15. REVIRAVOLTA

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O sol começava a iluminar o horizonte quando meu celular tocou, anunciando a ligação de Sarah. Eu estava despertando de um sono agitado, cheio de sonhos confusos sobre o que tinha acontecido na noite anterior. Atendi a ligação, e a preocupação na voz de Sarah era evidente.

Ela começou a falar sobre como estava preocupada porque tentara entrar em contato comigo depois que fui embora da festa, mas não conseguira. Ela perguntou o que tinha acontecido e por que eu não respondera às suas mensagens. Naquele momento, eu me vi diante de um dilema. Como explicaria a situação sem envolver Kaleb e o que estava acontecendo?

Optei por omitir a verdade e disse a Sarah que não me senti bem durante a festa, que talvez fosse a agitação ou algo que comi. Ela rapidamente pediu desculpas, como se fosse culpa dela, e disse que queria passar lá em casa para falar comigo. Naquele momento, eu sabia que precisava de um tempo para organizar minhas emoções e descobrir como contar a ela sobre Kaleb e a missão perigosa que estávamos prestes a enfrentar.

Com todo o cuidado que podia reunir, recusei o convite de Sarah, explicando que estava planejando sair com Ayla naquela manhã. Ela assentiu e disse que compreendia, mas insistiu que precisávamos conversar. Combinamos de nos encontrar em breve e, após nos despedirmos, fiquei encarando o teto do meu quarto, perdida em pensamentos.

Sabia que não poderia esconder a verdade de Sarah por muito tempo, mas precisava encontrar as palavras certas e o momento adequado para contar a ela sobre Kaleb e a missão perigosa que se desenrolava. Minha mente estava confusa, mas sabia que, mais cedo ou mais tarde, teria que compartilhar a verdade com minha melhor amiga, mesmo que isso significasse colocar em risco a única vida que conhecia.

Kaleb estava deitado no sofá da sala, dormindo profundamente. Quando o vi, percebi que estava tremendo de frio. Rapidamente, decidi pegar um cobertor no meu quarto para cobri-lo e garantir que ele se mantivesse aquecido. Enquanto o cobria, observei seu rosto sereno em repouso, contrastando com o aspecto cansado e preocupado que ele tivera na noite anterior.

Em seguida, fui até o quarto de Ayla e vi que ela também estava adormecida. Parecia que todos ao meu redor precisavam de um descanso. Decidi deixá-los dormir.

Fui até a cozinha, onde as primeiras luzes da manhã começavam a iluminar o ambiente. Olhei para o relógio na parede e vi que eram aproximadamente 7 horas. Resolvi preparar o café da manhã para nós. Abri a geladeira e peguei ovos, leite, queijo, e alguns vegetais. Eu estava preparando omeletes quando a fragrância do café recém-coado começou a se espalhar pela cozinha.

Enquanto cozinhava, meus pensamentos vagavam para a noite anterior e para o encontro inesperado com Kaleb. Quando o café da manhã estava pronto, coloquei os omeletes e o café em uma bandeja e me dirigi à sala.

Kaleb ainda dormia, mas ele parecia mais confortável agora, sob o cobertor que eu o cobrira. Com cuidado, coloquei a bandeja sobre a mesa de centro e, em seguida, me sentei no sofá, observando-o com um misto de preocupação e alívio. Naquela manhã, tudo parecia tão incerto, e eu tinha a sensação de que o perigo estava prestes a nos alcançar. A única coisa que eu sabia com certeza era que precisávamos estar juntos nesse desafio que se desenrolava diante de nós.

Kaleb acordou devagar, ainda parecendo sonolento, mas seus olhos se iluminaram ao perceber que estava na sala, comigo ao seu lado. Nosso olhar se cruzou, e um silêncio respeitoso reinou enquanto nos olhávamos.

– Bom dia. – ele finalmente disse, com um sorriso tímido.

– Bom dia. – respondi suavemente, sentindo meu coração acelerar com a proximidade dele. Era estranho, mas havia uma aura de vulnerabilidade que nos envolvia naquele momento. Evitamos falar sobre o que acontecera na festa e sobre o quase beijo que compartilhamos. Era como se ambos soubéssemos que não era o momento apropriado para tocar nesse assunto.

AMOR INESPERADO (EM REVISÃO)Where stories live. Discover now