𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 𝐎𝐍𝐄

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1977

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1977

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Dolorosa

É o que a sua vida se torna depois de ver todos os dias a forma mais pura do mal, é o que sua vida se torna ao receber uma dose do puro mal na sua pele quase todos os dias. Não tente dizer para Beth o que é o mal, não tente explicar a ela o que a dor pode te causar, não tente dar a ela essa aula, acredite, ela teve um ótimo professor em casa que a mostrava todos os dias o que é a dor.

- Elizabeth! - os gritos de Albert foram ouvidos pela casa - Elizabeth!!

A garota se assustou com o chamado do pai e correu para a sala, escutando então juntamente com os resmungos do pai, os altos latidos de sansão.

- Sim, pai? - a garota diz chegando na cozinha

- Pega o Sansão e coloca ele no quartinho! - o homem carregava consigo algumas poucas caixas

- Sim senhor - a garota corre até o cachorro segurando-o pela coleira

- Eu não tinha mandado você prender ele antes que eu chegasse do trabalho?! - Albert dizia irritado e pondo as caixas no chão - por que você sempre erra em alguma coisa?

- Me desculpa pai... - a menina diz ao fechar a porta do quartinho - eu esperava que o senhor fosse chegar as 18h00, não as 14h00 - ela diz abaixando a cabeça e se encostando na parede

- Não me venha com desculpas Beth! - ele vai em direção da cozinha abrindo a geladeira - limpou a casa hoje? - ele passa o dedo na bancada checando se tinha sujeira

- Sim senhor - ela diz

- E o Sansão? deu banho nele?

- Dei, pai.

- Perfeito, boa menina - ele fecha a geladeira - menina boazinha - ele vai até a garota tirando a carteira do bolso entregando vinte dólares a ela - aqui, vá até o comércio e me compre três garrafas de cerveja e dois maços de cigarro, compre um refrigerante pra você também, e um chocolate - o homem sorri e acaricia os cabelos da filha - não demore tanto

Ao sair de casa, a garota aplica em seu relógio de pulso exatos trinta minutos, era o tempo que ela para ir até o comércio, fazer as compras e voltar para casa.

Só mais três anos, era isso que a menina tinha na cabeça, mais três anos e poderia sair da maldita casa de Albert, seria livre, ela realmente seria livre, seu desejo era retornar a sua cidade natal, visitar sua avó e talvez encontrar o corpo de sua mãe, ela queria ao menos um lugar para sua mãe em um cemitério, sua mãe não era religiosa, não queria ser enterrada de acordo com determinada religião, Beth sabia que sua mãe desejava ser cremada e ter suas cinzas jogadas no mar, ela não sabia onde Albert tinha deixado o corpo de Jane, o que lhe restava era rezar para que sua avó tenha descoberto o corpo dela e feito o necessário.

Hoje eu quero ficar sozinha - Telefone PretoWhere stories live. Discover now