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 𝐘𝐎𝐎 𝐍𝐀-𝐁𝐈

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 𝐘𝐎𝐎 𝐍𝐀-𝐁𝐈

    Permaneço sentada em uma cadeira da delegacia, enquanto espero que o policial nos libere. Chegamos à um acordo simples: como meu erro foi não ter dado a seta e o homem não ter prestado atenção no trânsito combinamos de que cada um assuma os custos dos ajustes dos próprios carros. Quase chorei de felicidade.

Por algum motivo, o dono do carro é uma pessoa extremamente simpática e aceitou meu pedido de desculpas com a maior sinceridade que eu já havia visto na vida. O outro moço que estava com ele era um pouco mais sério, ficando o tempo todo no canto da sala da polícia, enquanto esperava pacientemente que o  — provavelmente — amigo terminasse aqui.

── Preciso que assine aqui. ── o policial sentado do outro lado da mesa me indica onde preciso assinar ── E aqui.

Faço o que ele manda.

Seo-jun se mexe um pouco em meus braços enquanto dorme, ele solta o boneco que ainda segurava no chão.

O homem se agacha para pegar o boneco. Ele se detém por um instante,  analisando a miniatura. Ele abre um sorriso que desaparece tão rápido quanto surgiu e me entrega.

── É uma boa miniatura. ── ele diz, olhando para mim diretamente o que me parece ser a primeira vez. ── Ele gosta de futebol?

Olhando para ele assim percebo que seu rosto parece-me ser conhecido, mas com certeza me lembraria se o conhecesse.

── Um pouco. ── o respondi ── Principalmente dos desenhos.

Ele sorri um pouco, parecendo tímido. 

── É seu filho? Vocês dois se parecem.

E claro, a pergunta que todos fazem. Mas a diferença é que desta vez a pessoa me perguntou diretamente, não como as outras, que perguntam para outras pessoas que sequer me conhecem.

Olho para Seo-jun e em seguida para ele. Seo-jun é meu irmão, mas pela lei é meu filho. Então...

── Sim, é.

O homem parece querer dizer mais alguma coisa mas o policial entrega um papel a ele.

── Tudo certo, senhor Son. Vocês já estão liberados. Mas, antes. ── o policial diz, de repente, olhando para mim.── O seu carro não está apto para as normas de trânsito,  por conta do retrovisor. Terá que ser levado para a oficina em um guincho. Posso chamá-lo, se quiser. Podemos chamar um táxi.

── Tenho que esperar o guincho chegar? ── perguntei.

O policial olha para a criança em meus braços.

── Não, irei garantir que o transporte seja confiável. Apenas me passe o endereço da oficina que leva seu carro e irei passar para o motorista. 

𝓔𝗻𝗱𝗴𝗮𝗺𝗲 | 𝘀𝗼𝗻 𝗵𝗲𝘂𝗻𝗴-𝗺𝗶𝗻Where stories live. Discover now