𝐏𝐑𝐎𝐋𝐎𝐆𝐎 𝐈𝐈

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1968

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1968

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A família jantava em silêncio, um silêncio confortável para Lizzie e Jane, mas desconfortável para Albert.

- E então Isabela, como vai a escola? - Albert pergunta colocando uma colher de comida na boca

- Albert... - Jane diz ainda de cabeça baixa

- Querida, por favor, deixa a garota falar - Albert diz

- Albert. - Jane fala um pouco mais alto

- Jane! - Albert se irrita - o que foi?

- O nome dela é Elizabeth - Jane diz fechando os olhos lentamente como sinal de pouca paciência

Um silêncio dessa vez perturbador se espalhou pela sala de jantar

- Lamento Elizabeth, bom, eu acho que "Beth" é uma forma ótima de falar - ele sorri - não acham, eu amo nomes em que podemos criar mais de um apelido usando-o - ele leva mais uma colher de comida até a boca - Bom Beth, como vai a escola, certeza que o ensino fundamental está difícil. - Ele sorri de lado

- Eu só tenho sete anos papai - a menina diz

- Ela ainda está no primário, Albert. - A mulher diz

- Eu deveria ser mais presente na vida dela, até ontem achava que o nome da minha própria filha era Isabela - Albert ri e acaricia as mãos da menina

- Chega, vamos Lizzie - Jane se levanta - já terminou de comer, agora vá escovar os dentes, me espere na cama - ela diz fazendo a filha ir para o banheiro

Albert observava a garotinha caminhar até o banheiro.

- Os filhos crescem rápido - Albert diz e então Jane suspira

- Não toque nela. - A mulher diz

- Acha que eu faria com ela algo de ruim?

- Eu sei disso. – Ela diz

- Deveria confiar mais em mim, eu sou pai dela – Albert se levanta

Jane apenas lança um olhar de julgamento antes de ir de encontro com a filha.

O quarto rosa com alguns desenhos no teto era até pequeno para a menina mas era o lugar favorito dela, na cozinha o pai costumava passar o dia de suas folgas, e sua mãe não gostava quando a menina tinha muita proximidade com o pai; na sala era o lugar principal das brigas de seus pais, era lá que ela via o pai bater em sua mãe, as vezes ele usava as mãos e as vezes um cinto bem largo, mas sua mãe geralmente também atirava coisas em seu pai, copos, garrafas, pratos, já quase deu uma facada em Albert uma vez; o jardim geralmente era o lugar onde sua mãe fumava, Lizzie odiava o cheiro de cigarro, o quarto dos pais estava totalmente fora de cogitação, e um porão ou um sótão eram inexistentes na casa, restando seu quarto.

Hoje eu quero ficar sozinha - Telefone PretoWhere stories live. Discover now