Capítulo 6

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Walk me home in the dead of night
I can't be alone with all that's on my mind

Walk me home - P!nk


Finalmente a sexta-feira chegava depois de uma semana conturbada. O marketing da empresa estava sendo reestruturado e uma nova marca criada, o que significava adequar tudo o que era feito na Sala Criativa para um novo padrão visual. Felipe e Fabiana passaram a semana atolados em tarefas e ela pouco teve tempo de conversar com Levi, o que a incomodou um pouco. Claro que só o fato de ele estar presente lá e lançar pra ela um olhar ou um sorriso a cada vez que passava em sua mesa ajudava muito a manter a saúde de seu coração apaixonado.

Naquele dia, que prometia ser o último do caos generalizado, ela havia ficado até mais tarde. O relógio marcava oito horas da noite quando ela finalmente desligou seu computador, se despediu de Felipe e começou a caminhar para a saída.

- Que semana. – A voz de Levi preencheu seus ouvidos tal qual uma sinfonia suave e um sorriso automaticamente surgiu em seus lábios enquanto ela virava para fitá-lo saindo da Sala Criativa com sua mochila vermelha.

- Foi uma semana interessante, de fato. – Ela deu de ombros como se o caos nunca tivesse ocorrido, o que arrancou uma risada dele.

- Admiro seu otimismo.

- É uma das minhas melhores qualidades.

- E modesta também.

- Devo admitir que a modéstia também é uma grande qualidade minha.

Os dois trocaram um sorriso cúmplice enquanto desciam as escadas até o térreo do prédio.

- Vai para casa como? – Perguntou ele assim que saíram para a rua.

- De ônibus. Pego ali no Mercado Público.

- Pode ser perigoso.

- É, bem, não tenho muita escolha. – Ela deu de ombros. – Mas eu sempre vou aqui pela Andradas que tem mais movimento e luz.

- Eu te acompanho por ali, então.

- Não precisa, Levi.

- Eu vou ir por ali de qualquer forma. – Alegou ele.

- Vai?

- Eu vou ir caminhando para casa. Cidade Baixa não é tão longe assim.

- De fato, não é, mas é com a hora que eu me preocupo.

- Se a hora é perigosa para mim, também é para você. Vamos, eu vou te acompanhar e não quero discussão.

- Sim, senhor. – Fabi bateu continência de brincadeira e os dois riram, caminhando devagar pela rua.

- Está gostando de trabalhar ali conosco? – Começou Levi.

- Muito. Acho que acima de tudo, são as pessoas que eu gostei, sabe? Principalmente você.

Fabiana não conseguiu se conter e arrependeu-se no momento em que disse. Ela havia jurado para si mesma que não falaria nada nem daria indiretas para respeitar o tempo de cura dele após o divórcio. Era claro que ele não estava no momento para qualquer novo envolvimento romântico e admirava-o por estar buscando ficar consigo mesmo e se redescobrir.

- Nosso convívio está ótimo, de fato. – Levi sorriu levemente para ela.

- Você está bem?

- Vou ficar.

- Sei que vai. Você sabe que pode contar comigo, não é?

- Eu sei, amada. Agradeço muito.

É claro que o uso da palavra "amada" não passou despercebido por Fabiana, que teve dificuldades em controlar as batidas de seu coração e seguir caminhando e conversando normalmente.

Inevitável AmorWhere stories live. Discover now