Rayna Kane tinha apenas 17 anos quando foi enviada para a prisão jovenil pelo seu próprio pai. Quase três anos depois, ela é enviada para a Terra com a sua colega de cela, Octavia e o motivo por ela ter sido presa, Bellamy Blake.
Dentre toda a guerr...
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001 | Terra Habitável RAYNA KANE ——— Ano 2149
"Rayna?"
Meus olhos se partem e tomo um soco da realidade.
Demoro um tempo para conseguir organizar meus pensamentos e quando o faço, sento-me naquela cama improvisada no chão.
Era a minha vez de dormir no chão.
— Acho que seus sonhos lhe assombram ainda mais que essa prisão.
E era a vez dela de dormir no confortável.
Não que eu ache que uma pedra reta e uma cama sem mola seja confortável, mas ainda assim, é melhor que o chão e uma coberta.
Você quem decide se preserva suas costas ou seu frio e, acredite quando eu digo que o Espaço faz muito frio.
— Bom dia para você também, Ray.
Faço um esforço para não revirar os olhos.
— Não há "bom dia" aqui, Octavia — murmuro deixando minhas costas tombarem até a parede. — Não há dia aqui.
Octavia dá de ombros e seu cabelo da cor de chocolate se mexe, sendo impedido de cair na sua cara por suas próprias mãos.
— Não sei bem como cumprimentar uma pessoa que acabou de acordar — ela ironiza. — O que acha de... Boa Arca?
Deixo um riso de escárnio escapar dos meus lábios porque é inevitável não rir desta loucura.
— "Boa Arca"? — Mordo os lábios para não rir mais.
— É, tipo — ela se levanta quando ouve os guardas chegando para nos levar ao banho —, "bom dia" só que na versão da Arc...-
Ela não termina de falar quando a porta é aberta brutalmente por mais guardas do que o normal.
Dois entram e nos rodeiam, quatro deles ficam lá fora, deixando Marcus Kane no ponto central.
Sinto qualquer resquício de divertimento se escorrer do meu rosto e dou um passo para perto de Octavia. Ela faz o mesmo ao encarar os guardas com posturas defensivas.
Apenas encaro o homem no comando. Apesar da enorme dúvida pairando sobre mim, não ameaço dizer nada.
— Queria que não tivesse que ser assim — Marcus diz, seus olhos recuando dos meus como o covarde que ele é.