CAPÍTULO QUATORZE - WHAT IF...?

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⚠️ ATENÇÃO  ⚠️

PALAVREADO DE BAIXO CALÃO / ATO SEXUAL EXPLÍCITO / MENÇÃO A USO DE DROGAS ILÍCITAS / USO DE DROGAS LÍCITAS / MENÇÃO A AGRESSÃO FÍSICA E MORAL

WHAT IF...?

🐿 🐿 🐿

Meus batimentos estavam acelerados, muito acelerados.

Era praticamente um desafio caminhar com os sentidos desalinhados, com a mente voltada para um único e absoluto foco. Uma única pessoa. Taehyung jamais me telefonaria naquele momento caso fosse uma brincadeira. Yoongi tinha que estar nessa mansão, e eu iria achá-lo.

Demorei mais de uma hora para finalmente conseguir me desvencilhar de San. Suas palavras soavam, soavam e soavam em meus ouvidos, e independente de muito querer, não me via capaz de absorver nenhum daqueles ditos como deveria. Como gostaria.

Mas foi quase impossível não demonstrar o mínimo de reação quando atendi o celular. Meu corpo inteiro se enrijeceu em uma tensão ilógica, minhas ideias se perderam por completo.

Eu o recompensaria depois.

E agora, praticamente correndo sem rumo por aquela mansão, saber de Yoongi era somente o que me interessava.

Eu o encontrei, é óbvio que sim. Mas não exatamente do jeito que pensava. Sim, me intrigou demais vê-lo com um semblante destruído, uma sensação amarga me tomou no interno, como se aquele olhar cortante gritasse devastação, como se a curvatura melancólica de seu corpo e o andar desanimado deixassem explícito o fim de algo... Eu só não sabia o quê.

Ao mesmo tempo e em contradição, eu devolvia um olhar radioso, uma expressão de euforia que em nada combinava com a dele. Um sorriso infundado pintava meus lábios, e a cada passo meu, também sem propósito e consciência, uma felicidade me consumia. Mais e mais.

Eu estava feliz por Yoongi estar ali, por supostamente ter considerado, ao menos um pouco, minhas palavras. Me vi aliviado porque porra, ele estava bem diante dos meus olhos, no lugar de onde jamais deveria ter saído. Era estranho, era mesmo, mas seria mentira dizer que seu retorno não me fez pensar que... Que talvez pudéssemos começar do zero, que finalmente eu teria a oportunidade de conversar com ele, de quem sabe, relembrar os velhos tempos. Eu senti falta dele, e só me dei conta da proporção dessa saudade quando já estávamos de frente um para o outro.

Só me dei conta do quanto eu estava arrependido quando senti vontade de agarrá-lo para perto de mim em um abraço, e prometer que nunca mais o machucaria.

Porque amigos não se machucam dessa forma, não é? E Yoongi era meu amigo.

— Porra, cabrón, eu sabia que você ia voltar! Caralho, Yoon... Caralho... Você não sabe o quanto 'tô aliviado... — Falei de uma vez, sem pensar em absolutamente nada, ainda com a respiração desregulada e o tom de voz alterado.

E parando para pensar agora, realmente não fazia sentido aquela porra de reação minha. Não depois do nosso último encontro, não quando seus olhos me queimavam no que parecia muito ser ódio.

Talvez a felicidade intensa não me fez enxergar que ele me encarava com desprezo, com preguiça, como se eu fosse um intruso, ou até um desconhecido.

Mas a reação que teve conseguiu superar qualquer olhar torto ou supostas palavras duras e ofensivas. Yoongi, ao invés disso, simplesmente mirou todo meu corpo, de cima a baixo, com os braços cruzados frente ao peitoral e o semblante carregado de uma amargura interrogativa.

HOLLYWOOD'S BLEEDINGWhere stories live. Discover now