CAPÍTULO DEZESSETE - THERE'S STILL TIME?

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⚠️ ATENÇÃO ⚠️

PALAVRADO DE BAIXO CALÃO / MENÇÃO A USO DE DROGAS ILÍCITAS / USO DE DROGAS LÍCITAS / TORTURA / MORTE / SANGUE / QUEIMADURA / AFOGAMENTO / AGRESSÃO FÍSICA E MORAL / ANGST / MENÇÃO A ATO SEXUAL

THERE'S STILL TIME?

1H DA MANHÃ, WOORIDUL SPINE HOSPITAL

X    X    X

Não é possível escolher como ou quando iremos morrer. Conseguimos apenas decidir a forma na qual viveremos.

E talvez as escolhas de todos aqueles homens até o momento tenham sido respaldadas pelo dia de suas mortes. Dias estes, que não sabiam quais seriam, contudo, batiam no peito para afirmar que estavam prontos e que não temiam a nada. Mas a verdade é que assim que ela bate na porta, nenhum deles está mesmo preparado para partir. Há ainda uma sensação de pendência, um sentimento que borbulhava no sangue, que os fazia angustiados, implorando por mais tempo, só mais um pouco.

Eram mentes, corpos e almas incompletos. Mentes, corpos e almas ambíguos. Como híbridos que necessitavam da felicidade, do amor e do ego para suprir e acariciar as máculas da natureza humana, mas que agiam tão primitivamente como animais selvagens lutando por seus territórios.

Sendo a parte animal apenas um pretexto para alimentarem as heresias que provinham de seus espíritos, únicos e totalmente racionais.

Em outras palavras, não existiam instintos, não existiam impulsos. O que havia ali, eram homens fracos, destituídos de coragem para ficar, para ir e principalmente, para deixar ir.

Só que tudo aconteceu muito rápido. Não tiveram a chance de fazer suas últimas escolhas.

Peças se encaixaram todas de uma vez, ao mesmo tempo, milhares de dúvidas rompiam como um tornado. Diferente do que esperavam, aquilo não se parecia com uma vitória. Não, não mesmo.

A área de espera do hospital estava basicamente interditada para eles. Todos mudos, evitando os olhares uns dos outros, respirações baixas para que suas emoções não fossem ouvidas. Lágrimas escorrendo em silêncio, embaçando suas visões.

Não conseguiam pensar em reféns, em Heechul, Siwon ou San. Nada os preocupava mais do que saber se Yoongi estava realmente vivo ou não.

As informações que lhes deram não os davam certeza alguma. Sabiam que muito sangue fora perdido, que a bala perfurou um local delicado, que seria necessário uma cirurgia, que Yoongi ficou tempo demais desacordado, que tinha outros ferimentos pelo corpo. Tudo muito embaralhado.

Foi desesperador presenciar o corpo de Yoongi em cima de uma maca, com médicos em sua volta, apressados pelos corredores. Viram suas vestes manchadas, hematomas espalhados na pele agora quase sem cor e acinzentada, os lábios arroxeados. Todos se negavam a acreditar que ele poderia partir daquela forma, mas tal imagem tão reveladora os fazia pensar se não estavam se enganando, se não estavam agarrados à impossibilidade.

Enquanto procuravam por qualquer mínima esperança, Taehyung e Hoseok, em específico, encontravam-se afastados dos demais, sentados um ao lado do outro. Roupas sujas, rostos inchados, corações destruídos e desesperados por respostas.

Respostas que não vinham, não chegavam nunca. Que pareciam não ter uma fonte para serem coletadas.

Taehyung encarava o chão a todo tempo, seus pensamentos obscurecidos, respiração afogueada pelo tanto que chorou nos últimos minutos. Sua vontade era poder retornar no tempo e impedir que aquilo acontecesse, porque não tinha certeza se deveria agarrar-se à ideia de Yoongi sair vivo daquela situação.

HOLLYWOOD'S BLEEDINGOnde as histórias ganham vida. Descobre agora