Capítulo 17

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How do we rewrite the stars?
Say you were made to be mine
Nothing can keep us apart
Cause you are the one I was meant to find

Rewrite the stars – The Greatest Showman


Fabiana aparentava estar concentrada em sua mesa, mas seus olhos recaíam sobre o relógio a todo momento e sua mente viajava para as possibilidades da noite por vir. Tinha o aniversário de uma colega da empresa para ir em um pub da Cidade Baixa e sabia que Levi também havia sido convidado, o que tornava a festa muito mais atraente para ela. Não que não gostasse da colega, mas a oportunidade de conversar com Levi livremente fora do trabalho era sempre algo muito agradável.

Ela não tinha certeza se ele iria, pois não havia confirmado presença no evento, mas pretendia perguntar quando ele fosse embora. Ele havia criado o hábito de passar na mesa dela sempre antes de ir para casa para lhe dar um beijo e eles sempre acabavam conversando brevemente sobre o dia. Eram momentos curtos, mas Fabi nutria um carinho enorme por eles ou por qualquer momento que conseguia passar com Levi.

A cada dia que se passava ela se encontrava mais apaixonada, especialmente após a janta em seu apartamento, onde ele se encaixou tão bem. Durante o trabalho, ou em qualquer momento do dia se ela fosse honesta consigo mesma, sua mente se voltava para ele e isso acontecia com mais frequência do que ela gostaria de admitir. Levi era o ímã, ela o metal. Ele era flor, ela a abelha.

- Parece que alguém está longe daqui. – A voz de Levi soou atrás dela e a despertou de seus devaneios.

- Estava. – Ela sorriu enquanto virava a cadeira e encontrava-o com uma expressão leve e divertida. – Mas já voltei.

- E voltou de onde? Até que lugar viajou?

- Lugares imaginários. – Fabi deu de ombros, fugindo daquela pergunta cuja resposta era a própria pessoa que questionava.

Vontade não lhe faltava de dizer que estava apaixonada, de abrir o jogo com ele, de abraçá-lo e falar em seu ouvido o quanto ele mexia com ela. Contudo, sabia que não devia. Tinha consciência de que precisava respeitá-lo, dar tempo ao tempo para que ele se curasse e voltasse a confiar no amor.

Não era uma missão fácil, afinal Fabi nunca fora paciente. Sempre havia sido prática, honesta e direta. Se gostava de um garoto na escola, falava diretamente. Se considerava um cara atraente na adolescência, demonstrava isso claramente para o próprio.

Talvez por isso ela estivesse tão espantada com toda aquela situação: com o nível de seu autocontrole ao não abrir o jogo com Levi levando em consideração a intensidade do que estava sentindo por ele.

- Pessoas criativas têm dessas. – Levi comentou se inclinando para depositar um beijo na testa dela.

- Você vai na festa da Verônica logo mais? – Ela levantou-se para lhe dar um abraço de despedida.

- Estou um pouco cansado, mas acho que vou. Moro bem perto do pub. – Ele aceitou o abraço e carinhosamente a apertou contra si, afastando-se pouco depois. – Você vai ir?

- Vou sim. Daqui a pouco saio também e vou para casa me arrumar.

- Bem, então nos vemos lá.

- Seja minha companhia porque eu provavelmente não vou conhecer quase ninguém.

- Vou te apresentar para todo mundo sem nenhum problema.

- Obrigada. Me sinto bem melhor.

Levi lhe deu o mais doce dos sorrisos em resposta e se afastou, indo para a saída. Ela carinhosamente o observou atravessar todo o corredor até desaparecer nas escadas. Fazia isso a cada vez que ele vinha se despedir. Gostava de observá-lo caminhando, com o corpo todo ereto em uma posição natural de altivez. Ele era poderoso e Fabi achava que nem se dava conta disso.

Inevitável AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora