Conseguir um emprego como faxineira no maior centro executivo de direção da S.H.I.E.L.D. foi a luz no fim do túnel para que Daiana pudesse sobreviver. Após um acidente que lhe custou muito, a jovem mulher dedica-se a agradar aqueles que a ofereceram...
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"Quando você percebe que eles se foram
Mas você ainda fica apegada nas pequenas coisas
Mamãe sempre me contara que aqueles que se vão
Eles nos olham lá de cima usando asas douradas
Eu quero acreditar nisso
Me diga, você acredita nisso?"
(Hold Me Like You Used To - Zoe Wees)
Dentre todas as coisas ruins que Daiana Stewart já presenciara, ver Alpine desaparecer tão abruptamente bem diante de seus olhos foi, definitivamente, a pior delas. Num segundo brincavam entre risadas altas em seu sofá e no outro, a gatinha tornou-se estranhamente quieta. O pensamento de estar se sentindo mal lhe passou pela cabeça, então Daiana a tomou nos braços apenas para que escapasse por entre seus dedos, literalmente tornando-se pó.
As sirenes, gritos e estrondos não demoraram a surgir no lado de fora de seu pequeno apartamento em uma rua do Brooklyn, fazendo-a correr para a janela. Daiana teve a certeza de algo muito errado estava acontecendo quando carros, sem motorista algum, começaram a perder o controle e bater em outros carros, edifícios, capotarem e ferirem pessoas que, assustadas, não sabiam para onde ir. Daiana se viu em uma mulher que, horrorizada, gritou tão dolorosamente ao ter a filha de prováveis 4 anos que segurava sua mão, arrancada dela quando, sem entender nada, virou pó perdendo-se no ar. A mãe caiu aos prantos de joelhos, da mesma forma que Daiana.
A Stewart, que levou bem mais que apenas alguns minutos para conseguir normalizar a respiração, mas ainda um pouco ofegante e com os olhos ardendo de tanto chorar por não fazer ideia do que estava acontecendo, passou muito tempo encolhida no canto de sua sala, entre duas paredes, olhando para as próprias mãos, esperando que ela também virasse pó.
E sabe qual foi a pior parte disso tudo? É que ela nunca sumiu como os outros.
Daiana soube que nada aconteceria com ela quando anoiteceu, e o que a fazia companhia não eram mais os miados, ronronos e arranhões de Alpine. Era o silêncio. Quieto e enlouquecedor.
Quando se arrastou até o quarto e deitou o corpo dolorido e fraco por não ter comido absolutamente nada durante o dia inteiro, não era o calor aconchegante de Alpine ao seu lado que lhe fazia companhia. Era o frio de um vazio que não ocupava apenas aquele lado de sua cama, como também em seu coração.
Como se não pudesse piorar, descobriu mais tarde, no dia seguinte, que todos os seus amigos sumiram, inclusive Bucky Barnes.
