Mexa os Pés

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— Chega [Nome], você é péssima.

Durante o intervalo pedi a Sora que me ajudasse com o trabalho de pés. Ela teve a incrível ideia de emprestar uma bola de basquete com a irmã e depois pedir a quadra de cimento da escola.

Me apoiei nos joelhos, Sora estava na minha frente tirando onda com os dribles. Normalmente eu pensaria que suas habilidades estavam enferrujadas pelo tempo sem jogar, só que acabei descobrindo que ela continuava treinando com a irmã em casa.

Respirei fundo e arrumei minha postura — Não, eu vou conseguir. Pelo menos uma vez.

O resto do time estava brincando na outra metade da quadra, sem deixar a bola cair mantinham a bola de vôlei no alto.

Sora passou a bola para mim e segurei ela em mãos, respirei fundo e bati a bola no chão tentando passar por sora com um giro. Ilusão, a garota roubou a bola da minha mão com facilidade e também aproveitou para dar um encontrão no meu ombro. Desequilibrei e precisei me apoiar na grade para não cair.

— Você está dando um passo muito grande e não está conseguindo manter o ritmo das passadas — explicou pela milésima vez —, você vai posicionar seu corpo para a esquerda, dar uma passo largo para a direita, girar e já dar o segundo passo.

— Você também não está facilitando Sora.

— E deveria? — ela girou a bola no dedo — Não me lembro de você pegando leve quando comecei a jogar vôlei.

— Eu não preciso ser uma exímia jogadora de basquete. Só preciso aprender o que fazer o que já faço com os meus pés, melhor — ergui a ponta do sapato e apontei. Sora riu e jogou a bola de nova.

— Se é o que você diz.

— Como assim se é o que eu digo? É verdade!

— Tudo bem capitã — ela indicou com a mão para que eu avançasse -, de seu melhor.

Ah, Sora estava se aproveitando da habilidade superior com a bola de basquete para pegar no meu pé. Conseguir passar por ela era uma questão de honra agora. Passei a bola de uma mão para a outra pedindo mentalmente que ela me ajudasse apenas a fazer Sora engolir aquela provocação.

Bati a bola no chão, minha amiga se posicionou olhei com cuidado a postura da vice-capitã e avancei. Sora estava me marcando com vontade, me aproximei batendo a bola baixa dessa vez e dando de encontro com ela a empurrando com jogo de corpo. Bati a bola de maneira ritmada marcando o tempo e quando diminui o ritmo consegui minha janela, um passo médio, um giro rápido e consegui passar.

Tudo bem que no segundo passo meus pés se enroscaram e eu tropecei, mas consegui passar de qualquer forma. Foi o suficiente para eu comemorar e Sora ficar emburrada.

— [Nome] realmente conseguiu, me deve um sorvete Keiko.

Olhei para Hana que estava parada com a bola em mãos, Keiko tinha uma expressão desolada. As meninas estavam apostando se eu conseguiria passar por Sora ou não.

— O jeito distorcido que vocês confiam em mim, é surpreendente — soltei o laço do meu cabelo apenas para o balançar e prender de novo. Minha nuca ficou gelada pela brisa que se grudou nas gotas de suor.

Minhas mãos também estavam sujas, eu e Sora dissemos que iriamos até o ginásio de basquete devolver a bola e já voltávamos. Saki estava reunida com o time e enquanto na porta senti o clima pesado que estava, a gêmea de Sora não parecia nada bem.

— O que aconteceu? — a irmã perguntou.

Saki olhou para trás e deu um sorriso fraco — Das quatro pessoas que entraram no clube duas saíram e as outras estão indecisas. Estamos com grandes problemas.

Immortals - (Bokuto x Leitora)Where stories live. Discover now