5. LIVRARIA

31 11 6
                                    

Tudo parece tão normal. Eu comecei a estudar em casa, estou muito amiga da Ayla, estou tentando fazer amizades na cidade, mas mesmo assim os humanos continuam sendo difícil de entender e meu aniversário está chegando.

Vou fazer dezesseis anos, vou comemorar com a Ayla mesmo. Ela falou que vai me deixar comprar quantos livros eu quiser. Ler livros é meu novo vício, na verdade acho que eu nunca tive um vício.

Eu voltei na livraria para ver se eu achava aquele menino que tinha visto no primeiro dia que eu saí em compras com a Ayla, mas ele não estava lá. Acho que ele é meu outro vício.

Eu tinha acabado de acorda. Arrumei o quarto, tirei o pijama e coloquei uma roupa para passar o dia, escovei meus dentes e ajeitei meu cabelo. Fui procurar Ayla.

– Faltam dois dias para aniversário da minha princesa!

– Bom dia Ayla. – disse sorridente.

– Bom dia Mia!

Ela estava mais animada que o de costume. Eu estava aprendendo a controlar meus poderes, então agora em vez de eu ter que tentar não focar na pessoa para ler seu pensamento, eu conseguia controlar agora, era só eu não focar no que a pessoa estava pensando para não ouvir seu pensamento, e quando eu quisesse ler o pensamento da pessoa era só eu focar no que a pessoa está pensando.

– Mia, tem certeza de que não quer fazer uma festa de aniversário?

– Eu não teria ninguém para convidar. E eu nunca nem comemorei meus aniversários, eu passando esse dia com você já é mais que o suficiente.

– Tá bom... – surgiu um brilho no olho dela e prosseguiu. – Prometo que vou te ajudar a fazer amizades.

Eu não estava muito animada para isso.

– Não precisa, como eu já disse você é mais que suficiente para mim, Ayla.

– Está bem...

"Vou ajuda ela" "ela precisa de amigos".

– Não preciso de amigos.

– Concordamos de você não ler meus pensamentos, Mia.

– Desculpe, foi muito tentador.

– Sei. O café da manha está pronto.

Sentamos a mesa e tomamos nosso café da manhã.

– Posso ir à livraria hoje?

– Claro! Eu não vou poder ir hoje, porque vou trabalhar, mas fique a vontade para ir.

– Obrigada Ayla!

– Vou separar um dinheiro para você.

– Falando nisso, acho que está na hora de eu arrumar um emprego.

– Pode ser uma boa ideia, mas tarde a gente vê sobre isso, eu estou atrasada.

– Está bem.

– Aqui está o dinheiro.

Ele me deu o dinheiro, era muito para o que eu precisava, mas agradeci.

– Pode ficar com o que sobrar.

– Muito obrigada Ayla, não sei como te agradecer!

Ela riu.

– Agora tenho que ir. – ela me deu um beijo na testa. – Tchau princesa.

– Tchau Ayla.

Hoje era sábado então eu não tinha aula. Foi fazer um penteado para ir à livraria. Toda vez que ia para lá eu tinha muita expectativa daquele menino estar lá, mas hoje não estava muito preocupada com isso.

Peguei uma bolsa que estava com as minhas coisas e fui para livraria.

Na frente da livraria tinha uma placa que dizia procurasse vendedor, podia ser uma oportunidade para arrumar um emprego. Eu ia fala com a Ayla antes de procurar informação.

Entrei na livraria, procurava um livro de suspense com romance.

Havia tantas opções, provavelmente iria comprar mais que um.

– Olá.

Olhei para o lado procurando quem era o dono dessa voz.

– O...olá. – ERA ELE!

Certamente era ele, pelo menos era idêntico.

– Gosta de livros de suspense? – disse ele observando os livros que eu escolhi.

– Si..sim. – disse sorrindo, aproveitei para perguntar quem ele era. – Quem é você. – foquei nos pensamentos dele também.

"Ela é igual à menina daquele dia" "Como assim quem eu sou?" "Meu nome ou porque estou aqui?".

Ele só apontou para o crachá.

– Ah... Sim. – li o crachá, estava escrito vendedor Kaleb. – Prazer em te conhecer Kaleb.

Ele sorriu. Que sorriso perfeito!

– Seu nome é...

– Mia, eu me chamo Mia. – espero que eu não esteja agindo como uma idiota.

– Nome bonito Mia. – disse sorridente.

"E é muito bonita também". Minhas bochechas estavam queimando!

– Obri...obrigada, Kaleb. – sorri.

– Se precisar de alguma ajuda aqui é só me chamar.

Não, não ele não podia ir embora.

– Espere!

– Precisa de ajuda?

– Sim! Não! Pera... Na verdade... – o que eu estava falando? – Quer ser meu amigo?

Ele riu. Fiquei com vergonha, era um sim ou um não?

– Claro! Porque não.

Suspirei de alivio. E sorrimos um para o outro. O que eu falava agora?

– Eu tenho que trabalhar agora, mas posso te passar meu número... – ele estava ficando envergonhado? Acho que era coisa da minha cabeça.

– Ah... Claro!

Ainda bem que a Ayla tinha comprado um celular para mim e me ensinado como mexer. Ele me passou o numero dele e sorriu.

– Seu nome é Mia, né.

– Sim. – dei uma risada. Porque eu estava agindo assim?

– Tá bom, Mia. Mais tarde a gente conversa melhor.

– Tá bom, obrigada pela atenção.

Ele riu.

– Disponha.

Levei meu livro para o caixa e eu estava tentando raciocinar o que acabou de acontecer.

– Obrigada e volte sempre. – disse a moça do caixa.

Agradeci e fui para casa, tenho que contar tudo a Ayla.

AMOR INESPERADO (EM REVISÃO)Where stories live. Discover now