Alvor

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— Você o amou? — Killian perguntou

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— Você o amou? — Killian perguntou. A mão ainda sobre a caixa de madeira. 

         Fiz careta com a lembrança. “Impertinente", teria sido meu argumento. Mas as respostas corretas eram sempre mais lentas que minha língua. Na hora, minha mão deixou a caixa como teria feito a urtiga. 

— Ainda o amo — falei sem demora. 

        “Amo uma esperança perdida. Uma lembrança, ao que parece inventada”. Era mais fácil quando estávamos distantes. Uma vez ido para sempre, pareço ter sido arrancada de um sonho, tapeada, iludida. Como se memória, que sabia não ser imaginada pois havia sido escrita, e realidade, não se encaixassem. Agora xingava as nuvens de tempestade, mais carismáticas que a fuinha.

— Espero que entenda o quão irregular é essa situação: ficaram casados por sete anos, sem filhos; contudo Lorde William reconheceu, em seu leito de morte, seus filhos e não sei que tabelião e pároco ele pagou ter os registros dessas… crianças. 

       “Diz logo: bastardos. E não morda a língua que pode inflamar.” A fuinha dançava em minha rala paciência. 

— A mãe dos garotos está doente, mas ambos os pais já haviam apontado um guardião — comentou ele, com asco para o papel. — De todo modo, a senhora não está em questão. Seu pai foi generoso com seu dote, baronesa. 
"

Tinha que ser generoso com algo, então".

        Me livrei do homem o mais rápido que pude. Também queria me livrar da insossa Londres, temperada apenas pela companhia do livro de poemas que roubei de uma criança. Deixava o prédio taciturno quando um distinto cavalheiro moreno cruzou comigo. Pequeno e coxo, seu olhar era pura malícia e melancolia do homem mais desejado de Londres.  

— Lorde Byron, a sedução de Londres lhe tirou de sua ilha? — cumprimentei

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— Lorde Byron, a sedução de Londres lhe tirou de sua ilha? — cumprimentei. 

— Cara Irlina — Seu sorriso alargou-se, mas então recaiu, como uma maçã em sua cabeça, por sobre minhas vestes; e o véu negro que as recobria. —, lamento sua perda, Doce Vampira. 

Noites de AlabastroWhere stories live. Discover now