marca o encontro aqui ? - pergunto e Luca observa o local, faço sinal com as mãos e os setes guardas que estavam conosco em outros carros começam a se espalhar.

- estranhei ele querer trocar a mercadoria aqui, estava estranho mesmo.

Andamos nós espalhando até escutarmos um barulho estrondoso na porta e várias pessoas uniformizadas entrar bem armadas.

- porra é a polícia - diz Luca engatilhando a arma e disparando em direção deles.

- Cazzo - digo fazendo o mesmo, enquanto tentamos nos esconder, pois nossa descrição é essencial.

- o que vamos fazer ? -  Pergunta perdido, disparando em direção dos policias de forma aleatória e se escondendo atras da parede que nos protege - se nos encontrarem aqui estamos fudidos, teriam as provas que querem para nos prender - fala com o maxilar travado pela irá.

- vamos por aqui.  ! - falo avistando uma porta velha que esta semi aberta, faço sinal e os guardas vem nos dando cobertura, seguimos atirando como forma de defesa e dando passos para trás tentando fazer o contorno para sairmos ileso dessa emboscada.

Caminhamos por um tempo entre corredores com paredes ao pedaço ate encontrar algo muito velho, que parecia com uma porta.

- Entra aqui - grita Luca me mandando entrar em uma porta que leva aparentemente a uma garagem subterrânea - deem a volta e busque uma porta para o piso subterrâneo agora! - ele grita no radio e acena para passarmos aquela passagem, entro acompanhado  com demais guardas, quando ele finalmente vai passar vejo o ser atingido.

- Irmaoooo!- grito e vou em sua direção disparando inúmeras vezes na direção que o tiro saiu, nem eu sei a onde é em específico mais sei que quem naquele cômodo que disparou nao deve estar mais vivo.

Tento o puxar com ajuda de meus soldados e ele está muito fraco dificultando mais.

- me deixa porra - diz com a voz fraca, tossindo sangue.

- vai se fuder caralho - falo enraivecido - não vou te largar porra nenhuma - grito o pegando e jogando sobre minhas costa, tirando forças que nunca imaginei ter.

Meu irmão é um homem grande assim como eu, onde consegui tamanha força não sei, mais eu o puxei e carreguei por todo estacionamento até chegarmos finalmente onde estavam nossos carros.

- dirigi essa porra! - grito com o guarda mantendo meu irmão fraco em meus braços - rápido caralho, RÁPIDO! - grito e ele acelera.

- estamos indo para o hospital mais próximo - ele fala pelo rádio para os demais - o senhor Luca foi baleado - diz desligando o rádio.

- você vai ficar bem, ta escutando - falo sentindo um desespero que nunca senti na vida, nem com a morte de meus pais.

Ele nao fala nada apenas me olha e sorri, com sua boca ensanguentada, sinto uma lágrima escorrer de meu rosto e fodasse nao ligo, ele é meu irmão se pudesse trocar de lugar com ele faria agora mesmo.

Nessa hora minha respiração pesa eu fico atordoado, não posso perder meu irmão, não posso.

Lembro de tudo que fiz para mantê-los seguros, e eu falhei, falhei miseravelmente.

Entro em uns dos meus hospitais correndo em direção da recepção.

Ao me verem os médicos e enfermeiros que estão no local correm ao meu encontro.

- ajudem meu irmão - grito - agora! - falo e eles correm até meu carro com uma maca o levando dali, quando tento entrar na porta que passaram eles me barram.

- desculpe senhor Vacchiano mais não pode passar daqui - diz e o olho com irá.

- o caralho que eu não posso - tento o empurrar até um médico se aproxima e me encarar.

- vamos tentar fazer de tudo para salvar a vida do seu irmão, porém se o senhor insistir em entrar, só atrasará nosso trabalho.

O olho de uma maneira que o mataria alí mesmo, mais ele tem razão, só quero meu irmão bem, não posso atrapalhar.

Saio dali cambaleando até a recepção e as recepcionistas tentam me acalmar e fazer sentar.

- não quero nenhum relatório da internação dele estão escutando - digo firme e ela confirmam, a última coisa que quero é o FBI perguntando o motivo do tiro depois de uma ação deles, estariamos assinando nossa própria sentença.

Vou em direção a cadeira e abaixo o olhar só quero que ele fique bem, só isso.

UM AMOR PARA O MAFIOSO - Livro 1 "IRMÃOS VACCHIANO"Where stories live. Discover now