De pernas para o ar

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Os suspiros pesados soavam como uma música em ritmo desconexo, o som dos dedos batucando sobre o balcão prova o ótimo humor que Han Jisung carregava consigo naquele instante.
As bochechas que sempre eram salientes agora faltavam expodir do tão estufadas que estavam, puts, Han Jisung estava com um péssimo fodido humor.

O pior de tudo, era que sequer precisava acontecer algo em sua vida, desde que se casou com Lee Minho parece que além de sua vida e a do homem mais velho terem se misturado, também aconteceu a mistura de neurônios e personalidades, pois bastava uma única coisa dar errada no dia do homem fofo, bochechudo e sorridente, que a carranca puta era exaltada em sua face, junto a xingamentos e péssimo tratamento de brinde.

Até os clientes sabiam que quando Han Jisung estava com o humor ruim, não deveriam nem chegar perto, mas pelo visto havia um desalmado, ou desprovido de amor a própria vida, que não se importava nem um pouco e pasmem! Não se tratava de Lee Felix, pois provavelmente querem muito ver esses dois se pegando.

Pelo contrário, se tratava do próprio Minho, sendo o diabo para crentes e a cruz para satanistas.

– Entrega na casa do caralho. – Jisung disse assim que a embalagem de entrega reservada já estava montada pelo seu cozinheiro, levando a caixinha bonita bem embalada para fora da loja com a carranca.

O Han saiu apressado e batendo os pés, aonde quer que ia, todos notavam que ele faltava matar um com os olhos, deixando a loja a mando do afilhado, que encarava o padastro com puro pavor na face.

– Seu padastro me assusta, Felix... – disse Seo Changbin, o cozinheiro, com a feição tão apavorada quanto a do colega de trabalho, mesmo que não tivessem tanta intimidade, as vezes o papo acontecia quando o assunto era fofoca – O que seu pai fez desta vez?

– Fodeu o meu irmão postiço no trabalho... – Felix disse sincero, porém pelo tom de compreensão do Seo, o mais baixo provavelmente não entendeu o que aquilo queria dizer.

– Ah, entendi... Espero que ele consiga dar a volta por cima e não perder o emprego. – o Seo disse com um enorme sorriso.

Por um instante um leve peso na consciência se instalou em sua cabeça, aquele homem era tão inocente nesse mundo ruim, que jamais entenderia que na sua família, o verbo foder vem no sentido de sexo e tragédia embutido como extra.

– Pois é... Agora ele vai aguentar meu padastro falando por horas no ouvido dele... – suspirou o Lee, dando os ombros em seguida – Vamos voltar ao trabalho antes que ele volte... Já temos clientes!

O rapaz de fios negros e um enorme sorriso de raposa, no qual havia graciosamente o detalhe do aparelho com os elásticos rosinhas, havia surgido, o homem sorriu de rasgar o rosto ao ver o baixinho corado a sua frente e Felix se sentiu um intrometido por querer perguntar se esse era o famoso Yang Jeongin, ou melhor dizendo, Namorado de Seo Changbin que tanto ouvia o baixinho elogiar.

– Oi amor! Vim comprar uma torta de limão... Daquela que só você sabe cozinhar. – o rapaz deu uma risadinha baixinha, nem parecia um flerte do tão inocente que soou.

Porém algo na cabeça do Lee não estava funcionando...
Felix tinha uma excelente memória de imagem, diria até mesmo que possuí memória fotográfica e sabia reconhecer todos os rostos apenas vendo uma ou duas vezes no máximo...
Esse rapaz a sua frente era extremamente familiar e jurava que já o viu antes, mas nunca era acompanhando o Seo, mas sim outro rapaz.

– Oh, claro!

– Aproveitando, vou querer um milkshake de amendoim com hortelã. – uma segunda voz soou, um rapaz apenas dois dedos mais alto que o de fios negros, este possuindo cabelos castanhos em uma franja bem dividida de forma simétrica e havia um olhar totalmente arrogante em sua face – Podemos ir na biblioteca, Innie?

O Lee arregalou as orbes, sua cabeça realmente nunca lhe pregava peças e definitivamente esse rapaz era o homem que sempre viu acompanhando o namorado do seu colega de trabalho.

– Claro, Seung! Bonnie, pode preparar?

Outro LadoWhere stories live. Discover now