2. FUGA

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– Droga! A porta não esta abrindo!

Eu reconhecia essa voz, tentei focar nos pensamentos de quem estivesse lá. "Mia se você estiver ouvindo meu pensamento, vou ter que empurrar a porta com força, então se estiver atrás dela de afaste", não estava atrás da porta então só permaneci parada. "Vou empurrar".

– Oi. – falei assim que ele abriu a porta.

– Oi Mia.

Teve uma breve pausa, os pensamentos dele eram confusos.

– Achei sua identidade na sala do James. – ele me mostrou aquilo que se chamava identidade.

Peguei da mão dele, o que era aquilo?

– Tem meu nome. – disse a ele, porque meu nome estava ali? – Eu tenho 15 anos.

– Sim. É sua identidade Mia, ai diz quem você é.

Fiquei observando esse objeto por um tempo, tinha uma foto.

– Quem é este humano na foto?

"É você Mia" "Temos que ir logo, no caminho eu irei te explicar mais sobre tudo isso, me segue e faz silêncio" "E coloca esse capuz para você se esconder das outras pessoas".

Assenti. Assim que eu coloquei o capuz, ele segurou minha mão e me puxou.

"Vamos e faça silêncio".

Eu não olhava para onde ia, me concentrei nele, caso ele quisesse me falar alguma coisa. "Eu nem me apresentei" ele olhou pra mim e sorriu, "eu me chamo Miguel", sorri também. Tentei compartilhar meu poder com ele, e foi muito mais fácil do que com o senhor James. "Você compartilhou seus pensamentos comigo?" "Nossa, isso é muito legal". Perguntei para ele onde ele estava me levando, "Esta na minha hora do almoço, eu posso sair daqui e te levar para cidade" "Mia seu nariz esta sangrando!", falei que é porque estava compartilhando meu poder com ele, "então pare de compartilhar seu poder, não precisa fazer isso". Obedeci.

Enquanto ele me levava para a saída comecei a reparar mais nos detalhes do seu rosto, ele tinha um cabelo cacheado, sua pele era morena, ele tinha olhos escuros, e seu rosto mostrava seriedade, e ao mesmo tempo, que era uma pessoa legal. Algo atrapalhou enquanto eu o observava.

– Oi Miguel! Sente-se aqui conosco.

Estávamos em frente de um refeitório.

– Hoje não vou poder amigos, vou ver minha mãe e já volto. – disse ele, sua voz era insegura, porém os amigos dele não perceberam, eles estavam focados em mim.

– Quem é esta ao seu lado?

– O chefe pediu para levar ela para saída. ­­– ele estava suando, provavelmente de medo.

Os amigos dele se distraíram quando uma humana sentou-se com eles.

– Oi rapazes!

O Miguel aproveitou a oportunidade para me levar para a saída. Ele empurrou uma porta, e fomos para um lugar claro.

– Conseguimos Mia! – ele começou a rir animado. – Agora vamos até meu carro!

– MIGUEL! – alguma voz o chamou.

– O...oi senhor. – ele gaguejou, toda sua animação se fora.

– Não me diz que está é a Mia! – comecei a perceber quem era, reconheci aquele rosto que havia me atormentado há anos, apenas alguns metros de nós.

– Sim senhor, mas eu posso explicar...

–...matem ele!

"Mia corra, CORRA!"

Vários humanos apareceram atrás do senhor James, todos com armas.

"Vá Mia! CORRA!!"

Comecei a correr, ouvi sons de tiro. Um sentimento me dominou, certamente era tristeza. Eles tinham matado ele!

Eu estava correndo, mas não sabia para onde eu estava indo. Lágrimas tomavam conta de meu rosto.

– Pare ela! – reconheci a voz de novo, era o senhor James.

Comecei a correr muito, o mais rápido que eu podia.

Depois de um tempo não consegui mais ouvir nada, olhei para trás e eu também não via nada, comecei tentar a ver o ambiente ao meu redor. Tinha um caminho de asfalto, e no final desse caminho eu havia várias luzes flutuantes, o ambiente estava começando a ficar escuro. Por quando tempo eu corri? Eu não sabia ao certo.

Minhas pernas estavam doendo.

Ao meu lado havia um lugar que aparentava ser uma caverna, nos pensamentos dos humanos esse lugar é assustador. Mas não me importei entrei neste lugar, mas não muito. Eu estava cansada, eu só precisava dormir.

Sentei-me, e comecei a pensar no que tinha acontecido. Lágrimas caiam dos meus olhos quando me lembrava de Miguel. Eu não estava conseguindo respirar. Não sabia que sentimento era esse. Eu não sabia o que iria acontecer daqui para frente. Eu me sentia perdida.

Imaginava que eu iria sentir-me livre e feliz, mas a única coisa que eu sentia era uma imensa tristeza e solidão. Meus olhos começaram a se fechar. E tombei naquele chão gelado. E uma duvida me atormentava. Quem eu sou?

AMOR INESPERADO (EM REVISÃO)Where stories live. Discover now